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Serviços por assinatura compensam mais do que comprar um jogo novo? Compare

Por  • Editado por  Bruna Penilhas  |  • 

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Montagem/Guilherme Sommadoss/Canaltech/Divulgação
Montagem/Guilherme Sommadoss/Canaltech/Divulgação

Os jogos de grande orçamento lançados para Nintendo, PlayStation e Xbox chegam ao mercado brasileiro por valores entre R$ 300 e R$ 350. Como grande parte dos brasileiros já sabe, isso equivale a uma semana inteira de trabalho para quem ganha um salário mínimo --- ou seja, um valor altíssimo e que pode comprometer as contas do mês.  

Nesse cenário, os serviços por assinatura como Xbox Game Pass, PS Plus e Nintendo Switch Online aparecem como opções aos preços elevados destes grandes lançamentos. Pagando um valor por mês, os jogadores recebem e têm acesso a jogos gratuitos e descontos exclusivos.

Mesmo com um aumento recente em grande parte dos serviços, a opção continua sendo alinhada com grande parte do que o consumidor brasileiro tem em seus bolsos. Afinal de contas, como competir com R$ 40, R$ 50 por mês para ter acesso a uma biblioteca com centenas de títulos disponíveis? Porém, será que vale mesmo a pena investir neles ao invés de comprar um game novo? 

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Nintendo Switch Online

O serviço da Big N permite que os assinantes acessem as funcionalidades online de games como Animal Crossing: New Horizons, Mario Kart 8 Deluxe, Tetris 99 e outros. Sem a assinatura, só é possível aproveitar os jogos de forma offline.

Games gratuitos como Fortnite e o MOBA Pokémon UNITE ainda permitem que os jogadores aproveitem os modos online sem precisar assinar o serviço.

O Nintendo Switch Online conta ainda com mais de 150 jogos clássicos dos consoles retrô NES (Nintendo Entertainment System), Super Nintendo e Game Boy. Entre os games disponíveis estão jogos dos anos 1980 e 1990 das franquias Super Mario Bros., The Legend of Zelda, Metroid, Donkey Kong, Kirby e várias outras.

O serviço oferece ainda Pac-Man 99 e Tetris 99 de maneira gratuita, demos exclusivas de jogos através do Game Trial e descontos em jogos.

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A companhia não oferece um plano mensal ou trimestral, permitindo que o público assine apenas de forma anual. Os valores atuais são de R$ 120 (R$ 10 por mês) caso queira o plano mais básico do Nintendo Switch Online, ou R$ 299 (aproximadamente R$ 24,90) caso invista no Pacote Adicional --- que contém expansões de jogos, acesso à biblioteca do Nintendo 64, Game Boy Advance, Game Cube e outras vantagens. 

O pacote mais básico do serviço, se colocado na ponta do lápis, corresponde a apenas 0.65% do salário mínimo nacional (R$ 1.518) e representa 2,8% do valor dos jogos novos exclusivos do Switch (R$ 349). Já o Pacote Adicional equivale a 1,64% e chega bem próximo do valor cheio dos títulos da Big N.

Entretanto, é importante mencionar que o Nintendo Switch Online não oferece acesso a grandes lançamentos, como é o caso da PS Plus e Xbox Game Pass. Neste aspecto, ele é serviço limitado e que deixa a desejar. Desta forma, apesar de contar com centenas de experiências retrôs, os jogadores ainda terão de comprar os principais jogos da plataforma. 

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Se você busca ter acesso a experiências novas no seu Switch ou Switch 2, o NSO não é uma opção viável. Até por sua proposta, o usuário poderá jogar apenas títulos retrôs e isso acaba sendo uma proposta completamente distinta de aproveitar a nova geração --- até porque você pode fazer isso em qualquer PC ou notebook através de emuladores (que é ilegal, mas não fingiremos que não roda perfeitamente nos computadores produzidos nos últimos dez anos).

