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O cenário competitivo de jogos de luta no Brasil pela visão dos pro players

Por| 14 de Dezembro de 2018 às 15h25

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O cenário competitivo de jogos de luta no Brasil pela visão dos pro players
O cenário competitivo de jogos de luta no Brasil pela visão dos pro players

Que Street Fighter é uma paixão nacional, ninguém tem dúvidas. Já comentamos sobre isso por aqui quando abordamos os 30 anos da franquia, e, recentemente, um livro essencial foi lançado para comemorar a data, também. Porém, ainda não tínhamos conversado com os brasileiros que jogam os games da série de maneira profissional.

Para tanto, trocamos uma ideia com Renato Martins, mais conhecido como DidimoKOF; Elton Carlos Bego, conhecido na cena pelo nickname HKDASH; Eric Moreira Silva, o Chuchu; Thomas Proença, também chamado de Brolynho; e Keoma Pacheco. Todos os cinco responderam nossas perguntas sobre o cenário competitivo de Street Fighter no Brasil e suas visões sobre eSports.

Então, passando as apresentações, começamos o bate-papo perguntando aos meninos a opinião deles sobre o mercado de eSports no Brasil, em especial no que tange os jogos de luta. Renato, de 31 anos, técnico de radiologia patrocinado pelo time Top Fighter e jogador do cenário competitivo de Street Fighter há 3 anos, comentou que “jogos de luta sempre foram o menos populares dos eSports”.

Mesmo sendo recentemente novo no cenário de Street Fighter, anteriormente Renato jogava The King of Fighters, “Por isso o KOF no meu apelido”, ele revelou. “Vai ter uma premiação de eSports no Brasil e Street Fighter entrou como outras modalidades, a comunidade de jogos de luta ainda está crescendo, mas já está bem melhor comparado há alguns anos. Ainda não se pode viver disso, mas já está encaminhado. No Brasil temos poucas oportunidades de patrocínio”.

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Já Elton, de 29 anos, jogador profissional pela equipe FURIA Esports há 1 ano e 1 mês e jogador competitivo de Street Fighter V desde janeiro de 2016, afirmou o seguinte: “o cenário mundial em si foi muito bom, porém, no Brasil o que acontece é que campeonatos são feitos ainda por comunidades”.

Eric, que atualmente mora em São Paulo e atua como suporte técnico, compete no cenário de jogos de luta desde 2006 e, especificamente com Street Fighter desde 2009. Sobre o cenário de eSports, ele concorda que o mercado vem crescendo constantemente e acrescenta: “Desde que eu entrei nesse mundo, não houve um ano sequer em que não houve crescimento. Isso envolve os jogos de luta, também, [os quais] sempre vêm crescendo, mas infelizmente ainda não são grandes igual outros jogos, como, por exemplo, LoL, CS, etc. Também em premiações de torneios, investimento e jogadores”.

Thomas, professor de Física de 33 anos de Nova Iguaçu e competidor de Street Fighter desde 2012, por sua vez, diz: “eSports certamente vêm crescendo, mas, no Brasil, diversas questões retardam esse efeito. Questões burocráticas, dificuldade financeira, etc. Portanto, viver de jogos eletrônicos no país é algo difícil e em jogos de luta não é diferente”.

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Por fim, Keoma também deu sua opinião sobre o assunto. O jogador profissional de 29 anos revelou que joga desde 2009 com o lançamento de Street Fighter IV para PC. Sobre eSports no Brasil, ele corrobora com a visão dos meninos, afirmando que “apesar do bom ano de modo geral no cenário mundial, a grande verdade é que os eventos nacionais continuam sendo primariamente iniciativa da própria comunidade. Certamente, a rentabilidade do cenário é questionável no momento”.

Empresas, patrocínio e visibilidade

Quando questionados sobre a relação entre os jogadores profissionais brasileiros do gênero de luta e empresas relacionadas a games (por exemplo, HyperX, Razer, Twitch, RedBull, Intel, etc.), Elton revelou que “atualmente, as empresas relacionadas a games não amparam campeonatos não-oficiais e nem oficiais no Brasil”. De acordo com o jogador, “os campeonatos acontecem por causa da força e ação da comunidade”.

