Documento da CIA revela que agência espionava comunicação mundial há 50 anos
Por Rafael Rodrigues da Silva |

Uma reportagem conjunta entre o jornal The Washington Post e o canal de televisão alemão ZDF revelou uma trama que parece saída diretamente de um filme de espiões: durante cerca de meio século, os Estados Unidos foram os donos secretos do que era considerado mundialmente como a melhor empresa de criptografia do mundo, e ele estava lucrando milhões todos os anos para ler todas as mensagens secretas enviadas por cerca de 120 países.
A história começa com a Crypto AG, uma companhia suíça que iniciou suas atividades desenvolvendo máquinas para o exército dos Estados Unidos que permitiam uma comunicação totalmente criptografada entre as tropas na Europa e o comando de guerra em Washington D.C. A partir daí, o relacionamento entre a companhia e os Estados Unidos sempre foi bastante estreito, e durante o período da Guerra Fria a CIA fez uma parceria com a BND (o braço de espionagem da Alemanha Ocidental) para que todos os aparelhos de criptografia vendidos pela Crypto AG tivessem uma “backdoor” que daria tanto aos Estados Unidos quanto à Alemanha total acesso às mensagens enviadas por esses dispositivos.
Além de espionar durante décadas as mensagens secretas de outros países, a Operação Rubicon foi também o berço da NSA, a agência de segurança digital que, em 2013, foi exposta pelo ex-analista Edward Snowden por tentar fazer o mesmo tipo de monitoramento de mensagens secretas do mundo todo através da internet. Desde que Snowden expôs toda a operação, o governo dos Estados Unidos publicamente extinguiu a NSA mas, de acordo com o que diversas fontes anônimas já revelaram para a imprensa ao longo dos anos, ela continua operando com outro nome sob a tutela da CIA — e deixa claro que os Estados Unidos estão prontos para condenar qualquer pessoa pega utilizando a internet para compartilhar segredos de estado (como o caso da filha do presidente da Huawei) porque eles acreditam que essa é uma prática exclusiva das agências de inteligência do país.
Fonte: The Washington Post