PlayStation Plus

No Brasil, o único serviço da PlayStation disponível é a PS Plus. A assinatura garante que os jogadores curtam jogos online como FIFA e Fall Guys, mas outros free-to-play como Rocket League e Fortnite não dependem do serviço.

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Mensalmente, os assinantes recebem pelo menos dois jogos que, uma vez resgatados, podem ser jogados enquanto a assinatura estiver ativa (ou seja, só poderá jogá-los enquanto estiver com o serviço ativo).

Apesar de ter uma vasta biblioteca e com vários títulos exclusivos e third-parties, ela apresenta algumas desvantagens como a ausência dos lançamentos "Day One" e também a remoção constante de games da própria PlayStation Studios. Isso significa que, mesmo assinantes de longo prazo e do plano mais caro não terão acesso aos grandes títulos quando chegam ao mercado e os exclusivos que estão presentes podem sumir subitamente. 

No lançamento do PS5, também foi oferecido ao público o PS Plus Collection: uma lista com 25 jogos icônicos da geração do PS4 que os usuários poderiam baixar e jogar enquanto mantivessem a assinatura. Com Fallout 4, Persona 5, Final Fantasy XV e diversos outros, eles agradaram uma boa parte do público (e gerou até uma onda de banimentos, já que muitos aproveitaram para pegar os jogos de forma inadequada). No entanto, a oferta não está mais disponível. 

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A assinatura da Plus também garante descontos especiais e até dobrados em suas promoções especiais, além de itens exclusivos dentro dos jogos

A PS Plus conta com três pacotes de assinatura divididos em três pacotes: o Essential (R$ 43,90 mensal; R$ 114,90 trimestral e R$ 359,90 anual), Extra (R$ 65,90 mensal; R$ 186,90 trimestral e R$ 592,90 anual) e Deluxe (R$ 76,90 mensal; R$ 219,90 trimestral e R$ 691,90 anual). 

Em comparação ao preço do jogo, já que o serviço conta com títulos exclusivos e de terceiros, vamos considerar os valores de R$ 300 a R$ 350, levando em consideração que temos ainda grandes triple-A dentro do serviço. Desta forma, é possível enxergar o seguinte cenário:

Porcentagem de Valores de Assinatura x Preço-base dos jogos
R$ 300R$ 350
Essential Mensal (R$43,90)14,63%12,54%
Essential Trimestral (R$ 114,90)38,3%32,82%
Essential Anual (R$ 359,90)119,96%102,82%
Extra Mensal (R$ 65,90)21,96%18,82%
Extra Trimestral (R$ 186,90)62,3%53,4%
Extra Anual (R$ 592,90)197,63%169,4%
Deluxe Mensal (R$ 76,90)25,63%21,97%
Deluxe Trimestral (R$ 219,90)73,3%62,82%
Deluxe Anual (R$ 691,90)230,63%197,68%
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Por ano, cada uma destas assinaturas fornecerá 24 jogos para jogar caso mantenha o serviço. Ainda que seja raro, muitas vezes eles permitem acesso de jogos que costumam custar entre R$ 200 e R$ 250 em sua loja digital --- o que custaria aos bolsos do público até R$ 6.000 se cobrados separadamente. Porém, você não escolhe quais games serão oferecidos, então é possível que muitos acabem só resgatados e nunca jogados.  

Pensando desta forma, o usuário ainda assim tem mais vantagens assinando do que comprando novos games. Mesmo na assinatura anual, que permite comprar até dois games em seu lançamento pelo preço cheio (ou muito mais se você for conferir as promoções do catálogo), o serviço traz experiências que, financeiramente falando, são opções melhores.

Títulos muito aclamados como God of War Ragnarök, Star Wars Jedi: Fallen Order, Spider-Man: Miles Morales e outros podem ser resgatados da assinatura e jogados de imediato, algo que pode agradar quem comprou um PS5 recentemente e deseja ter acesso a diversos jogos. Porém, quem comprou vários deles anteriormente, pode não ver tanta vantagem assim e preferir usar o dinheiro para adquirir outros grandes lançamentos. 

