Impressões de um "noob": Battlefield 6 é divertido até para quem foge do online
Por Raphael Giannotti • Editado por Jones Oliveira |

Estamos a menos de um mês do lançamento de Battlefield 6, game que já teve um beta aberto que atraiu muitos jogadores, criando ainda mais expectativa. Além desse período de testes, a EA também disponibilizou o novo modo Battle Royale, mas por enquanto somente para jogadores da Europa e América do Norte. Nesta semana, foi a vez de a imprensa jogar novos mapas que ainda não foram detalhados e o Canaltech pôde testá-los.
Por enquanto, os desenvolvedores revelaram nove mapas de Battlefield 6. Durante o beta aberto, jogadores puderam desfrutar de Cerco de Cairo, Ofensiva Ibérica, Pico da Libertação e Empire State. Durante o período de testes fechado que aconteceu na última segunda-feira (15) para a impresa e criadores de conteúdo, os mapas Operação Fogo Cruzado de Battlefield 3 e Vale Mirak ficaram disponíveis.
Vou contar minha experiência jogando em diferentes modos nesses dois mapas, mas com um plot twist: o ponto de vista de alguém que não tem experiência com o modo muiltiplayer de Battlefield em geral. Sim, esse sou eu, alguém que sempre zera as campanhas, mas deixa o online de lado.
Eu tenho uma boa quantidade de horas em PUBG e cheguei a brincar em outros jogos Battle Royale, além de outros mais parecidos com Battlefield, como World War 3 e Hell Let Loose (embora esse último seja mais realista). Por isso, você verá as impressões de quem não tem tanta familiaridade com o gênero e isso é importante para quem quiser se aventurar pela primeira vez em jogos assim.
Operação Fogo Cruzado: remake de um clássico
Embora não tenha experiência, sei da importância de Battlefield 3 e vários de seus mapas clássicos. Operação Fogo Cruzado (Operation Firestorm) é um deles. No BF6, o jogador terá acesso a um remake desse cenário, trazendo mudanças não só visuais, mas na forma como os elementos estão organizados, mudando também as estratégias do jogador que está acostumado com o mapa original.
Esse mapa permite posicionamento em diferentes níveis de terreno: desde o chão, passando por prédios com andares até o alto de torres, cada um exigindo estratégia diferente de abordagem. Como estamos falando de uma refinaria, diferentes elementos podem explodir, algo que pode ser usado como vantagem ou pode ser a causa de uma derrota repentina com uma explosão no pé da orelha.
Visualmente, tudo está bem bonito e até instalei o BF3 aqui para rodar o mesmo mapa: a diferença gráfica é bem grande, já adianto. Afinal, estamos falando de 14 anos de diferença entre os jogos. Mas, preciso ser sincero, esperava mais do quesito destruição de cenários nesse mapa. Sim, é possível destruir paredes, pequenas construções, mas não a torre central enorme, aquela com uma chama no topo (caso tenha jogado o original), algo que daria uma emoção a mais no cenário.
Na minha percepção, a destruição não é algo além do que já víamos em Battlefield 4, jogo de 2013. O motor gráfico de ambos os jogos é o mesmo, Frostbite, que vem evoluindo com o tempo. Claro, durante uma partida multiplayer, você não tem tempo para ficar parado e admirando as destruições, mas pelo que deu para ver, já que é algo que a franquia faz há muitos anos.
O foco desse mapa é o combate próximo, mesmo sendo grande. Isso acontece por conta de sua área principal, que concentra diferentes elementos como prédios e construções menores, tubulações, pequenas instalações, veículos quebrados, além da possibilidade de subir e ter a vantagem da visão geral do mapa, ótimo para snipers.
Vale Mirak, novidade de BF6
Dos dois mapas, esse foi meu favorito por conta da pouca verticalidade, já que prefiro um gunplay mais horizontal. Boa parte do Vale Mirak é plano, mas no ponto central do mapa, existe um conjunto de edifícios onde é possível explorar, e até mesmo um guindaste, mas essa é a menor parte do mapa.
Vale Mirak é o maior mapa do lançamento de Battlefield 6 e boa parte dele é um vilarejo devastado pela guerra. Então temos algumas casas inteiras, outras já destruídas, pequenos relevos no terreno que podem dar uma vantagem (ou deixá-lo exposto), trincheiras, campos abertos, além dos prédios no meio do mapa.
Por ser um mapa maior, o uso de veículos para chegar até uma área mais longe é o ideal, principalmente quando essa área fica do outro lado do mapa. A pé, é possível ser estratégico e se aproximar com cautela, mesmo que demore, porque boa parte dos jogadores inimigos estão esperando por uma aproximação inimiga por veículos, algo que não tem como esconder.
Esse mapa me atraiu mais pela simplicidade do mapa. Operação Fogo Cruzado se concentra em um ponto onde existem muitos elementos, exige mais velocidade e às vezes você morre na hora que volta, de tão próximo que são os pontos. Já Vale Mirak permite uma movimentação maior por conta de seu tamanho, é possível avistar os inimigos de longe. Talvez seja minhas muitas horas de PUBG falando mais alto.
Modos, veículos e classes
Se você jogou o beta de Battlefield 6, esses fatores podem não ser novidades para você. Os dois mapas que tive acesso contavam com diferentes veículos, já bem conhecidos da série, como tanque, helicóptero, caça, entre outros veículos terrestres menores que você pode conferir no vídeo acima (gameplay cedido pela EA).
Em termos de classes, as quatro estavam disponíveis: Assalto, Engenharia, Reconhecimento e Suporte, cada com suas respectivas habilidades e equipamentos (com loadout), que podem ser modificados e melhorados à medida em que aumenta de nível.
Em relação a modos, Conquista e Ruptura, do beta aberto, estavam disponíveis. Além deles, uma novidade: Escalada. Ele se parece com o modo Conquista, mas com sistema de pontos. A equipe que marcar três pontos primeiro, vence. O interessante dele é que, conforme o confronto avança, os pontos de conquistas diminuem, deixando o combate mais próximo e frenético no final.
Battlefield 6 pode atrair noobs?
Preciso dizer que sempre evitei shooters mais rápidos — eu não sou muito fã nem mesmo de Doom (apesar de ter zerado o último) — e se tratando de multiplayer, a situação é ainda pior. Gostei de PUBG por um bom tempo por conta do ritmo mais lento, que vai escalonando com o progresso do confronto. Tentei Fortnite e Apex Legends também, mas não foi para mim. O realismo de Hell Let Loose também me afastou.
Porém, depois de jogar Battlefield 6 por 4 horas e 30 minutos seguidos, aproveitando todas essas novidades de antemão, preciso dizer que o jogo me capturou. O gameplay é muito fluído e divertido, os gráficos são muito bonitos até mesmo em resoluções e presets mais baixos.
E falando nisso, devo ressaltar que o game está muito bem otimizado. A melhor coisa que o Battlefield Studios fez foi se distanciar da Unreal Engine 5. Eles conseguiram fazer um jogo bonito e muito bem otimizado. Por aqui, rodei o game em uma GeForce RTX 5070 em 1440p no médio, rodando próximo de 120 FPS sem dificuldades nativamente.
Por mais que tenha me divertido com esse teste, admito que estou ansioso para o modo Battle Royale, que ainda não tem data para chegar. Mas, até lá, vou aproveitando os nove mapas de lançamento e seus diferentes modos. Eu, um jogador entusiasta de soulslike, metroidvania, terror, aventura e ação em geral (a maioria em terceira pessoa) nunca pensei que diria isso: estou preparado para Battlefield 6.
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