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Infecções por malwares de espionagem crescem 373% em 2019

Por| 07 de Outubro de 2019 às 12h36

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Infecções por malwares de espionagem crescem 373% em 2019
Infecções por malwares de espionagem crescem 373% em 2019

O Brasil é o terceiro colocado no ranking global de infecções por malwares de espionagem, um tipo de infecção que cresceu 373% em todo o mundo apenas entre janeiro e agosto de 2019. De acordo com os dados da Kaspersky, nos oito primeiros meses do ano foram mais de 518 mil casos desse tipo registrados por seus softwares de segurança, sendo 10,4% deles em nosso país.

As pragas, chamadas de stalkerwares pelos especialistas, são voltadas para o roubo de registros de mensagens, ligações, fotos e localização dos usuários. A diferença delas para os spywares convencionais, segundo a Kaspersky, é que estes são softwares instalados por gente conhecida como uma forma de seguir os passos de uma pessoa específica, sem que as informações sejam usadas em golpes e fraudes. O crescimento também mostra um interesse maior de hackers pela criação desse tipo de aplicativo, que pode ser vendido ao consumidor final por valores de, em média, US$ 7 por mês.

A Rússia é o país com o maior número de usuários atingidos, concentrando 25,6% do total. Em segundo lugar vem a Índia, com 10,6%, e depois o Brasil (10,4%). Os Estados Unidos estão apenas na quarta colocação, com 7,1%. Na Europa, as três primeiras colocações foram ocupadas por Alemanha, Itália e Reino Unido.

Os números divulgados pela Kaspersky revelam o total de casos em que os softwares de segurança da empresa registraram a aparição de um stalkerware, seja já instalado em um celular com sistema operacional Android ou por meio de uma tentativa de infecção. É uma demonstração, segundo os especialistas, de que os casos de instalação arbitrária estão aumentando, uma vez que os encontros dos usuários com as pragas aumentaram na casa dos 35% em relação a 2018, com 37,5 mil pessoas sendo alvo de tentativas de espionagem dessa categoria.

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Para a empresa, a disparidade dos números se deve à melhoria dos softwares de segurança na detecção desse tipo de praga. A Kaspersky cita o próprio caso, afirmando que, em abril, lançou uma nova funcionalidade em seu app para Android que alerta ao usuário quando seu celular pode estar sendo usado para o desvio de informações, um recurso que aumentou em 64% o total de detecções em apenas um mês e, em agosto, chegou a incrementar 94%.

O malware desse tipo mais utilizado se chama Mobile Tracker, com 6,5 mil infecções únicas, seguido do Cerberus, com 4,3 mil. No primeiro caso, trata-se originalmente de uma solução voltada para o rastreamento de crianças ou funcionários de uma empresa, dando acesso a localizações e registros da utilização de mensageiros e redes sociais, com direito ao acesso a mensagens, fotos e até mesmo câmera em tempo real por terceiros. O stalkerware é capaz de atuar de maneira oculta no sistema ou, então, assumir controle remoto total dele. O segundo app é um sistema antirroubo, mas que também possui capacidades semelhantes.

Por mais que os números sejam alarmantes e estejam em crescimento, a Kaspersky indica que os stalkerwares representam apenas 1,6% dos casos registrados de spywares, com os ataques direcionados ainda sendo uma grande minoria justamente devido à necessidade de direcionamento. Por outro lado, eles têm caráter tão perigoso quanto, afinal de contas suas vítimas foram escolhidas e especificamente infectadas. A empresa afirma, ainda, que os casos de infecção generalizada estão caindo, enquanto aqueles que miram gente específica só aumentam.

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A recomendação para quem quiser se proteger é a instalação e atualização de softwares de segurança no celular, já que são justamente eles os responsáveis pelos números dispostos pela Kaspersky. Além disso, é importante não deixar o celular desatendido, mesmo nas mãos de pessoas de confiança, e prestar atenção para qualquer anomalia de funcionamento, seja com indicações de funcionamento que não deveriam existir ou atividades estranhas que possam indicar a presença de malwares ocultos operando no sistema.

Fonte: Kaspersky