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As duas companhias mais importantes na cena competitiva de jogos de luta são a Terabyte e a 2nd Impact, segundo Elton. “A única empresa que de certa forma investe um pouco [na comunidade de jogos de luta] é a HyperX, que é o patrocínio oficial da FURIA, automaticamente me ajudando em campeonatos com periféricos, ajuda de custo etc.”, complementou o jogador.

Thomas corrobora um pouco com a visão de Elton, afirmando que “nunca houve apoio”, em especial, nos torneios que realmente precisavam do amparo dessas companhias. O professor de Física ainda acrescenta: “Todos os torneios são organizados pela própria comunidade: conseguir locais para realização, equipamentos, pessoal, etc. O apoio vem de empresas já envolvidas com jogos de luta; exemplo forte é a 2nd Impact e a Terabyte, recentemente”.

Renato, por sua vez, comenta o seguinte: “Até temos apoio dessas empresas, mas a ajuda é [baixa] justamente porque a categoria [de jogos de luta] não é tão popular”. Já Eric alegou que não conhece nenhum tipo de apoio. “Sei que existem equipes que têm apoio de algumas dessas empresas mencionadas e, indiretamente, talvez o jogador de games de luta que faz parte dessa equipe também receba apoio, mas sinceramente, pelo que ouço e por experiência própria, eu duvido que seja o caso”.

Na visão de Keoma, o apoio não parece ter rendido muito, pelo menos não neste ano – o que pode mudar no próximo, se depender dele: “Especificamente neste ano, as relações entre players e empresas não foram tão intensas quanto anteriormente, o que inclusive é uma realidade que gostaria de reverter para o ano que vem”.

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Pegando carona nesse assunto, perguntamos se existe uma tendência para que times focados em jogos de luta comecem a ser formados e até patrocinados, da mesma forma que acontece lá fora não apenas com fighting games, mas com outros títulos também. Keoma não apenas respondeu como forneceu uma explicação sobre o caso: “Se tem algo que não falta no cenário nacional são times. Infelizmente, o apoio dado por eles ainda é insignificante devido à falta de estrutura. Street Fighter é um jogo em que o modo principal é 1x1, mas o modo de equipes (Team Battle) pode tornar a existência de times mais relevante pelo lado do entretenimento. Atualmente os times são simplesmente grupos de parceiros de treino”.

Thomas comentou algo parecido: “Nenhuma equipe brasileira é patrocinada. As equipes, geralmente, são somente grupos de treino de pessoas que são mais próximas. Mas todos os gastos saem do bolso dos atletas dos times”. Renato, idem: “A Maioria desses times formados são apenas grupos de amigos que se juntaram para poder ajudar [a comunidade de jogos de luta], a maioria não tem apoio financeiro, promovem campeonatos do próprio bolso, ou a ajuda de alguma empresa é muito pequena. Só conheço 3 times [da comunidade] que ajudam o jogador a fazer viagens, que são FURIA, Top Fighter e AAG Team”.

Um dos grupos de jogadores mais conhecidos atualmente pode ser considerado o PATOZ. Contudo, Eric relembra a Shodown Gaming, da qual ele próprio faz parte. “Outros times serem formados com certeza é uma tendência, agora essas grandes empresas patrocinarem esses times que é algo um pouco difícil de acontecer”, acrescenta. “Infelizmente, o cenário de jogos de luta ainda está engatinhando perto dos outros, por conta disso, essas empresas não veem tanto motivo para investir em um cenário que não é lá tão visto quanto os outros”.

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Sobre o PATOZ, Elton afirma que eles são “um time bem conhecido e de renome”. Entretanto, ainda não existe algo especificamente sobre games de luta no cenário. “Alguns times são amparados pela Brook com placas e algumas coisas mínimas, [porém] isso não pode ser considerado eSports”, acrescentou o jogador, que ainda se manteve esperançoso, comentando que há 2 anos, esse tipo de apoio sequer existia. “Então, rezo para que isso cresça e o cenário vire outro melhor que este”.

