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Análise | F1 2019 larga na pole como o game mais completo da categoria

Por| 25 de Junho de 2019 às 10h59

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Análise | F1 2019 larga na pole como o game mais completo da categoria
Análise | F1 2019 larga na pole como o game mais completo da categoria

Estamos em um mercado em que jogos esportivos anuais são, na esmagadora maioria dos casos, sucessos explosivos sucessivos, com legiões de fãs que mal podem esperar pelas atualizações. Para quem vê de fora, essa dinâmica sempre soa como mais do mesmo, e essa visão nem sempre está equivocada, por mais que os aficionados sempre compareçam. Essa, entretanto, não é uma visão que se aplica a F1 2019.

Chegando mais cedo neste ano e celebrando o décimo aniversário de sua parceria com a Fórmula 1, a Codemasters mostra, mais uma vez, saber que está bem avançada em seu trabalho. Já há dois anos, ela encontrou seu melhor acerto na atual geração de plataformas, entregando um jogo que é, ao mesmo tempo, acessível e realista, de acordo com a vontade de cada jogador. Atualizações de equipes, pilotos e pistas são de praxe; mas na nova edição a companhia quer mostrar muito mais. E a boa notícia é que ela efetivamente conseguiu.

F1 2019 traz, sem dúvida nenhuma, o maior pacote de conteúdo já visto em um game da franquia, indo muito além do básico, que é apenas apresentar com qualidade e imersão uma temporada completa da categoria. Na nova versão, que chega ao PC, PS4 e Xbox One no dia 28 de junho, existem extras que tornam a já nada simples carreira uma entre diversas outras opções.

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A começar por aquela que foi citada como uma das maiores adições do game, mas que, na realidade, não acaba soando tão grande assim: a F2. A categoria, espécie de base da Fórmula 1, é retratada na íntegra e em um modo próprio, servindo como uma espécie de introdução à campanha principal de F1 2019, apresentando o usuário à jogabilidade e estilo de manejo, mas também adicionando uma novidade na forma de um pequeno enredo, no melhor estilo Sessão da Tarde.

Amigos e rivais são delineados em uma temporada resumida da F2, composta por três corridas e cenários específicos, que envolvem situações que podem ou não acontecer dali em diante, de acordo com a performance do jogador. Você se deparará, por exemplo, com questões como ordens de equipe, problemas no carro e também o sistema de pontuação, além de lidar com a imprensa e perceber como seu modo de pilotar pode afetar a carreira na categoria mais célebre do automobilismo.

A presença de um pouco de história em um game focado na precisão e na simulação pode parecer esquisita, mas ela torna todo o processo um pouco mais humano. É claro, ele não afeta tanto quanto deveria, com o desempenho ainda sendo a maior arma do jogador na renegociação de contratos e no avanço da carreira, mas saber dar uma boa resposta aos jornalistas pode auxiliar no desenvolvimento de veículos ou dificultar esse processo. É o tipo de adição que não muda a experiência de forma contundente, mas que é interessante de ter.

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Por outro lado, essa abordagem mais focada em um pequeno enredo também faz com que, desta vez, não apenas um assento da Fórmula 1 deixe de ser ocupado por um piloto real para abrir espaço ao jogador, mas sim três. O companheiro de equipe da F2 e também o principal rival seguem para a categoria junto com você, de forma a levar a história adiante. Os combates se refletem nas pistas, com a IA sendo mais sensível ao andamento do campeonato e ao comportamento do jogador, também quebrando as regras (mas só de vez em nunca) caso isso seja necessário para garantir alguns pontinhos.

A ausência de mais nomes consagrados pode soar negativa, mas é compensada por outros elementos, como a tão pedida possibilidade de transferência de pilotos licenciados. Em um esforço de negociação que soa hercúleo, a Codemasters aplica o mesmo sistema de progressão do jogador também aos outros atletas, o que gera situações curiosas, como Lewis Hamilton na Ferrari e Sebastian Vettel na Haas, com Romain Gorsjean sendo dispensado pela performance abaixo do esperado. Assim, cada temporada sequencial se torna diferente da anterior, mesmo que os carros, performances e equipes permaneçam sempre os mesmos.

Mais do que a consagração

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Quem quiser, é claro, também pode jogar uma temporada completa da F2 em um modo dedicado a isso, ou então escolher seu piloto real de preferência para um ano inteiro de Fórmula 1. E estas são apenas duas opções de um menu de torneios bastante rico e cheio de possibilidades que abrangem desde jogatinas rápidas até um comprometimento maior com a carreira.

