Publicidade

Ventos solares fizeram o campo magnético da Terra "dançar"

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

Compartilhe:
NASA/GSFC/SOHO/ESA
NASA/GSFC/SOHO/ESA

Um novo estudo liderado por Li-Jen Chen, pesquisador da divisão de heliofísica na NASA, revelou um fenômeno raro ocorrido durante uma ejeção de massa coronal (CME). Em 2023, um evento do tipo alterou a configuração normal da magnetosfera da Terra por cerca de duas horas.

Assim como um jato supersônico é atingido o tempo todo por ventos velozes, a Terra recebe constantemente o vento solar, nome dado ao fluxo de partículas eletricamente carregadas vindas do Sol. 

O vento flui ao redor da magnetosfera terrestre, a região dominada pelo campo magnético do nosso planeta. Isso faz com que o lado da magnetosfera voltado para o Sol forme uma espécie de arco, e aquela mais afastada do astro se estende como se fosse uma cauda.

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

Só que mudanças no vento solar podem alterar a estrutura e a dinâmica da magnetosfera. Foi o que Chen e seus colegas observaram ao analisar a CME ocorrida em 2023, que perturbou a estrutura da magnetosfera por quase duas horas. 

Para entender o que aconteceu na ocasião, eles analisaram as observações realizadas pela sonda Magnetospheric Multiscale Mission (MMS), da NASA. A missão mostrou que, embora o fluxo do vento solar fosse rápido, a velocidade de Alfvén (velocidade em que as linhas de campos magnéticos viajam no plasma magnetizado) durante a CME era ainda maior. 

Normalmente, o vento solar é mais rápido que a velocidade de Alfvén. A anomalia naquele evento fez com que a estrutura do campo magnético da Terra em formato de arco desaparecesse temporariamente. O resultado disso é que o plasma e campos magnéticos do Sol interagiram diretamente com a magnetosfera.

Depois, a “cauda” do campo magnético foi substituída pelas chamadas asas de Alfvén, estruturas que conectaram a magnetosfera à região solar que emitiu as explosões de plasma. É como se o fenômeno tivesse criado uma rodovia expressa que transportou o plasma entre a magnetosfera e o Sol. 

Segundo os autores, as observações sugerem que as auroras formadas em Ganimedes, lua de Júpiter, podem ter relação com as asas de Alfvén. Eles acreditam que estudos futuros podem explorar auroras parecidas ocorrendo na Terra.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Geophysical Research Letters.

Fonte: AGU, Phys.org