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Análise | Sennheiser HD 4.50 BTNC: um bom companheiro para seu dia a dia

Por| 20 de Fevereiro de 2019 às 21h00

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Análise | Sennheiser HD 4.50 BTNC: um bom companheiro para seu dia a dia
Análise | Sennheiser HD 4.50 BTNC: um bom companheiro para seu dia a dia

Quem gosta de ouvir música com qualidade já conhece a fama da Sennheiser, fabricante com 70 anos de mercado e famosa por seus fones de ouvido sóbrios e de áudio bastante limpo. Com o HD 4.50 BTNC não é diferente; aliás, vemos a assinatura da marca tanto por fora, no design dos fones, quanto "por dentro", naquilo que conseguimos extrair deles.

A bola da vez é um fone de ouvido robusto, desenvolvido para quem ama música e precisa de mobilidade, principalmente enquanto viaja ou vai trabalhar em diferentes locais durante a semana. Ele também é voltado para quem quer se isolar um pouco do mundo lá fora, com sua tecnologia noise cancelling. Vamos falar mais do HD 4.50.

Design & Ergonomia

Análises são subjetivas, claro, mas provavelmente há um ponto em que poucos discordariam ao pegar o fone da caixa pela primeira vez: o design elegante e bem acabado do HD 4.50. O produto tem um visual minimalista e com acabamento premium, todo em plástico, silicone e material que imita couro. Um belo de um fone!

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Enquanto o modelo over-ear da alemã garante os suspiros daqueles que prezam por gadgets mais discretos, a bolsa para transportes que os acompanha na caixa deixa a desejar, por ser feita de material barato e parecer mais um brinde que uma parte integrante do conjunto. Melhor do que nada, né? Tá certo que é um ponto que não afeta a experiência, mas poderia ser levado em consideração, dada a qualidade dos fones. Mas o HD 4.50 BTNC é fácel de dobrar e carregar por aí para onde você for, seja na bolsa ou na mochila do notebook.

Na cabeça, os fones podem parecer um tanto apertados nos primeiros dias de uso, mas nada que incomode tanto. São leves, confortáveis, macios e bem fechados. Aliás, provavelmente a Sennheiser construiu o headset dessa maneira para vedar bem as orelhas, já que um ponto bem bacana aqui é o vazamento quase nulo de ruído para quem está de fora.

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As conchas são fechadas e as almofadas são bem firmes nas orelhas e, estas últimas, por serem feitas de material sintético, esquentam bastante durante o uso. A passagem de ar é mínima e, se você costuma suar bastante, pode achar inconveniente usar fones tão abafados — principalmente durante a prática de exercícios físicos no verão. Mas ao mesmo tempo que elas chegam a esquentar, são extremamente confortáveis e macias, com uma espuma que tem certa memória quando você tira e coloca o fone de volta nas orelhas. Passamos de duas horas contínuas usando os fones diariamente sem grandes desconfortos.

Até gostamos do arco do HD 4.50, que divide opiniões por ser mais estreito, durinho e revestido apenas por silicone, o que pode incomodar alguns. Muito embora seja mesmo rígido, não chegou a machucar a cabeça nos nossos testes (mas com muitas horas de uso, pode incomodar um pouco na região central do arco com a cabeça) e nem belisca os cabelos. Ele tem uma sensação muito agradável ao toque (aliás, o fone todo tem um acabamento legal). No entanto, em termos de conforto, o HD 4.50 fica ligeiramente aquém se comparado a modelos NC como o Sony WH-1000XM3 e o Bose QuietComfort 35.

Controles

Na concha direita estão alguns comandos simples e intuitivos (como idealizado pela própria Sennheiser): liga/desliga, controle de reprodução de músicas (para frente e para trás) e volume. Os botões de volume também ativam e desativam o cancelamento ativo de ruído quando pressionados juntos e ao mesmo tempo por alguns segundos. Aqui também está o microfone do brinquedinho.

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NoiseGard: cancelamento ativo de ruído

A vida corrida de quem faz home office (o que acaba se tornando mobile office, mesmo que isso inclua ou não as viagens) constantemente faz a gente trombar com a bagunça das ruas, barulhos em coffee shops, conversa fiada em restaurantes e espaços de coworking e a barulheira dos transportes públicos. Quer se isolar um pouco disso e se concentrar mais? Bote na sua cabeça que seus fones precisam ter isolamento de ruído e seja feliz.