Xbox Game Pass

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Por último, mas não menos importante, o serviço para computadores com Windows e consoles da Microsoft. O Xbox Game Pass está disponível para PC, Xbox One, Xbox Series X e Xbox Series S a partir de R$ 34,99 por mês.

Não há qualquer plano para quem deseja assinar três ou 12 meses, mas o serviço mensal oferece acesso que vai de pouco mais de 100 jogos a até 500 títulos — que pode incluir desde lançamentos exclusivos do Xbox até títulos de estúdios third-parties. A versão de PC ainda conta com o EA Play, o que adiciona ao catálogo jogos de franquias como Dead Space, Star Wars e FIFA.

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Outra grande vantagem do serviço é que os lançamentos exclusivos do Xbox Game Studios, Bethesda, Activision e outras, além de alguns jogos multiplataforma, chegam ao Game Pass já no lançamento. Ninja Gaiden 4 e DOOM: The Dark Ages são os grandes games da marca que chegam ao serviço no primeiro dia.

A Xbox Live Gold não é mais vendida para os consoles. Ela oferecia dois jogos mensais e a possibilidade de jogar online, o serviço tinha os valores de R$ 34,99 no pacote de um mês e R$ 85,99 no de três meses . Na época do Xbox 360, o pacote era bem benéfico aos assinantes, mas com a Microsoft concentrando esforços nos Game Pass, o serviço não recebeu mais tantos títulos recentes e relevantes, o que deixou o serviço nada atraente ao público.

O Xbox Game Pass Ultimate é a opção definitiva da Microsoft. Por R$ 59,99, os jogadores podem jogar online, aproveitar a biblioteca de games tanto no console quanto no computador, e também ter acesso liberado aos títulos da Electronic Arts nos videogames de mesa. Além disso, os usuários têm acesso ao Xbox Cloud Gaming, que permite jogar seus principais títulos na nuvem em smartphones, tablets, navegadores de internet, Smart TVs e vários dispositivos. 

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Ainda que os jogos de estúdios third-party saiam do serviço após alguns meses, os assinantes ainda podem garantir uma cópia digital por 20% de desconto.

Atualmente, a assinatura do Game Pass Ultimate corresponde a 3,94% do salário mínimo e equivale a 17,11% do preço que os jogos atualmente são vendidos, em média R$ 350.

De todos, o serviço da Microsoft é que oferece melhor custo benefício, mesmo que não tenha pacotes trimestrais ou anuais. Se a PS Plus, mesmo com o aumento de preço, ainda é uma opção viável, o Xbox Game Pass Ultimate vai além. A possibilidade de acessar centenas de jogos, ter acesso à nuvem, multiplayer online e ainda aproveitar lançamentos logo no primeiro dia é o grande trunfo para botar o serviço à frente da opção de comprar os lançamentos. 

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Economicamente falando

Ao Canaltech, o economista Henrique Rogê reforça como esses serviços são bons para o público nacional e como podem se destacar perante o nosso mercado.

“Para a realidade brasileira estes serviços, a partir de R$30 por mês, são uma boa alternativa para a acessibilidade ao mercado nacional”, aponta Henrique.

Ele diz ainda que mesmo que o número de jogos possa não suprir o desejo de consumo de todas as novidades e nem todos os games possam agradar todos os tipos de jogadores, é “inquestionável que é uma alternativa aos jogos de R$300”, conclui o economista.

Quantas horas de trabalho são necessárias para assinar

Considerando o salário mínimo brasileiro de R$ 1.518, dividindo esse valor em 40 horas semanais por 22 dias úteis em um expediente de 8h diárias, chegamos ao valor de R$ 8,62 por hora trabalhada.