E no Brasil?

Também abordamos o desempenho do Brasil nos principais campeonatos de jogos de luta neste ano (e o que os meninos esperam para 2019). Elton afirmou que 2018 foi um bom ano, mas não foi melhor que 2017 no segmento de jogos de luta. “Tivemos ano passado 2 brasileiros na Capcom Cup, e este ano atualmente não temos nenhum”, explica. “Viagens, custos, apoio, etc. Isso contribui muito para o desempenho dos brasileiros conseguirem se classificar por pontos (ranking global)”.

Mas isso, claro, em relação a Street Fighter. Segundo Elton, quando se fala de outros games de luta, a coisa já muda um pouco: “Se falarmos em MKX e Injustice, estamos bem este ano também pela conquista de KillerXinok em MKX no Combo Breaker, nos EUA”. Renato também relembrou este feito e ainda comentou o do próprio Elton: “O HKDASH ganhou um campeonato na América Latina". Ele também comentou sobre os brasileiros que conseguiram se classificar para as finais regionais Latino Americanas. “Infelizmente nenhum ganhou neste ano”.

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Nas palavras de Thomas, o Brasil foi “razoavelmente bem, apesar de não termos conseguido a vaga na Capcom Cup”. Além de acrescentar que o ocorrido é “normal de acontecer, já que todos os países da América Latina lutam por apenas uma vaga”, o jogador também explicou que houve uma “redução da pontuação dos torneios chamados ‘ranking events’”. Em contrapartida, houve um “aumento dos pontos de torneios Premiers, que ocorrem exclusivamente fora da América Latina”. Por conta disso, “as chances de um Sul-Americano se classificar por pontos, sem depender da final regional (vaga direta), é aproximadamente nula”.

Mas para fugir do consenso, Eric acredita que 2018 foi um ótimo ano. “Tivemos diversos campeonatos dentro do país, tivemos jogadores brasileiros se aventurando em torneios de outros países e até mesmo nos EUA — e representaram muito bem. Alguns deles até trouxeram o troféu de campeão”. Para o próximo ano, ele revela: “Espero que o cenário cresça ainda mais, que novos jogadores apareçam, que antigos jogadores retornem e que mais pessoas possam ter a oportunidade de poder competir”.

O apelo de Eric se estende a diversas pessoas que ele conhece que não conseguem entrar no cenário competitivo porque a visibilidade ainda é pequena na região onde moram – isso quando a questão financeira, que impede de viajar para participar de torneio, não é o grande empecilho. “Gostaria também que não se resumisse só em torneios dentro do Brasil, mas fora dele também. E que essas pessoas, incluindo os que já têm essa chance, possam nos representar ainda melhor para que possamos ser mais notados, o que possivelmente possa trazer apoio/patrocínio ao nosso cenário”, ele acrescentou.

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Por fim, Keoma comentou sobre Renato e a chance de termos um brasileiro na final mundial. “Caso DidimoKOF não ganhe o Last Chance Qualifier, este será o primeiro ano desde 2012 que o Brasil não qualifica para o mundial, então incialmente vem sendo um ano abaixo da média nesse aspecto”. Por outro lado, o jogador também reconhece que 2018 “foi o ano que tivemos um número maior de jogadores com desempenho de alto nível internacional na Pro Tour LATAM, como HKDash vencendo o BATS na Argentina e Pr3da, segundo colocado no mesmo evento em sua primeira participação internacional. Isso significa que o nível geral no país está subindo”. E vamos torcer para que continue assim!

Ainda sobre o Brasil, no início de novembro, houve uma etapa da Capcom Pro Tour, e nosso país quase conseguiu. No gancho do “quase”, questionamos os meninos o que eles acham que pode ter faltado para que um dos jogadores brasileiros pudesse ter levado o torneio, garantindo uma vaga no mundial.

