LoL | Por que a Riot prioriza lançar campeões humanos?
Por Igor Pontes | Editado por Bruna Penilhas | 20 de Janeiro de 2022 às 10h30
League of Legends possui alguns campeões que poderiam estar em filmes de terror. Fiddlesticks, Cho’Gath, Rek’sai, Warwick e Urgot são exemplos de criaturas monstruosas que a Riot Games já fez para o tão popular MOBA. Porém, nos últimos anos, a desenvolvedora tem dado mais ênfase aos campeões humanos. Qual seria o motivo da Riot dar preferência aos personagens humanizados?
A própria Riot explica: em uma postagem oficial, a equipe por trás das criações dos campeões justifica, de uma forma simples, o motivo de não trazer com frequência seres monstruosos para o jogo. Boa parte dos personagens mais populares entre os jogadores de LoL são humanos ou humanoides. A Riot ainda cita o exemplo da regionalidade como um dos fatores de escolha.
Segundo o artigo, a campeã Jinx é mais popular nas regiões ocidentais, que possuem uma afinidade maior com a estética punk, enquanto Xin Zhao e Jarvan IV são mais populares na China. Já Yasuo é popular no mundo inteiro, mas tem mais apreço nas regiões orientais. Além da temática e contexto, o estilo de jogo de cada personagem também influencia a popularidade. Apesar de Aurelion Sol ser um dragão cósmico, por exemplo, ele não é tão utilizado no jogo por possuir um gameplay complexo. O mesmo não acontece com Zoe, por exemplo, que tem uma habilidade ultimate complicada, mas é extremamente popular pelo seu visual.
Em 2018, a Riot adotou para lançamento dos personagens a seguinte métrica: 70% de campeões de alcance amplo e 30% de personagens de nicho. Ainda foi explicado que, se lançassem atualizações para campeões de nicho e alguns inéditos, o engajamento seria bem menor do que com personagens com temática mais ampla. Mas, em simultâneo, não significa que a Riot não tentou trazer novas criaturas para o game.
Durante o lançamento de Sett, em 2020, a Riot publicou algumas imagens conceituais para decidir qual seria o conceito por trás do personagem. Entre as opções, estava uma versão do campeão que seria um Darkin, uma raça divina de guerreiros que foi aprisionada em armas após uma das guerras no mundo de Runeterra. Aatrox, Rhaast e Varus são os Darkin presentes em League of Legends.
No fim, apesar de gostarem bastante do conceito monstruoso de Sett, o terceiro visual que remete aos Vastaya foi o escolhido. Mas nada impede a existência de uma skin do personagem em um estilo mais monstruoso, né Riot?
Ryan “Reav3” Mireles, produtor chefe de campeões, explicou que a equipe também focou em trazer campeões inspirados na cultura real. Samira foi amplamente baseada na cultura persa, enquanto Viego foi baseado na cultura espanhola na época dos conquistadores. Ao mesmo tempo, a Riot também assume a “culpa” afirmando que lançou humanos demais e diz ter reformulado o sistema de criação de personagens.
Isso significa que campeões com aparência monstruosa vão sair? Talvez, mas não há garantia. A possibilidade deve existir nos planos da Riot. Só que o conceito de criaturas não humanas pode variar entre a gatinha fofinha Yuumi ao monstro quadrúpede do vazio que é a Rek’sai. No passado, a empresa afirmou que planeja elaborar um personagem inédito em 2022 — a suspeita é que este seja um suporte encantador, que deve chegar após a campeã Zeri.
Mireles ainda explica que o conceito de "monstro" é bem amplo, e que campeões como Aatrox e Renekton são personagens humanóides monstruosos, enquanto Yuumi é uma criatura não monstruosa. Já um campeão como Pyke, que tem um visual mais assustador, entra na categoria de humano, assim como Yone. Ambos os campeões são humanos, mas possuem visuais sombrios e relacionados com histórias sobrenaturais.
No fim, a conclusão é que, segundo a Riot, as criaturas monstruosas são controladas por uma parcela pequena da comunidade. Seguindo a lógica do estúdio, não é muito proveitoso investir na criação de um personagem com este estilo sendo que o mesmo não dará retorno.