7 estúdios fechados pela Activision
Por Gabriel Cavalheiro • Editado por Jones Oliveira |

Dentre as tantas polêmicas que a Microsoft vem colecionando nos últimos anos — desde aumentos expressivos de preços do Xbox Game Pass até sua nova estratégia multiplataforma —, a maior delas, sem dúvidas, é a série de demissões em massa, que afetam milhares de desenvolvedores ao redor do mundo, resultando em cancelamentos de jogos e até no fechamento de estúdios.
- 9 jogos e franquias esquecidos pela Activision
- Game Pass: quais as diferenças entre os planos de assinatura?
Todos os anos temos duas certezas: teremos um The Game Awards no fim do ano e ao menos uma grande rodada de demissões na Microsoft. Essas demissões em massa sempre estiveram presentes na marca, desde impactos significativos em 2006, e seguem muito mais frequentes na década de 2020. Uma das afetadas é a Activision Blizzard, dona das franquias Call of Duty, Diablo, Tony Hawk’s Pro Skater, Candy Crush e muitos outros jogos.
Muitos podem não saber, mas a própria Activision já esteve envolvida em polêmicas e teve seu passado marcado pelo fechamento de estúdios e pelo corte de desenvolvedores com certa frequência.
Na verdade, a Activision protagonizou fechamentos que engavetaram franquias aclamadas e que são pedidas por fãs até os dias de hoje.
Pensando neste longo histórico negativo de uma das maiores produtoras de games do mundo, reunimos 7 estúdios fechados pela Activision.
1. Sierra Entertainment
Muitos não podem lembrar, mas a Sierra foi uma das desenvolvedoras mais importantes para os jogos. Fundado em 1979 pelo casal Ken e Roberta Williams, o estúdio (que se chamava On-Line System na época) foi responsável pelo primeiro jogo de aventura com gráficos da história: Mystery House, para Apple II, em 1980.
A Sierra Entertainment foi ganhando força e popularidade com o passar dos anos, assinando até um contrato de publicação de Half-Life, da novata Valve, que nem é preciso falar que levou a empresa ao estrelato. Antes de passar pelas mãos da Activision, a Sierra Entertainment foi vendida à companhia CUC International, que foi descoberta em um esquema de fraude.
Em 2008, viria a catástrofe. A Activision se fundiu com a Vivendi para formar a Activision Blizzard, decisão que resultou no fechamento e na venda de diversos estúdios, incluindo a Sierra, que, naquela época, estava envolvida com Crash e Spyro. A marca até voltou à ativa como uma publicadora de jogos para o Xbox Live Arcade, mas desde então foi esquecida.
2. Shaba Games
A Activision teve sua época de ouro no ramo de jogos licenciados, principalmente quando falamos de filmes e animações na primeira década dos anos 2000. É comum que a empresa desloque estúdios para trabalhar em grandes projetos ou ports, e a Shaba Games era uma dessas desenvolvedoras.
Fundada em 1997, a Shaba Games foi responsável por jogos como Shrek Super Slam e pelo port de Tony Hawk’s Pro Skater 3 para o PlayStation e teve seu último projeto em 2008. O estúdio foi responsável pelo co-desenvolvimento de Spider-Man: Web of Shadows, junto da Treyarch e da Aspyr, jogo do cabeça de teia lançado para a sétima geração de consoles.
Em 2009, duas fontes do site estrangeiro Kotaku afirmaram que a Shaba Games teria sido fechada de vez, resultando em 30 demissões. A Activision foi a público e confirmou o fechamento do estúdio por não estar “adequadamente alinhado à nossa linha de produtos e aos nossos objetivos estratégicos gerais”.
3. Underground Development/Z-Axis
Outra desenvolvedora da Activision que teve seu fim decretado foi a Underground Development, conhecida anteriormente como Z-Axis. Sediado na Califórnia, Estados Unidos, este estúdio foi responsável por trabalhar em Dave Mirra Freestyle BMX, jogo lançado em 2000 e visto como concorrente direto da franquia Tony Hawk's, apesar do foco ser em BMX.
Em 2002, a Z-Axis foi adquirida pela Activision e, no mesmo ano, lançava Aggressive Inline, jogo focado em patinação e um dos maiores sucessos da desenvolvedora até o momento. O ano foi agitado para o estúdio, já que, em novembro, sairia BMX XXX, jogo de BMX focado no público adulto e na sexualização. O título saiu para PlayStation 2, Xbox e Nintendo GameCube, sendo mal-recebido pela crítica.
A Z-Axis ainda trabalhou no jogo X-Men: The Official Game, lançado em 2006, que conecta os eventos do filme X-Men: O Confronto Final. Além disso, o estúdio também se aventurou em um jogo do Homem de Ferro que acabou sendo cancelado.
No ano da criação da Activision Blizzard, a Z-Axis sofreu um rebranding e passou a ser chamada de Underground Development, momento em que trabalhou em Guitar Hero: Van Halen. Em 2010, a empresa fecharia suas portas de vez.
4. RedOctane
Guitar Hero foi uma das séries mais populares e importantes do PlayStation 2, marcando a vida de muitos jogadores e se tornando um ícone na indústria dos games. A RedOctane Inc., ao lado da Harmonix, foi responsável por todo esse sucesso ao trabalhar no primeiro jogo da franquia, em 2005.
