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Divertido e desafiador, Super Lucky's Tale é game para toda a família [Análise]

Por| 06 de Dezembro de 2017 às 08h05

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Divertido e desafiador, Super Lucky's Tale é game para toda a família [Análise]
Divertido e desafiador, Super Lucky's Tale é game para toda a família [Análise]

Quando foi anunciado durante a E3 2017, Super Lucky's Tale chamou atenção principalmente pelo visual cartunesco recheado de cores. A proposta, desde aquele momento, parecia bastante clara e o público-alvo bem delineado: o infatojuvenil e adoradores do estilo plataforma.

A aposta nesse gênero, inclusive, fez a Playful, desenvolvedora do game, ganhar um certo destaque neste ano depois da experiência frustrada que teve com Lucky's Tale, o primeiro jogo da raposa que saiu exclusivamente para plataformas de realidade virtual. O título, como você deve imaginar, ficou bastante restrito àquele nicho, e a saída da companhia foi apostar em uma aventura mais tradicional, que pode ser curtida com joystick ou mouse e teclado em mãos.

O resultado disso é um game visualmente atraente, que diverte bastante e traz alguns desafios, mas que comete lá seus pecados e tem uma história simples, porém adequada para o público ao qual se lança.

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Aventura com gostinho nostálgico

A prova de que Super Lucky's Tale é voltado principalmente para o público infantojuvenil é seu plot. Lucky é uma raposinha simpática que usa capa e sonha um dia ser herói. A oportunidade de provar do que é capaz surge inesperadamente, quando ele acaba preso dentro do Livro das Eras junto com Los Gatitos, um clã de gatos malvados que quer usar o artefato para dominar o mundo.

Para escapar dessa enrascada, o pequeno herói terá de percorrer dezenas de fases distribuídas por quatro mundos diferentes, ajudar aliados inusitados, como toupeiras e minhocas, e derrotar os bichanos megalomaníacos. Cada um desses mundos traz uma temática diferente, sendo baseados na cultura mexicana, na caipira e assim por diante. Cabe ao jogador cumprir alguns desafios para coletar um total de quatro trevos em cada estágio. São eles: coletar as letras para formar o nome LUCKY, coletar 300 moedas, descobrir um desafio secreto e completar a fase.

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Embora não seja obrigatório pegar todos os trevos, eles são essenciais para avançar na aventura, servindo como chaves para abrir as próximas fases e desbloquear os chefões - no caso, os gatos. Em outras palavras, se você não tiver o mínimo para chegar ao próximo nível, terá de voltar a fases já concluídas para coletar os trevos que ficaram pelo caminho.

Por mais que isso pareça enfadonho, essa é uma sensação que logo se esvai quando jogamos as primeiras fases de Super Lucky's Tale. Não precisa ser nenhum especialista para notar que elas são fortemente inspiradas em clássicos como Mario, Banjoo e Crash Bandicoot, além de títulos como Rayman e até mesmo Super Mario Run. É tanta referência bacana que chega a abrir um sorriso no coração dos mais nostálgicos.

Level design e audiovisual supimpas

Normalmente quem se inspira em clássicos acaba sendo taxado de cópia e logo cai no ostracismo. Super Lucky's Tale não comete esse pecado e se arrisca o suficiente para percebermos que ali há elementos que são dele, e não emprestados. E o que merece destaque é justamente seu level design.

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É evidente que as primeiras fases são muito parecidas com algumas que já vimos em outros jogos. Porém, à medida que avançamos, elas vão se diversificando e impondo alguns desafios que nos levam a questionar se aquilo ali foi mesmo feito para a molecada. Não chega a ser algo no nível de Cuphead, mas é o suficiente para abrirmos um sorrisinho de canto de boca e pensar "eu vou passar disso".

A diversidade é tamanha que temos desde fases em 2.5D, ao estilo dos side scrollings clássicos, a cenários gigantescos em 3D que exigirão um bom tempo de exploração para coletar todos os itens. Outros estágios surgem como grandes desafios, convidando o jogador a solucionar puzzles e superar desafios bem específicos.

