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Videogame é coisa para menino? Não mais!

Por| 23 de Outubro de 2012 às 08h55

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Videogame é coisa para menino? Não mais!
Videogame é coisa para menino? Não mais!

“Vídeogame é coisa para menino!”. Quem nunca ouviu uma frase dessas vinda da mãe de alguém, ou da tia de alguém, ou da avó... Pois é. Hoje, esse quadro já está bem diferente. Que fique claro de antemão que não temos a mínima intenção de levar o assunto aqui para o modo feminista. O objetivo é mostrar que, no mundo dos games, a ideia de uma mulher gamer está caminhando para as vias de fato, sem rusgas do público masculino.

Ok, ok. Ainda existe uma resistência sobre o papel da mulher nesse meio dominado, em sua grande parte, por garotos ou homens de até 40 anos. Quer dizer, 40? Não, não, pois os games estão também partindo a barreira da faixa etária. Mas não vamos fugir do assunto principal.

De geração para geração, os jogos têm afetado as pessoas, de ambos os sexos, de muitas maneiras: estimulando o cérebro, a coordenação motora, a capacidade de raciocínio e, agora com os periféricos (Kinect, Move), o corpo também. Contudo, podemos ver nesses elementos um contraponto sobre a antiga fama de que jogos eletrônicos só podem ser destinados a um gênero. A era dos fliperamas praticamente acabou, e hoje os consoles da atual geração acabam fornecendo ferramentas que alinham, ou melhor, agrupam mais pessoas.

Jogos sociais ainda mais. Os games feitos inicialmente para redes sociais foram o grande pontapé para que as garotas começassem a entrar mais para esse universo. E as desenvolvedoras estão percebendo o papel feminino no mercado de games e aderindo de diferentes formas para atender esse público específico.

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O jornalista Oscar Diele, do site Venture Beat, abordou a consciência criada sobre esse assunto. Ele levantou a bola sobre o tema e colocou em cheque as gerações de mulheres que jogam: as vovós, as mães e as garotas, sendo as duas primeiras justamente as que mais recriminavam essa forma de entretenimento. É, as coisas mudaram.

Se viajarmos no tempo, nossas avós brincavam tanto quanto nós, divertiam-se tanto quanto nós, porém com jogos que nem sempre eram saudáveis fisicamente, ou até psicologicamente.

“Costumava me reunir com minhas amigas, na minha casa, enquanto nossos maridos trabalhavam. O jogo da vez era canastra e o castigo para quem perdesse era uma peça a menos de roupa. Bebericávamos escondidas, até porque naquela época (anos 60) não ficava bem. Mas a diversão dessa jogatina é que o castigo para quem perdesse era tirar uma peça de roupa, mas naquela época o pudor estava em alta e fazíamos de tudo para não perdermos umas para as outras. Era um jogo como qualquer outro, só que um pouco mais pesado, confesso”, conta sorrindo a dona de casa Maria Inês Machado, de 71 anos. E querem saber? Hoje a senhorinha aí é viciada em Poker Online.

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Mas o que mudou para ela de lá para cá com relação a jogar com as amigas, pessoalmente, e agora virtualmente? Sim, duas amigas dela participam das mesmas partidas.

“Hoje, eu sou uma viúva de mais de 70 anos e confesso que jogar no computador (pôker) é uma das coisas que mais preenchem meu tempo. Além disso, sou cortejada por jogadores anônimos o tempo todo (risos). Me divirto e compartilho esses momentos também com as mesmas amigas com as quais me divertia enquanto meu marido não estava”, completou Maria Inês.

Outro ponto interessante é que videogame era sinônimo de briga em casa, entre irmãos, e falta de disciplina escolar. Quer dizer, pode até existir famílias que passem por isso ainda, no entanto as mães estão usando os consoles de um jeito oportunista, até como meio de se entrosar mais com os filhos. “Comprei o Xbox 360 pra minha filha, que tem 10 anos, e consequentemente acabei comprando o Kinect. Achei interessante que ela se diverte pra caramba e sempre me chama para brincar com ela em jogos esportivos ou de aventura. No fundo gosto muito dos jogos de dança. Me desestresso com certeza e é uma forma de me tornar mais íntima das vontades da minha pirralhinha”, contou Beatriz Moraes, publicitária de 37 anos.

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Para Beatriz, esse tempo de diversão é bastante necessário. Como ela mora numa cidade grande, onde as áreas verdes ou parques são distantes, o meio alternativo de se entreter acabou vindo por meio de um videogame.

Outras mulheres de meia idade também usam os games para passar tempo na ida para o trabalho ou nas salas de espera da vida. “Meu filho pegou o meu smartphone um dia desses e ficou jogando por horas algo que não sabia o que era. Indo para o trabalho, peguei um trânsito insuportável. Aquele de São Paulo que todos sabem bem como é. Abri o celular e vi um aplicativo chamado Cut The Rope. Depois que dei play não tinha mais como não querer pegar todas aquelas estrelinhas”. Essa pessoa aí é a Fernanda Gimenez, mais uma mulher, mãe, que se rendeu inconscientemente a um social game.

Basta olhar esses exemplos para entender que a indústria precisa focar mais nas senhoras e senhoritas do mundo. Prova de que isso é possível é o interesse que a Nintendo já mostrou a respeito.

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A maior incidência de jogadoras parece ocorrer dentro dos MMOs e social games. Percebe-se que as garotas gostam do contato interpessoal por vários motivos. Essa conjunção proporciona experiências além daquela isolada por um single player de um console tradicional. Elas interagem mais e gostam de compartilhar informações e esse é um dos motivos pelos quais as empresas podem querer investir cada vez mais nesse novo (velho) nicho.

Parafraseando Jim Ryan, chefe da Playstation Europa, ‘estamos lidando com um público feminino, que pode ser considerado o Santo Graal oculto para as distribuidoras de jogos’.