Não demorou muito para que a Activision crescesse os olhos para o novo sucesso musical e, um ano depois de Guitar Hero, a dona de CoD adquiriu a RedOctane em um acordo de US$ 100 milhões. Do outro lado, a Harmonix se envolvia em outro projeto de jogo popular do gênero, Rock Band, que travaria uma verdadeira guerra contra Guitar Hero.
O ano de 2025 marca o aniversário de uma década sem lançamentos da franquia, e pode considerar um spoiler, mas é possível imaginar que as coisas não saíram muito bem. Não entenda mal! Guitar Hero foi muito popular por muito tempo, mas a falta de inovação e a saturação do gênero em si não agradaram muito à Activision.
Para se ter uma ideia, foram lançados 16 títulos da franquia, desde jogos principais a spin-offs e mobile, entre 2006 e 2010. E foi neste último ano que a Activision fechou a RedOctane visando diminuir o número de produtos em desenvolvimento, um pouco depois de uma conferência com investidores.
Felizmente, o estúdio ressurgiu das cinzas como RedOctane Games em agosto de 2025, incluindo veteranos de Guitar Hero e DJ Hero, e ficará sob um dos braços do Embracer Group.
5. Luxoflux
No mesmo ano de fechamento da RedOctane Inc. e da Underground Development, o estúdio Luxoflux também fechou suas portas. A grande reestruturação da Activision em 2010 foi realmente expressiva e atingiu muitos de seus estúdios e franquias.
Para quem не conhece, a Luxoflux foi criada pelos ex-desenvolvedores da SEGA, Adrian Stephens e Peter Morawiec, e foi responsável pelo desenvolvimento de jogos como Vigilante 8 e True Crime. O estúdio trabalhou nesta última franquia após ser adquirida pela Activision em 2002.
Após True Crime, a Luxoflux foi designada para vários projetos licenciados de franquias como Kung Fu Panda, Shrek e Transformers. Em fevereiro de 2010, a desenvolvedora fecharia de vez as suas portas, graças à reestruturação que mencionamos anteriormente. No fim das contas, a Luxoflux ficou no mercado por cerca de 12 anos e oito jogos desenvolvidos.
6. Bizarre Creation
Outra baixa brutal foi a da Bizarre Creation, estúdio que se destacou pelo primeiro jogo arcade de corrida exclusivo do Xbox, Project Gotham Racing, que fez um enorme sucesso graças ao sistema inovador que pontuava os jogadores por manobras em alta velocidade.
Outra contribuição muito bem lembrada pela comunidade é Geometry Wars, que nasceu como um minigame do gênero twin-stick shooter dentro de Project Gotham Racing 2. O sucesso do jogo foi tanto que, em 2005, a Bizarre Creation lançou Geometry Wars: Retro Evolved no Xbox Live Arcade, sendo um dos jogos mais vendidos na plataforma.
No auge de sua fama, o estúdio foi adquirido pela Activision em 2007 para expandir o portfólio da empresa. Nos anos seguintes, a Bizarre Creation se envolveu na produção de The Club e em James Bond 007: Blood Stone.
O último grande jogo do estúdio foi Blur, um título de corrida que trazia carros realistas e licenciados, mas com power-ups no estilo Mario Kart. Apesar da boa recepção crítica e dos jogadores, o título foi considerado um fracasso comercial e se juntou às baixas vendas de James Bond 007: Blood Stone, resultando no fechamento de um dos estúdios mais importantes da Activision.
7. Radical Entertainment
Um dos estúdios mais saudosos da Activision, a Radical Entertainment, também não escapou dos cortes da empresa. Responsável por jogos famosos como Simpsons Hit & Run, Prototype e Crash of the Titans, o estúdio foi fundado em 2001 em Vancouver, no Canadá.
A Radical Entertainment foi adquirida em 2005 pela Vivendi Universal e se tornou propriedade da Activision na famigerada fusão. Diferente de outros estúdios, a Radical não foi severamente afetada pela fusão entre as grandes companhias, ganhando espaço para trabalhar na franquia Prototype, que chegou a ganhar uma sequência em 2012 intitulada Prototype 2.
No entanto, Prototype 2 foi considerado como um fracasso comercial, resultando em um duro golpe no estúdio. A Radical Entertainment sofreu cortes brutos e foi rebaixada a um estúdio de suporte, cessando o desenvolvimento de jogos próprios. Hoje, a desenvolvedora atua como Activision Vancouver, voltada integralmente ao suporte de projetos da Activision.
Activision e seu passado sombrio de carrasca
Além de Call of Duty, a Activision é conhecida por sua péssima fama com demissões e fechamentos de estúdios. Curiosamente, a empresa agora está nas mãos da Microsoft, que demitiu mais de 9 mil colaboradores em julho de 2025.
Pensando nos estúdios fechados ou reduzidos a ponto de perderem sua identidade, separamos 7 estúdios que foram fechados pela Activision:
- Radical Entertainment;
- Bizarre Creation;
- Luxoflux;
- RedOctane;
- Underground Development/Z-Axis;
- Shaba Games;
- Sierra Entertainment.
Leia também no Canaltech:
-
10 jogos que definiram o Xbox 360
- 10 jogos que definiram o Xbox
- 12 melhores jogos do Xbox para jogar no PS5
Vídeo: Os jogos estão cada vez mais caros e ruins?