No HD 4.50, o cancelamento ativo de ruído ativo é bem honesto (não chega a ser incrível) e tem um bloqueio legal da passagem de sons externos para seus ouvidos. Principalmente na faixa dos graves aos médios-agudos (que incluem aí os ruídos de motores, grande parte das conversas e sons de ambientes externos). Se a ideia é trabalhar no escritório sem ter a concentração quebrada pela conversa dos colegas, ponto positivo para o HD 4.50, porque vai ser uma mão na roda. O mesmo vale para viagens ou passeios aleatórios. Já se você pensa que vai a um congresso e ficar alheio a todo o barulho do evento, calma lá que não é bem assim.

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Se cabe aqui uma observação pertinente, há um paralelo interessante entre essa história de ruídos no HD 4.50: claro que o fone foi desenvolvido pensando em filtrar o máximo possível de barulho para quem ouve a música, certo? Só que, incrivelmente, o oposto funciona muito melhor, pelo fato de as conchas serem quase herméticas nas orelhas: o que vaza de áudio dos fones para quem está ao lado de fora é ínfimo. Isso é bem legal para quem precisa dos fones em ambientes também silenciosos, por exemplo, sem atrapalhar o colega que está imediatamente ao seu lado. E assim você pode usá-lo para pegar no sono sem atrapalhar seu parceiro, tranquilamente. É música para você e ninguém mais.

Abaixo, um vídeo sobre a tecnologia NoiseGard:

Qualidade sonora

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Ouvimos de tudo e mais um pouco nestes fones e, de modo geral, a qualidade sonora é bastante satisfatória. Acima da média, claro, bem equilibrada e com frequências preservadas.

O espectro mais agradável aos ouvidos é o de graves e médio-graves. É um dos modelos que testamos que apresentaram baixos e instrumentos mais graves muito bem definidos nas músicas, sem machucar os ouvidos com distorções ou aquela tradicional pressão de batidas densas. A presença dos graves pode ser leve para aqueles que são chegados a um boombox dentro dos ouvidos, claro. Então, se você pira em drum-n-bass, este fone não é para você, meu caro (o que, para nós, é um baita ponto positivo). Já se você é do rock n' roll, vai gostar — e muito.

Os médios do HD 4.50 também são bem gostosos de se ouvir. Músicas instrumentais como o jazz, a MPB, o pop e o fusion trazem uma riqueza de detalhes bem bacana, principalmente nos pianos, caixas, metais e guitarras. Claro que quem gosta de outros estilos também vai curtir muito ouvir a parte instrumental e até mesmo vocal, principalmente em músicas que aproveitam melhor de seus trechos instrumentais melódicos e harmônicos, independente do estilo.

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Já os agudos e médio agudos poderiam ser mais... precisos. Talvez mais equilibrados. Ao escutar músicas com grande riqueza vocal, como óperas e acapellas, sentimos que falta um pouco mais de brilho e definição especificamente neste espectro. Músicas latinas e que têm foco maior em percussividade e instrumentos mais agudos também sentem um pouco essa questão dos agudos. É a faixa do "tss" dos chimbais e dos sons sibilantes dos vocais, de que ouvidos mais exigentes vão sentir falta. Mas é a assinatura do fone, portanto, segue o baile.

Um ponto que merece destaque: ao desativar o cancelamento de ruído, a qualidade sonora do fone ganha mais detalhes nos médio-agudos e agudos, tornando a experiência musical mais agradável. Fica a dica para quem estiver a fim de ter um HD 4.50 BTNC.

Conectividade

Quanto à conectividade, o fone possui Bluetooth 4.0 para você parear com seu telefone ou computador. A qualidade é boa, com alguns mínimos (quase nulos) gargalos aqui e ali. Os fones também possuem conectividade NFC para parearem-se com smartphones que possuem a tecnologia de aproximação. Na caixa também vem um cabo de áudio para auxiliar os mais exigentes (o que melhora um pouquinho a qualidade sonora) ou conectar o fone em placas de áudio, ou sistemas sem Bluetooth. Aliás, não é qualquer cabo que funciona aqui, não: caso a ideia seja comprar um novo ou maior, atente-se que uma extremidade é P2 padrão (3,5 mm). A outra, que se conecta no fone, é P1 (2,5 mm). O mercado está cheio de adaptadores para resolver isso, também.

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De maneira geral, o HD 4.50 é um fone sem fio na medida para a esmagadora maioria dos estilos, mas se casa melhor com músicas que puxam mais para os médios-graves, como rock, pop, metal, disco, soul, funk, eletrônica, reggae... óperas e clássicas talvez soem um pouquinho abaixo da expectativa dos usuários mais exigentes. Por ser um fone fechado, o palco sonoro não é amplo como o de outros modelos mais caros da Sennheiser. Parece que falta um pouco de ambiência e dinâmica, talvez mesmo pela falta de precisão dos agudos. No fim das contas, a assinatura sonora que a empresa deixou aqui serve para agradar à maioria dos gregos e troianos, com uma pegada no estilo dos jovens. E nós ficamos satisfeitos com nossa experiência de uso pesado com os fones (e nem somos tão jovens assim, hein?).