“O motivo de nenhum brasileiro ter ganhado nesse dia foi falta de experiência”, afirma Eric, ao menos se comparados aos japoneses. “Os jogadores japoneses têm uma vasta experiência em jogos de luta em geral, está na cultura deles, e grande parte desses que viajam para outros países para jogarem vivem disso, sabe? Então eles são muito mais preparados que nós, isso pesa muito na hora decisiva ali da luta”, acrescentou Chuchu. “Muita coisa conta, experiência com o próprio [personagem], contra o [personagem] do adversário, experiência em lidar com a pressão ali do torneio mesmo; envolve muita coisa, não só exatamente o personagem usado ou análise do player. Resumindo, falta experiência ainda para os brasileiros”.

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Renato corrobora com essa visão. “Muitos Brasileiros são muito bons, mas a maioria não tem experiência internacional, justamente por ter pouco apoio para viagens. A experiência internacional é praticamente 50% do seu jogo, você deve estar tranquilo e esquecer que seu oponente é muito bom e que veio de outro país. Eu já passei muito por isso e adquiri essa experiência. O que faltou para eles foi mais calma e analisar os erros melhor”.

Já para Elton, “em uma Top 8 finals regional onde se tem os melhores pontuados da América do Sul e Central, acredito que tudo pode acontecer. Os players brasileiros estavam altamente preparados e temos que levar em conta que os gringos também se prepararam. Esse Top 8 é uma repescagem para quem não viajou e pontuou suficiente para ir para o mundial pelo ranking global”.

Vale lembrar que essa “repescagem”, também chamada de Open Premier – que concede uma vaga para o Top 8, disputado por uma média de 100 a 300 jogadores com pontuação alta no circuito – e Top 8 propriamente dito, também conhecido como Last Chance Qualifier, aconteceram no mesmo dia. Segundo Elton, isso também foi um fator impactante para os jogadores, devido cansaço e desgaste. Keoma e Thomas, inclusive, corroboram com essa opinião.

“Antes de olhar os aspectos técnicos ou tomadas de decisão dos jogadores, o que mais afetou na minha opinião vem de mal planejamento do evento. O final de semana de Regional Finals acontece em dois dias – foi assim em qualquer outro lugar do mundo”, explicou Keoma. “Quanto tempo houve entre os dois eventos no Brasil? 30 minutos. A estrutura de torneio é cansativa por padrão, e jogar duas competições em um intervalo de tempo tão pequeno certamente afetou o desempenho dos jogadores”.

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“Jogar dois torneios no mesmo dia com intervalo de aproximadamente 30 minutos foi uma decisão extremamente, para dizer o mínimo, equivocada”, comentou Thomas. “Portanto nenhuma análise técnica cabe quando os jogadores estão no limite da exaustão mental e física. Foram mais de 12 horas no local, pequeno e desconfortável, esperando por partidas que demoravam demais pra acontecer. Vale ressaltar que quem contratou a empresa que organizou tal torneio não levou em conta que tal empresa não tinha a mínima experiência organizando torneios de jogos de luta, o que agravou ainda mais a dinâmica do torneio”.

Jogadores e torcedores

Perguntamos também quem os meninos consideram como os “três jogadores mais fortes” do cenário competitivo de Street Fighter atualmente, e por quê. Thomas escolheu Tokido, ProblemX e Du, afirmando que eles “têm sido os mais dominantes durante a era Street Fighter V”. Quanto a Eric, ele escolheu dois que Brolynho também mencionou (Tokido e ProblemX), sendo Fujimura o único diferencial.

“Tokido é o jogador de SFV com a maior consistência em torneio que existe atualmente. Fujimura é um gênio, as jogadas mais bonitas e que eu nem imaginava que dava pra fazer, ele faz, tem sempre algo novo na manga e consequentemente isso traz diversos títulos pra ele. ProblemX, atual campeão da EVO, só por ter ganhado a EVO já tem meu respeito eterno”, explicou Eric. “EVO é um torneio fora da realidade, ganhar aquilo ali, meu Deus, tem que ser muito bom. E pelo que acompanho, apresenta uma consistência considerável em torneios também”.

