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Análise | Headset Astro A50 traz ótima hierarquia sonora em versão sem fio

Por| 02 de Dezembro de 2019 às 12h43

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Wagner Wakka/Canaltech
Wagner Wakka/Canaltech

A Astro é uma empresa que mudou bastante o paradigma para fones de ouvido voltados ao mercado gamer profissional. Um dos aparelhos de ponta da marca é o Mixamp, um pequeno dispositivo que funciona como uma interface de áudio e que separa chat entre grupos dos efeitos sonoros do game.

Tal Mixamp permitiu que jogadores profissionais fizessem sua própria rede de chat, independente do jogo, o que é mais seguro e personalizável, regulando entre som das partidas e voz dos parceiros.

Esta inovação modificou a forma como jogadores profissionais interagem em campeonatos até que chegou ao consumidor final com o combo headset Astro A40 + Mixamp.

O problema é que isso demanda certo espaço em casa já que é preciso fio para ligar o dispositivo no console além de outro que sai para o fone, deixando o processo complicado. Como resultado, se quiser usar no PlayStation 4, acostume-se com um fio pela sala.

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Diante disso, a empresa lançou agora um novo produto que consegue unir o Mixamp e headset em apenas um aparelho. Entretanto, com um bônus: ele também é sem fio... em partes.

O Astro A50 é o headset wireless da empresa que já conta com a tecnologia do Mixamp acoplada ao lado direito do dispositivo. Isso quer dizer que você tem todas as funcionalidades do conjunto A40 + Mixamp, sem o fio passando pela casa.

Por conta disso, esta análise vai ser feita tendo em vista alguns pontos principais. Primeiro, é preciso lembrar que o fone é voltado ao mercado gamer profissional, em especial quem joga online no PC ou PlayStation 4.

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Ainda, também é preciso ter em mente que estamos falando de um produto de ponta da empresa. Portanto, caro. Ele é vendido a uma média de R$ 1.600 aqui no Brasil. Assim, posicionamos o A50 como um produto premium com foco em jogadores profissionais ou de entusiastas de games online.

É importante perceber que estamos falando de uma evolução na série A da empresa. Logo, é bastante difícil dissociar avanços em relação ao seu antecessor. Ou seja, parte deste review será feito em comparação com o combo A40 + Mixamp, cuja análise você também pode conferir no Canaltech.

Balanço 

A maioria dos aparelhos sem fio traz uma contrapartida pela comodidade. Via de regra, retirar a ligação física entre fone de ouvido e seu emissor de som faz com que a qualidade sonora caia.

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Em comparação com o A40 ligado ao Mixamp, portanto, há uma ligeira queda de qualidade de som. Isso é mais perceptível quando estamos analisando os tons mais graves. Eles carregam mais força na versão com fios que no A50.

Além do mais, outra mudança perceptível é no volume do aparelho. O A40 tem mais “potência”. Embora a Astro informe que os fones são os mesmos, o som parece ser mais alto na versão com fio, tanto no chat quanto no áudio do jogo.

Contudo, é um pouco injusto dizer que isso é um problema. Primeiro porque, como já citado, esta é uma contrapartida da comodidade. Um segundo ponto é que estamos falando de um produto voltado para o universo de esportistas eletrônicos, para os quais detalhes de som são importantes, mas não na qualidade sonora exigida de diferenciação para música.

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Assim, vale dizer: se você é um entusiasta de consumo de música em alta qualidade, com bom aproveitamento de graves e agudos de cada instrumento, este aparelho não é para você.

Por outro lado, a qualidade sonora é acima de satisfatória, entregando profundidade para o nível que um bom jogo requer.

Outra questão relacionada à característica sem fio é que ele perde em versatilidade. O A50 não tem uma entrada de 3,5 mm (aquele chamado de “entrada de fone” ou P2) simples. Ou seja, não permite o uso dissociado da base.

Pensando em um quadro em que você fosse viajar e quisesse levar somente o headset para usar com fio, como acontece com o A40, não há esta possibilidade com o A50.

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Outra questão é que ele é totalmente dependente da base, a qual será esmiuçada mais adiante. O headset até tem uma entrada microUSB, mas ela é usada apenas para recarga mais rápida, sem ser reconhecida como um fone independente pelo PC ou PS4.