Desempenho

A Sennheiser traz uma bateria com duração média de 19 horas de reprodução com o cancelamento de ruído ligado, ou 25 horas sem o recurso. De novo, é uma quantidade honesta — não chega às 30 horas do WMX-1000XM3 da Sony, que analisamos há alguns meses aqui no Canaltech, mas é um tanto considerável para quem ouve música moderadamente.

O fone não tem desligamento automático, então é bom ficar esperto com a bateria caso você esqueça ele ligado.

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Em termos de latência, ponto para a Sennheiser: ela é mínima, quase desprezível, e assistir a vídeos musicais (e até filmes) é uma experiência legal com o HD 4.50 BTNC.

Aplicativo e equalização

Para quem quer ampliar a experiência de uso dos fones, a Sennheiser disponibiliza gratuitamente o Captune, um aplicativo de equalização que entrega a música mais lapidada, a gosto do freguês. Mas, infelizmente, rolou uma grande bola fora, aqui. O app não se integra com o serviço de streaming mais usado na atualidade, o Spotify.

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Em nossos testes com um iPhone 7, o Captune até perguntou se queríamos sincronizá-lo com o Apple Music, o Tidal ou a biblioteca local do telefone. Infelizmente, sentir o gosto dos equalizadores ficou só na promessa. O motivo: desde que inventaram os serviços de streaming, os SSDs e a nuvem, não uso mais músicas em biblioteca local — e isso deve ter uns 3 anos ou mais. O app, infelizmente, vai ficar para uma próxima, porque também não assino Apple Music no meu iPhone, e sim o Spotify. Aparentemente, o Captune está em uma espécie de fase beta (conforme diz o site oficial em uma página ainda com erros de digitação).

Eis a interface do app:

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Modo headset

Se a ideia é usar os fones para ligações telefônicas, você vai gostar. Os controles são fáceis e intuitivos, e olha que legal: você consegue ouvir sua voz pelos fones enquanto fala ao microfone (localizado na concha direita). A qualidade das ligações, também, é honesta.

O que vem na caixa

  • HD 4.50 BTNC
  • Bolsinha de transporte
  • Cabo de áudio com conectores de 2.5 mm numa ponta e 3.5 mm na outra
  • Cabo USB
  • Guia rápido
  • Manual de segurança

Specs

  • Impedância: 18 Ω
  • Frequência de resposta (Microfone): 100 Hz - 10 kHz
  • Frequência de resposta (Fones): 18 Hz - 22 kHz
  • Nível de pressão sonora (SPL): 113dB (Passiva: 1kHz/1Vrms)
  • THD, distorção harmônica total de <0.5% (1kHz/100dB)
  • Padrão de captação dos microfones: dual omnidirecional
  • Bateria: Li-ion
  • Codec: AptX

Veredicto

Aqui no Brasil, fones da categoria do HD 4.50 BTNC são comercializados a um preço bastante salgado, é verdade. Vendido no site oficial da Sennheiser por R$ 1.022, considerando o custo, modelo sai à frente de gigantes como o Sony WH-1000XM3 (R$ 1.630) e o Bose QuietComfort 35 (R$ 2.700). Mas, repetindo: pelo custo.

Em questão de qualidade, o nível de isolamento destes fones é bom. Serve bem para te deixar concentrado no escritório ou viajar no transporte público sem aquela barulheira indesejada, mas não é imersivo a ponto de cancelar ruídos mais altos nas ruas ou em locais públicos, como praças, saguões ou shoppings.

Sentimos MUITA falta de integração com outros serviços de streaming no aplicativo. Também gostaríamos de ter tido mais personalização via app, tanto do nível de cancelamento de ruídos, quanto de equalização — o que nos deixou deveras desapontados. Quem sabe, no futuro, a Sennheiser não consegue ampliar o palco sonoro e deixar o usuário personalizar o som do HD 4.50 BTNC a seu gosto tamém no Spotify e no Deezer?

No fim das contas, o modelo parece ter sido desenvolvido para a nova geração de ouvintes, que prefere os graves que os médios e agudos. Os fones não oferecem baixos monstruosos de tremer o cérebro (ponto positivo!), são bem confortáveis para o usuário que curte do rock ao pagode, com destaque para o design e a assinatura sonora que chega perto do natural. É um bom companheiro para seu dia a dia. Para a qualidade sonora, nota 8. Para o nível de isolamento, nota 7. E para a integração com apps... melhor não dar nota nenhuma, por ora.