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Curiosamente, Keoma também escolheu Tokido, Fujimura e ProblemX. “Certamente meu primeiro nome é Tokido. Ele vem sendo o player mais consistente de Street Fighter V desde seu lançamento. Junto com ele, Fujimura, que acredito ter sido o jogador mais dominante da temporada e estar um nível acima da competição. Ninguém me parece pronto para o Fujimura para esta Capcom Cup. Também nessa temporada, é impossível não falar do ProblemX. Este foi o seu melhor ano competindo, na minha opinião, e desde que ele venceu a EVO, além do segundo lugar no Red Bull Kumite, acredito que sua força seja inquestionável”.

Já Renato manteve a camisa da seleção quando fez suas escolhas: “Eu sempre me baseio por números, então primeiramente eu considero o Brolynho, depois eu, e por último Hkdash. Brolynho já ganhou muitos campeonatos fora e dentro do país e se classificou 2 vezes direto para a Capcom Cup. Eu já ganhei muitos campeonatos no Brasil e também me classifiquei para a Capcom Cup ano passado e ganhei de um ex-campeão de 2015, fiquei na posição 13 no mundial. Hkdash nunca foi para os EUA, porém, sempre se mantém no Top 8 dos campeonatos grandes e ganhou algum deles”.

Elton por sua vez escolheu Paulo Web, Brolynho (Thomas), e ele próprio. “Paulo Web, campeão da EsL de SFV, campeão do Capcom Pro Tour (CPT) FIR e um dos finalistas do Top 8 LATAM; Brolynho, participou da eLeague, 2º lugar no Treta 2018, 4º lugar nas finais LATAM, fez uma bela participação na Evo, 3º lugar no campeonato Brasileiro, 1º em 2 CPT Online Região Sul-América, melhor brasileiro colocado no ranking mundial; HKDASH (eu), campeão Brasileiro de SFV, 1º lugar no CPT Argentina, campeão interestadual no Bronze Fusion, 2º melhor brasileiro colocado no ranking mundial”, explicou.

Capcom Cup é agora

Vale lembrar que a Capcom Cup tem início neste fim de semana. A ação vai começar nesta sexta-feira (14) com o Last Chance Qualifiers que dará como prêmio a última vaga para a final mundial (Renato, como mencionado, vai participar desta etapa!); e depois, no sábado, os 32 finalistas competirão entre si, onde apenas 8 jogadores serão selecionados. No domingo, o Top 8 será acirradíssimo e o vencedor leva mais de 250,000 dólares. O evento acontecerá em Las Vegas, no Esports Arena, e será transmitido pelo canal do Twitch da Capcom Fighters.

Nessa pegada, perguntamos aos meninos por quem eles estão torcendo para que ganhe o torneio. Renato, que está nos Estados Unidos agora, vai jogar e está torcendo para si mesmo, claro. “Fora isso estou torcendo para um amigo do Peru que se chama Pikoro”, revelou o jogador. Pikoro está, inclusive, entre as escolhas de Elton e de Thomas, também. Além dele, HKDASH e Brolynho, respectivamente, também apostam em Menard e Caba, todos latinos. Eric, por sua vez, prefere Tokido.

Já Keoma, diz: “Capcom Cup é algo que eu prezo muito, especialmente pelo nível de jogo que apresenta. Eu geralmente torço pela aparição das grandes jogadas que mostram que o Fighting Game competitivo tem beleza própria, mas se tem alguém que sempre torço que vá longe, é o Big Bird”.

Perto de encerrar essa conversa, perguntamos aos meninos qual foi o momento favorito deles da Capcom Pro Tour 2018 e se eles acham que existe possibilidade de surgirem outros momentos tão icônicos quanto o EVO Moment #37. Elton comentou que seu momento preferido foi quando ele fez o “OS de grab + jump no Haitani no Top 8 do Open Premiere”, na etapa em São Paulo, em novembro.

Para Renato, a melhor coisa da temporada foi “Jogar com ProPlayers muito conhecidos e ganhar de alguns deles, jogar alguns campeonatos e eliminar jogadores de nome”. Keoma, por outro lado, admite que foi difícil escolher apenas um momento. “A CPT 2018 foi gigante, é bem difícil escolher um único momento, mas entre os meus favoritos estão a classificação de Angry Bird na final regional europeia e Big Bird no Open Premier da Ásia”.