Existem ligas especiais apenas de pistas europeias, torneios voltados aos carros clássicos ou sequências de desafios mais simples, além de opções sazonais que vão sendo adicionadas ou removidas pela Codemasters de acordo com a temporada real da Fórmula 1. O foco em eSports também aparece com cada vez mais força, apesar de o acesso ao modo online ter sido um tanto prejudicado, durante o processo de análise, pelo fato de estarmos com cópias antecipadas do game, o que implica em bem menos gente jogando online.

Ainda assim, já dá para perceber que o game tenta dar a qualquer um a chance de disputar, seja por tempo nos placares de líderes ou em corridas especiais, parte de torneios oficiais ou ligas criadas pelos jogadores. Um sistema de criação de carros, kits e capacetes dá mais personalidade ao conjunto multiplayer, tornando a experiência tão rica quanto a da campanha.

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E então chegamos ao modo que deve se tornar o preferido dos brasileiros (e dos franceses, ou não). Como que realizando um desejo antigo, a Codemasters finalmente trouxe Ayrton Senna, junto de Alain Prost, a um game da série F1. Não apenas os carros clássicos dos dois estão disponíveis para serem usados no game, como a própria rivalidade entre a dupla pode ser colocada à prova no game.

Isso se dá, entretanto, por meio de uma série de desafios especiais, como os que aparecem esporadicamente na campanha principal. Em vez de criar cenários baseados nas grandes disputas entre Prost e Senna, dando ao jogador a chance de mudar a história ou manter a realidade inalterada, a Codemasters segue pelo caminho menos criativo e mais simples, reduzindo um bocado a força que um extra deste tamanho poderia ter. É emocionante controlar nosso Ayrton, sem dúvida nenhuma, mas os duelos, nas pistas, não carregam esse mesmo peso.

Não é possível abraçar o mundo e, por mais que tente, questões relacionadas à necessidade de lançamento e à tentativa de não atrasar a edição deste ano, que chega inclusive mais cedo, também têm seu efeito no conjunto gráfico. Há de se questionar, aqui, esta crítica devido ao claro foco no conteúdo adicional, mas não existem dúvidas quanto ao fato de que, se olharmos uma imagem, há pouca evolução visual da versão 2018 para esta.

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Problemas existentes há anos, como o screen tearing nos momentos de maior velocidade ou as animações repetitivas no pré-corrida e pódio, permanecem, e ainda há uma estranha falha que faz com que texturas de macacões e capacetes carreguem diante dos olhos do jogador. São falhas no aspecto visual que parecem provas que, no quesito visual, a Codemasters também parece ter chegado ao máximo que a atual geração é capaz de entregar.

Não que os gráficos sejam feios, muito pelo contrário, eles são belos, e nas corridas noturnas ou com chuva, o visual brilha ainda mais. Por outro lado, parece não existir uma necessidade de aprimorar essa questão, e sim outras, como a jogabilidade, que sempre foi boa e agora aparece ainda melhor, com uma dirigibilidade mais apurada e simulação, ao mesmo tempo, mais realista e amigável.

F1 2019 continua chamando a atenção por entregar o comando totalmente ao jogador, permitindo que ele adeque o desafio de acordo com a própria habilidade. Ao contrário da procissão que vemos aos domingos na TV, entretanto, o game dá mais espaço para a habilidade e menos para a potência dos carros. É claro, você não verá um Williams disputando a pole, mas se tiver um bom braço e estiver no comando da outrora equipe vencedora, não ficará se arrastando em último lugar o tempo todo.

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Se fosse apenas por isso, F1 2019 já seria o melhor jogo da categoria já lançado, uma coroa que a Codemasters vem se mostrando digna de receber ano após ano. Entretanto, agora, ela foi além, mostrando que mais do que ter chegado a um aparente ápice do que é capaz de fazer nesta geração, também está mais confortável para ousar e ir além, trazendo o mesmo brilhantismo da temporada comum a outros aspectos do automobilismo e do videogame.

É claro, como sempre, há espaço para evolução e mesmo uma escuderia de ponta sabe que precisa continuar aprimorando o carro para continuar na ponta. O que nos leva ao ponto que sempre é citado quando um game da franquia da Codemasters é abordado: é possível afirmar com certo grau de certeza que temos em mãos o melhor game da Fórmula 1, sim, mas somente até a edição do ano que vem.

E ainda vale a pena lembrar que uma nova geração de consoles se aproxima, o que fará com que os ápices citados não sejam mais os pontos mais altos a que se pode chegar. Se nos primeiros 10 anos diante da franquia a Codemasters chegou a esse ponto, é empolgante pensar como será a próxima década.

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F1 2019 foi analisado no PlayStation 4 com cópia gentilmente cedida ao Canaltech pela Deep Silver.