A última contrapartida do aparelho é que, por conta de ter acoplado o Mixamp à sua lateral direita, o A50 não permite tantas personalizações como sua versão com fio. Assim, não é possível tirar o microfone, nem a proteção externa.

Diante do quadro de utilização (para campeonatos e jogos online) esta falta de versatilidade não é exatamente um problema, já que o setup de jogo é bastante fixo. Porém, pensando no uso doméstico, no qual este fone funcionaria para mais funções que somente jogar, pode ser limitado pela falta de uma opção P2 para colocar no smartphone ou mesmo no Switch, por exemplo.

Estruturas

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Base

Bom chegou a hora de esmiuçar as características de cada elemento deste conjunto. Começando pela base, ela carrega três funções bastante simples. A primeira é servir com carregador do headset, usando três contatos com o fone. Diante disso, a utilização é sem fio, mas o carregamento não, já que há o contato com a base.

Saber se o aparelho está completamente carregado é bastante fácil por conta da tela frontal. Ele aponta quatro quadradinhos, sendo que cada um representa 25% do total. Quando todos estão à vista, quer dizer que ele está completamente carregado.

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Uma terceira função da base é servir de interface para o fone em si. É por ele que o headset se comunica com o PC ou PlayStation 4. Para isso, é preciso baixar os drivers do produto no site oficial para que ele funcione bem em ambos aparelhos.

Para fazer esta ligação, a base tem uma série de saídas e entradas diferentes. Uma microUSB para energia e dados, uma entrada auxiliar (para transmissão em live), uma USB para melhorar o aporte de energia e um switch entre PC e PS4. Por fim, ainda há uma entrada e uma saída óptica para ligar várias bases em série e formar um chat independe do jogo.

Por fim, a base funciona muito bem como um carregador e segura o fone de forma segura para renovar as baterias. Ele tem um encaixe fácil e indicativo pelo visor, o que evita que você deixe a peça por lá fora da posição correta e, quando precisar, ele está sem bateria.

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O emissor é potente, sendo que a Astro promete conexão em até 30 pés, equivalentes a perto de 9 metros. Em testes no Canaltech, ele não aguenta mais que uma grossa parede e já começa a se desconectar. Isso também não é um problema, já que a proposta não usá-lo como um fone sem fio pela casa. Mesmo com uma sala bastante grande, aproveitar as qualidades longe da TV não vai acarretar problemas de desconexão ou interferência.

Headset

Um olhar mais desavisado apontaria que o A50 e o A40 são iguais. De fato, toda estrutura e aro acima da cabeça são semelhantes. Ou seja, ele mantém uma angulação bastante boa de giro sem que isso torça os fios internos. A independência entre suporte e parte eletrônica do dispositivo é um excelente argumento para a durabilidade do produto.

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Assim com o A40, o A50 permite que você remova a espuma de dentro dos fones, aquela que “abraça” o ouvido. Isso também ajuda a manter o produto por mais tempo, já que esta espuma é um dos pontos mais frágeis de qualquer fone em função da sujeira e do suor.

As saídas de som também são a mesma. Portanto, vale repetir: não espere melhorias sonoras neste dispositivo. O foco aqui é mobilidade.

Apresentadas as semelhanças, vamos agora às diferenças. A principal está nas laterais externas de cada fone. Na lateral direita há o Mixamp acoplado e dois botões: um para dar mais destaque para o chat e outro para o áudio do jogo. É por ali que você decide como quer a hierarquia de ambos sons no ouvido.

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Ainda no fone direito, há uma estreita área com botão de liga e desliga, uma equalização e outra para trocar de perfis. Estes são atalhos de mudanças pré-definidas com o programa do Astro A50 no computador. Você pode regular equalizações de som, além de perfis para jogo e para utilização no PC. Ainda nesta mesma lateral, há uma rodinha para aumentar e diminuir o som de jeito mais fácil.

Já no fone esquerdo, há somente o microfone acoplado. Esta peça é a mesma do A40, ou seja, um direcional com captação mais fechada para que o áudio não estoure.

A disposição do microfone aqui merece um destaque especial. A começar ele não é destacável no A50 como no A40. Como ponto onde ele fica é mais complexo, esta falta de adaptação é um preço a se pagar pela característica sem fio. Em contrapartida, ele conta com uma tecnologia simples, mas muito eficaz. Quando está na posição totalmente vertical, o microfone entra no mudo. Assim, toda vez que o usuário traz a peça de volta na posição horizontal, perto da boca, ele liga novamente. Essa é solução bem interessante já que ele não conta mais com o botão de mudo que ficava no fio do A40.