Agora... Sobre o EVO Momento #37... “No SFV, creio que não”, comentou Elton. “O momento #37 envolveu o nível de concentração execução em um momento único, rompendo barreiras de uma mecânica tão complexa que foi o SF3, diferente do SFV”. Renato, por sua vez, tem uma opinião semelhante: “Jamais existirá um momento melhor do que esse, até mesmo porque os jogos de hoje não trazem a dificuldade da execução que aconteceu esse dia”.

Thomas também acredita que não. “O jogo necessita de um nível de habilidade que não permite algo da mesma natureza. Portanto, pelo menos por enquanto, não”. Keoma, idem: “Sinceramente, não com Street Fighter V no seu estado atual. A beleza do Moment #37 não está só na superfície da situação (diferença de life), mas na sua dificuldade de execução e nível de concentração necessário. Em um jogo com mecânicas que tornam as viradas prováveis (e artificiais), acredito que seja difícil igualar um feito tão grandioso”.

Por fim, Eric também comenta: “Olha, se está falando especificamente de Street fighter V, a resposta é não. Mas se está falando em jogos de luta no geral, sim”.

Expectativas para 2019

Por fim, perguntamos aos meninos o que eles esperam para o próximo ano em relação ao mercado de games como um todo – não apenas no âmbito de jogos de luta e o cenário competitivo, mas também se estão ansiosos para algum título específico, etc. Thomas revelou que não está particularmente ansioso para um lançamento, mas espera que melhorem o netcode de SFV: “Desde que comecei a jogar competitivamente, não espero por lançamento de nenhum jogo. Raramente jogo outros jogos”, explicou o jogador. “A única coisa que realmente gostaria seria um netcode melhor para o Street Fighter V”.

Já Keoma revela: “Até então, só espero que o cenário de Fighting Games nacional cresça o suficiente para não depender apenas dos players para existir. Se os jogadores que organizam campeonatos ao redor do país resolverem desistir, o cenário simplesmente morre. Desde 2012, o Brasil vem mostrando nível competitivo com o resto do mundo, mas o suporte é praticamente inexistente mesmo assim. Do lado de fora dos Fighting Games, eu estou contando as horas por Doom Eternal”.

Renato tem esperanças na comunidade de jogos de luta no país: “Espero que a [comunidade de jogos de luta] cresça ainda mais no Brasil, que um dia possamos chamar isso de profissão igual é no Japão e EUA. [Também] estou esperando o jogo Samurai Spirits, que parece que está muito bom e possivelmente vai entrar no meio competitivo, e talvez vou focar um pouco também no Mortal Kombat 11, que vai sair daqui uns 5 meses”.

Chuchu por sua vez aguarda o remake de Resident Evil 2: “Em 2019 estou esperando MUITO o Remake do Resident Evil 2”, comentou. “Agora falando sobre jogos de luta, eu espero que Mortal Kombat 11 seja um jogo muito bom para atrair novos jogadores e que agrade o pessoal que ama o jogo e gosta de competir, eu torço pra isso, porque é muito ruim você gostar de uma série, gostar de competir, mas o jogo não agradar você. E também, eu gostaria que em 2019 o cenário de Dragon Ball FighterZ crescesse, é um jogo com o qual ando me divertindo bastante e gostaria de competir mais seriamente em 2019”.

“Que 2019 a [comunidade de jogos de luta] chegue onde tem que chegar”, disse Elton. “Onde ao menos ela merece chegar, que investidores olhem para nós, não deixando morrer a cena e o competitivo tão forte que o Brasil é, não é fácil competir no Brasil sem amparo”. Sobre outros jogos, assim como DidimoKOF, HKDASH também está ansioso por Samurai Spirits: “Estou esperando o Samurai Spirits, acho legal a franquia e quero ver o que ele tem a oferecer. Estou também muito ansioso para a nova season de Street Fighter V e pra onde o jogo está indo”.