Ex-programador da CIA é acusado pelo maior vazamento da história do WikiLeaks
Por Natalie Rosa | 19 de Junho de 2018 às 12h30
Ex-programador da CIA, Joshua Adam Schulte, de 29 anos, foi condenado por posse de pornografia infantil no ano passado e agora é acusado de mais um crime.
O ex-funcionário teria sido um dos responsáveis pelo maior vazamento de dados confidenciais da agência de inteligência norte-americana na história: o Vault 7.
Schulte, que criou um malware para que a CIA e a NSA pudessem invadir máquinas suspeitas, foi indiciado nesta segunda-feira (18). Entre as acusações estão o roubo e a transferência de dados da CIA, como documentos, utilitários de hackers e projetos de softwares, para o WikiLeaks. O site, por sua vez, começou a publicar os dados sigilosos em março de 2017.
Apesar de ainda não ter sido confirmada a participação de Schultz no crime, o ex-programador já era considerado suspeito, desde janeiro de 2017, de roubar informações sigilosas da CIA em 2016.
A acusação conta que depois do roubo dos documentos secretos, Shulte ainda havia tentado disfarçar os rastros do crime.
O ex-funcionário teria feito uma alteração em um computador da Agência de Inteligência dos Estados Unidos, concedendo a ele mesmo o acesso não-autorizado ao sistema entre os meses de março e junho de 2016. Depois disso, ele teria tentado apagar seus registros de atividades e negado o acesso de outras pessoas ao sistema.
Crimes
Em março do ano passado, quando o WikiLeaks começou a divulgar as ferramentas de hacking da CIA, o FBI rastreou o apartamento do acusado para descobrir quem estava por trás do Vault 7.
Porém, o que encontraram foram rastros de crimes de pedofilia em um servidor criado em 2009, quando o homem ainda era estudante da Universidade do Texas. A pena para posse de pornografia infantil é de até 130 anos.
Ao todo, Schulte é acusado de 13 crimes:
- Coleta ilegal de informações da defesa nacional;
- Transmissão ilegal de informações de defesa nacional de posse da lei;
- Transmissão ilegal de informações de defesa nacional sem a posse da lei;
- Acesso não-autorizado a um computador para a obtenção de informações privadas;
- Roubo de propriedade governamental;
- Acesso não-autorizado a um computador para a obtenção de informações de um departamento ou agência dos Estados Unidos;
- Provocar transmissão de programas de computador, informações, códigos ou comandos prejudiciais;
- Produção de material com declarações falsas aos representantes do FBI;
- Obstrução de justiça;
- Recepção de pornografia infantil;
- Posse de pornografia infantil;
- Transporte de pornografia infantil;
- Violação de direitos autorais.
Schulte se declara inocente das acusações.
Fonte: The Hacker News