Testes 

O A50 tem um desempenho bastante semelhante ao A40, porém com ganho sem fio. Em testes no Canaltech com games como Fornite e Call of Duty: Modern Warfare, ambos online em grupo, a separação entre o chat e som do game aconteceu como se esperava.

Por outro lado, fazer a regulagem de hierarquia entre estas duas partes de sons é um pouco mais complexo que no A40. Como o Mixamp tem um disco que dispunha visualmente a relação entre chat e jogo, é obviamente mais simples fazer este ajuste fino que no A50. Aqui, é preciso ir mais no feeling que no aparato visual.

Por outro lado, incomoda um pouco a falta de mobilidade do aparelho, mesmo tendo em vista que ele é sem fio. A dependência da base faz com que você tenha ainda que levar todo um grupo de aparelhos para trocar entre o PS4 e PC.

Diante disso, a falta de uma saída P2 no headset também causa desconforto, sendo que não ter bateria inutiliza completamente o aparelho. É por isso, que a empresa apostou alto e promete até 15 horas diretas.

Os testes do Canaltech mostram que ele fica nessa faixa fora da base e um pouco menos (perto de 13 horas) quando se trata de uma transmissão ininterrupta de som.

Por conta da questão de bateria, o A50 também é levemente mais pesado (380 gramas) que o A40 (369 gramas). A diferença, contudo, é bastante pouca e não causa aquela dor de cabeça que outros dispositivos acarretam. Além disso, a pressão lateral também leve, ajudando no conforto.

Um último tema sobre a bateria está em outra tecnologia do headset. Ele tem um sensor de movimento que indica se precisa ou não ficar ligado. Vamos supor que você esqueça, em cima da mesa, o fone ligado e fora da base. O mais simples que se pode esperar é que a bateria descarregue por completo. Entretanto, o sistema se desliga sozinho, pondo o headset em stand by para economizar a energia.

A parte mais incrível é que se você pegar novamente o aparelho da mesa, ele religa automaticamente em sua mão. Para alguns usuários, é bem possível que nem perceba que esta função exista, mas que o fone se mantenha sempre com certo nível de bateria.

Uma última parte que impressiona é como o som segue limpo mesmo o dispositivo sendo wireless. Durante nossos testes, nenhum chiado ou ruído foi ouvido, mesmo outros aparelhos sem fio estarem por perto.A quem tem medo de aparelhos sem fio por este motivo, pode comprar sem medo.

Veredicto 

O A50 é uma evolução muito bem-vinda do A40, o qual já parecia a obra de arte para jogadores profissionais e entusiastas do multiplayer online. Ele entrega grande parte das funções do seu irmão com fios, mas em uma experiência mais confortável wireless. (o que, em uma visão pessoal, é um alto argumento de venda).

O sistema de hierarquia sonora funciona bastante bem, mesmo sem o Mixamp separado. À revelia de se ter um ajuste menos prático, é bem confortável ainda fazer todos os arranjos para se ter o melhor proveito dos sons do jogo e chat.

Em contrapartida, a falta de mobilidade sem se ter uma saída P2 pode pesar um pouco, engessando este aparelho apenas à função para jogos e utilização no PC e Playstation 4. Talvez fosse demais pedir que ele se conectasse via Bluetooth com smartphone ou mesmo PC? É bem possível que sim.

As minúcias do sensor de movimento para detectar que você esqueceu o fone fora da base, além do mute do microfone, são demonstrações de que a Astro colocou muito esmero no A50. Assim como o A40, ele é bem-acabado e deve ser um dispositivo longevo.

A falta de capacidade de trocar a bateria de lítio é uma preocupação que pode derrubar um pouco a vida útil do fone, mas esta também é uma consequência de se ter um dispositivo sem fio.

Diante disso, o aparelho vale para quem está buscando algo de alto nível, com qualidade profissional e está disposto a gastar um bom dinheiro. O A50 entrega exatamente o que promete.

Por outro lado, se espera algo mais versátil, que possa ser usado para ouvir uma música no smartphone ou mesmo usar no Switch, vale mais a opção do seu irmão com fio.