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Vídeos com técnica curiosa mostram a rotação da Terra em relação à Via Láctea

Por| 17 de Janeiro de 2020 às 09h20

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Vídeos com técnica curiosa mostram a rotação da Terra em relação à Via Láctea
Vídeos com técnica curiosa mostram a rotação da Terra em relação à Via Láctea

Nas últimas semanas, as redes sociais foram tomadas por um vídeo que, de acordo com as postagens, seria prova do movimento de rotação da Terra e, portanto, os terraplanistas estariam errados. Ainda que os terraplanistas estejam errados de fato, uma dúvida parece seguir na mente de muitos internautas: como é possível que um vídeo desses seja real?

É que a imagem, como você pode ver no vídeo abaixo, mostra a Via Láctea no céu, paradinha, enquanto árvores e solo se movimentam aos poucos. Mas, apesar da estranheza, é fácil explicar como isso foi feito, e podemos usar as palavras do próprio astrofotógrafo responsável pela obra, Aryeh Nirenberg.

“É um timelapse da Via Láctea que foi gravado usando um suporte de montagem equatorial por um período de cerca de 3 horas para mostrar a rotação relativa da Terra para a Via Láctea”. Em outras palavras, ele usou uma espécie de rastreador muito conhecido por astrônomos, que é uma base de telescópio que rastreia estrelas para manter a câmera fixa em uma posição específica conforme a Terra - ou o céu, dependendo da sua perspectiva - se movimenta. Isso mostra bem a movimentação do planeta.

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A imagem foi feita com uma câmera Sony A7SII com lente Canon 24-70mm f/2.8, com capturas sendo feitas a cada 12 segundos usando exposições de 1100 10” e ISO 16000. Curiosamente, o vídeo foi publicado originalmente no YouTube e também no Instagram do astrofotógrafo em 2017, mas só recentemente acabou se tornando viral.

O mesmo vale para este outro vídeo abaixo, que tem a mesma essência, mas foi gravado em outra localização em agosto de 2016 e publicado no YouTube em fevereiro de 2017 - o de Nirenberg foi publicado em outubro. O astrofotógrafo responsável aqui é Eric Brummel, que usou o mesmo sistema com um suporte de montagem equatorial para manter a câmera fixa em um único ponto do céu e, assim, mostrar a rotação do nosso planeta.

“O propósito do filme é de destacar que é a Terra que rotaciona, não o céu. Todos nós sabemos que este é o caso, mas não percebemos de fato que é assim. Usei um rastreador de estrelas Vixen Polarie para estabilizar o céu e ilustrar a rotação da Terra”, explica, na descrição do vídeo.

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Mas é montagem ou não?

Esses dispositivos de "estabilização do céu", por assim dizer, giram a câmera na mesma velocidade de rotação da Terra, mas na direção oposta. Isso que dá a impressão de que o céu está parado, enquanto o nosso planeta gira. São bases de telescópio mais comumente utilizadas por astrofotógrafos para tirar uma foto em longa exposição, evitando que o céu fique um gigantesco borrão em vez de mostrar as estrelas que o olho humano não enxerga tão bem.

Muitos internautas chamaram os acima vídeos de montagem, o que não é tecnicamente errado, ainda que chamá-los de "montagem" dê a impressão de que eles sejam fake. É que não são exatamente vídeos, mas sim uma série de imagens estáticas combinadas para dar a sensação de movimento em vídeo. Nirenberg, por exemplo, tirou uma foto a cada 12 segundos. Um vídeo geralmente registra 24 ou 30 quadros a cada segundo.

Então, apesar de algumas pessoas "torcerem o nariz" para a edição, as imagens em si são totalmente reais: se você conseguir um suporte de montagem equatorial, configurar direitinho, tirar algumas fotos em um intervalo de tempo fixo (pode ser a cada segundo, a cada 30 segundos, você decide) e visualizá-las depois em sequência, vai ver um resultado bastante parecido.

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Se quiser, você pode acompanhar os trabalhos tanto de Nirenberg quanto de Brummel no Instagram. Para quem gosta de astrofotografia, são dois perfis imperdíveis!