Para os cálculos seguintes, vamos considerar os pagamentos a vista dos serviços, mesmo havendo opções com parcelamento (seja através do próprio console, como vemos na PS Store ou em sites parceiros como a Nuuvem):

Nintendo Switch Online

Com esse número, um brasileiro dono de Switch precisa trabalhar 13 horas (1 dia de expediente + 5 horas) para assinar o Nintendo Switch Online nos planos individual mais básico. Supondo que o jogador ainda encontre mais sete pessoas para dividir o valor do Plano Família mais básico, ele leva quase 7 horas para juntar o valor da assinatura mais cara que vai durar o ano todo.

Isso torna a opção muito viável, apesar de não fornecer experiências atuais ou jogos que já estão presentes no catálogo dos usuários.

PlayStation Plus

Já os donos do PlayStation 4 e PlayStation 5 levam 68,7 horas (quase 9 dias de trabalho) para conseguirem pagar o plano Extra da PS Plus com multiplayer e o catálogo completo. Caso queira acesso também aos jogos retrôs e testes da Deluxe, levam 80,2 horas (10 dias de expediente e mais um pouco) para chegar ao valor anual.

Ainda que o sacrifício seja bem grande, é importante lembrar que isso gera acesso ao catálogo dos jogos, multiplayer online e ao menos 24 jogos (há meses que dão 3, então a conta acaba sendo maior) para você desfrutar. Por um valor que seria quase o de dois jogos AAA (que, com sorte, podem parar no plano em algum momento), o que vale entrar na sua consideração.

Xbox Live Gold e Game Pass

Quem tem o Xbox One, PC ou Xbox Series X/S trabalham 6,9 horas para assinar a Game Pass Ultimate mensalmente: o que traz uma série de benefícios. Se colocar em conta que o usuário tem acesso a vários "Day One", jogos em nuvem e uma biblioteca que chega a mais de 500 títulos, é basicamente impossível afirmar que o serviço não compensa --- principalmente quando se vê o preço atual dos games sendo vendidos na loja digital (principalmente os lançamentos).

No fim, o usuário paga um pouco a mais do que os assinantes do plano mais caro da PS Plus, porém com mais benefícios que devem ser levados em conta. 

E comprar os jogos?

Para comprar os jogos de R$ 250, R$ 300 e R$ 350 no lançamento, é preciso de 29 horas, 35 horas e 41 horas de trabalho, respectivamente. O equivalente de 3 a um pouco mais de 5 dias de trabalho, em um expediente de 8 horas diárias. Logo, temos a metade de uma semana de trabalho a um expdiente que leva de segunda à sexta para adquirir um game no lançamento, contra no máximo dois ou três em alguns deles.

Como vimos, o Nintendo Switch Online e o Xbox Game Pass chegam em menos de um dia de trabalho para ter acesso a todos os benefícios. Já em relação à PS Plus, nós consideramos apenas o valor anual. Como cada ano tem 12 meses, ter de trabalhar 9 ou 10 dias para alcançar o valor cobrado não soa tão pesado assim neste ponto de vista --- já que, dividindo pela quantidade de meses, temos menos de um dia de expediente para juntar essa grana. 

Comprar se tornou a "última" opção

De forma direta, pensando na carteira e na sua saúde financeira, conclui-se que sai mais barato assinar os serviços online da Sony e da Microsoft para ter acesso a um grande catálogo e se divertir. A não ser que deseje muito um jogo específico que não está em seus catálogos, esse é o caminho que permite ter uma experiência maior com os principais games de cada plataforma.

A única ressalva é se você tiver um gosto segmentado, ou seja, pertencer a um grupo de pessoas que só joga EA Sports FC e Call of Duty por exemplo. Não adianta pagar o serviço se não for aproveitar o catálogo, enquanto passa o tempo focado nos jogos que mais deseja jogar. Em casos do tipo, prefira comprar o jogo e se divertirá com menor custo. 

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