TRAPPIST-1e | Exoplaneta é o próximo na investigação sobre vida extraterrestre
Por João Melo • Editado por Melissa Cruz Cossetti |

As investigações sobre vida extraterrestre têm um novo alvo: o exoplaneta TRAPPIST-1e. Observações realizadas com o Telescópio Espacial James Webb forneceram informações atualizadas sobre o astro.
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Em uma pesquisa publicada em dois artigos no The Astrophysical Journal Letters, pesquisadores da Universidade de St. Andrews, na Escócia, apresentaram novas análises sobre a possível habitabilidade do planeta.
TRAPPIST-1e é um exoplaneta rochoso, de tamanho semelhante ao da Terra, localizado a cerca de 40 anos-luz do nosso planeta. Ele orbita a estrela-anã vermelha TRAPPIST-1 e está situado em sua zona habitável.
Essa é a região ao redor de uma estrela que não é nem muito quente nem muito fria, oferecendo a possibilidade de existir água líquida nos planetas que estão nela. No entanto, estar nessa zona não garante a presença de água nem as condições necessárias para a vida.
Por exemplo, Terra, Marte e Vênus estão na região habitável do Sol, mas apenas o nosso planeta possui oceanos e sustenta formas de vida conhecidas.
Em busca da atmosfera de TRAPPIST-1e
O fator determinante para a existência de vida na Terra está em suas características atmosféricas. Com as novas observações feitas pelo James Webb, os cientistas da universidade escocesa buscam justamente desvendar os detalhes da atmosfera do TRAPPIST-1e.
“TRAPPIST-1e é há muito considerado um dos melhores planetas da zona habitável para a busca de uma atmosfera. Mas, quando nossas observações chegaram em 2023, rapidamente percebemos que a estrela-anã vermelha do sistema estava contaminando nossos dados de maneiras que tornavam a busca por uma atmosfera extremamente desafiadora”, destacou em comunicado Ryan MacDonald, pesquisador da Universidade de St. Andrews e coautor dos estudos.
Para analisar a possível atmosfera do exoplaneta, os cientistas precisaram observar o momento em que ele passava em frente à estrela TRAPPIST-1. Nesse momento, a luz estelar atravessa a atmosfera do planeta (caso exista) e carrega informações sobre sua composição química, registradas como “impressões digitais” no espectro.
Os astrônomos também tiveram que remover cuidadosamente as interferências geradas pela própria estrela para conseguir focar somente nas investigações sobre a possível atmosfera do planeta.
“Estamos considerando duas explicações possíveis. A mais empolgante é que TRAPPIST-1e possa ter uma atmosfera secundária contendo gases pesados, como o nitrogênio. Mas nossas observações iniciais ainda não descartam a hipótese de uma rocha nua, sem atmosfera”, explicou MacDonald.
Novas observações com o James Webb
Os pesquisadores ressaltam que, apesar dos resultados iniciais, novas observações com o James Webb devem ser realizadas para permitir uma investigação mais detalhada da atmosfera do exoplaneta.
“Nos próximos anos, passaremos de quatro observações do JWST sobre o TRAPPIST-1e para quase vinte. Finalmente temos o telescópio e as ferramentas para procurar condições habitáveis em outros sistemas estelares, o que torna hoje um dos momentos mais emocionantes para a astronomia”, acrescentou MacDonald.
Confira os artigos na íntegra no The Astrophysical Journal Letters.
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Fonte: Universidade de St. Andrews; Space