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Análise | Comando Silver é o DLC que Spider-Man merecia desde o começo

Por| 24 de Dezembro de 2018 às 11h57

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(Captura de Imagens: Rafael Arbulu)
(Captura de Imagens: Rafael Arbulu)

Ao contrário de seu enredo principal, que mantém uma curva ascendente de qualidade por toda a aventura, a trilogia de extras de Marvel’s Spider-Man— chamada de A Cidade Que Nunca Dorme (The City That Never Sleeps) — foi o percurso de uma montanha-russa: entrou em alta com O Assalto (The Heist), desceu uma ladeira sem qualidade com Guerra de Gangues (Turf Wars), mas recuperou-se de forma memorável em Comando Silver (porcamente traduzido e adaptado de Silver Lining).

Neste terceire DLC, o Aranha novamente encontra a mercenária-CEO-princesa Silver Sablinova, popularmente conhecida como “Silver Sable”, que retorna a Nova Iorque para recuperar o equipamento que lhe foi roubado pelo crime organizado — especificamente, a família Maggia, comandada pelo Cabeça-de-Martelo, um dos vilões mais esquecíveis do jogo e, ainda bem, a parte menos importante de todo o extra.

É possível notar um esforço maior em recuperar o ritmo de jogo deixado em segundo plano durante o segundo extra — “Guerra de Gangues” — ao trazer uma variedade maior de missões extras, uma narrativa bem aprofundada (apesar do vilão tosco) e um melhor desenvolvimento de personagens, além de abrir caminho para uma nova série de DLCs ou, quem sabe, uma sequência direta do jogo principal.

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Em Comando Silver, como dissemos, o Homem-Aranha ainda se vê às contendas com a Família Maggia do crime organizado novaiorquino, comandada pelo vilão Cabeça-de-Martelo. A primeira missão do jogo (mostrada no nosso gameplay gravado mais abaixo — cuidado com leves spoilers sobre o fim de Guerra de Gangues: adiantamos o vídeo para dois minutos a fim de evitar surpresas desagradáveis a você) já dá o tom mais frenético e aberto do extra. Você está em perseguição a um grupo dos mafiosos, com equipamentos de combate ultramodernos. Dividida em duas sessões, a segunda parte mostra a chegada de Silver Sable, a mercenária que comanda a força paramilitar que dá nome à DLC — ela é a primeira chefe que você enfrentará.

No que tange à jogabilidade, não há riscos tomados ou grandes inovações aqui: a Insomniac preferiu seguir o caminho mais seguro, ancorando o desenvolvimento de Comando Silver em uma fórmula de jogo que deu — e continua dando — muito certo. Grupos numerosos de inimigos na tela, todos atacando o herói aracnídeo ao mesmo tempo e com uma boa variedade de habilidades para que você tente se desvencilhar. Sim, os mafiosos com jetpacks ainda são extremamente irritantes, assim como o são os brutamontes com minimetralhadoras. Nada que você não tenha enfrentado antes, mas a “mentalidade de grupo” da inteligência artificial do jogo faz um trabalho decente de dificultar a maior parte dos combates.

Como de praxe, e seguindo a tendência estabelecida por seus predecessores, Comando Silver também traz diversas missões secundárias a fim de estender o tempo de jogo que, se seguido apenas pelo enredo principal, dura pouco mais de 90 minutos. Adicione a isso uma série de novos colecionáveis e o retorno da chatíssima vilã youtuber Screwball e você tem uma aventura que consegue contar uma ótima história, amarrando o contexto principal e os extras de forma que um não se sustenta sem o outro, mas sem parecer “forçado”. Complete todos os desafios em sua totalidade e três novas roupas serão liberadas para o aracnídeo.

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O principal destaque de Comando Silver fica para a narrativa: à primeira vista, fica evidente o esmero da Insomniac Games de explorar o conceito de “o inimigo do meu inimigo é meu amigo…”, posicionando Silver Sable inicialmente como a chefe de uma missão (enfrentando nosso herói), para, aos poucos, fazê-la perceber que, a despeito de seus métodos, a mercenária e o herói aracnídeo têm o mesmo objetivo.

Pontos extras pelo diálogo que mostra a antítese desse relacionamento: Sable é a guerreira, militar, e seus trejeitos russos (oficialmente, ela é de “Symkaria”, um país fictício, mas obviamente copiado da Rússia) demonstram seu estoicismo e foco dignos de uma comandante; ao passo que o Homem-Aranha é o de sempre: jocoso, piadista, jovial e até relativamente ingênuo. Funciona bem. Dica: a comédia entre os dois tem seu ponto alto quando o herói tenta a todo custo conseguir da mercenária um “high five”. Risos garantidos.

Também é exibida na narrativa a real motivação de Silver Sable, ainda que apenas sirva como pano de fundo, sem uma demonstração prática. Conforme mostrado em nosso gameplay no vídeo acima, a nação de Symkaria, terra natal de Sable, está em guerra civil. Ela espera recuperar seus equipamentos roubados e, com isso e a ajuda de seus comandados, por um fim ao derramamento de sangue dos seus cidadãos (além de comandante da força paramilitar, Sable é a princesa de Symkaria).

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Chega também a ser intrigante o desenvolvimento em segundo plano da capitão da polícia novaiorquina, Yuri Watanabe: você deve lembrar dela na aventura principal como o ponto de contato entre as autoridades oficiais e o Homem-Aranha. Bom, nesta trilogia Yuri vai, aos poucos, perdendo a fé na Justiça e, aqui, embora ela não apareça em nenhum momento, uma série de missões auxiliares mostra o destino dela após os eventos ao final de Guerra de Gangues. Não podemos detalhar muito pois, novamente, spoilers, mas é suficientemente seguro dizer que, apenas aqui, há pano de fundo para uma nova série de extras ou, de forma mais ousada, o início de uma sequência, um novo jogo.

É uma pena, de verdade, que o extra tenha uma duração tão curta. Comparada a outras produções episódicas extras de um jogo principal, Comando Silver é um DLC que, fosse qualquer outro jogo, de qualquer outra publisher, teria a duração de uma ou duas missões. Isso em nada diminui o seu brilho, claro, ao resgatar as falhas graves cometidas em Guerra de Gangues e superar em qualidade e volume o primeiro extra O Assalto. Também sentimos falta de um fechamento melhor: essa trilogia começou com a Gata Negra, que faz uma breve aparição aqui, e, depois de um curtíssimo momento chave, ela desaparece, sem mais, nem menos.

De qualquer forma, A Cidade Que Nunca Dorme conseguiu se firmar como uma trilogia de extras bastante satisfatória, que consegue esticar a aventura do Homem-Aranha no PlayStation 4 para muito além do enredo principal. É uma ótima pedida para um presente de Natal.

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Fonte: 19605