Outro elemento, já falado no começo desta análise, que merece destaque é o visual de Super Lucky's Tale. A Playful caprichou na ambientação e construção dos cenários, adotando gráficos coloridos, cheios de contraste e saturação, algo que faz tudo parecer mais vivo e bonito aos olhos do jogador. O trabalho é tão primoroso que quem se dispuser a procurar serrilhados e coisas do tipo vai acabar se frustrando, pois tudo está muito bem modelado e polido.

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A trilha sonora é outra atração à parte. As composições são muito bem balanceadas, conseguindo ser, ao mesmo tempo, empolgantes, engraçadas e nostálgicas, nos fazendo lembrar dos títulos de plataforma 3D do fim dos anos 1990. As músicas da Vila Vegetal são excepcionais e certamente vão arrancar boas risadas de você.

E já que falamos de risada, também vale mencionar o trabalho de localização em Super Lucky's Tale. O game está totalmente traduzido para o português, o que facilita a vida da garotada. Apesar de os personagens falarem muito pouco, os diálogos que surgem em balões entre uma fase e outra são impagáveis.

Tropeços e frustração

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Falando assim até parece que Super Lucky's Tale não tem defeito, mas não é bem assim. Basta jogar algumas horinhas para perceber que Lucky não tem nenhuma habilidade especial e conclui toda sua aventura com os mesmos poderes que começou: ou seja, nenhum. Pois é, o personagem não evolui e não há qualquer power-up para dar uma chacoalhada nas coisas. Tudo é resolvido com pulos e golpes com a cauda do bichinho.

Por falar nele, Lucky é bonitinho, fofinho e simpático, mas lhe falta carisma. A raposa não fala praticamente nada, não conversa com outros personagens (apenas acata pedidos de ajuda) e não desperta interesse no jogador, o que dificulta a formação de qualquer vínculo entre as partes.

Os chefões impõem pouca dificuldade e seguem aquela fórmula batida que todo mundo conhece: basta acertá-los três vezes para que eles "morram". Já a partir do fim do segundo mundo o jogador saca que as fases em si são mais difíceis do que o desafio final.

Porém, nada supera a frustração que é lidar com a câmera de Super Lucky's Tale. Veja bem, estamos falando de um jogo de plataforma tridimensional, logo faz todo o sentido o jogador ter liberdade para escolher o ângulo que quer posicionar a câmera, certo? Afinal de contas, já era assim em Super Mario 64, em 1996. Mas não aqui.

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É verdade que podemos optar por três opções pré-definidas de câmera fixa, mas isso não é suficiente. O resultado é que muitas vezes acabamos sendo traídos pelo ângulo de visão e nos atiramos em penhascos e inimigos por não termos a mínima, ou pouca, noção do que está ao nosso redor. Em algumas situações a coisa é tão grave que a vontade é realmente de desistir e deixar de coletar uma coisa e outra.

Divertido, desafiador, mas pouco marcante

No fim das contas, Super Lucky's Tale é um jogo bastante divertido e que traz uma boa variedade de estilos de fases. Dá, sim, para dizer que ele é desafiador, mas não espere nada no nível de Dark Souls, Bloodborne ou até mesmo Cuphead, por exemplo - tenha em mente que estamos falando de um game infantojuvenil.

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O grande problema fica mesmo por conta da câmera, que não chega a comprometer a jogabilidade como um todo, mas pode frustrar em algumas situações específicas. Fora isso, a soma de outras falhas menores acaba tornando o jogo pouco marcante e esquecível. É o caso, principalmente, da falta de carisma do protagonista, que entra mudo e sai calado de toda essa aventura - evidenciando que a dublagem poderia ter sido melhor explorada e uma certa falta de intimidade da Playful com o gênero.

Mesmo colocando tudo isso numa balança, Super Lucky's Tale ainda é uma excelente opção para a garotada, para famílias que querem passar um tempo juntas e sobretudo para os fãs de plataforma, que não têm tanta oferta de jogos do gênero quanto gostariam.

Super Lucky's Tale está disponível para Xbox One, Xbox One X e Windows 10. No Canaltech, ele foi analisado com cópia digital cedida gentilmente pela Microsoft Brasil.