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Telescópio usa "óculos de sol" para encontrar Pulsar extragaláctico

Por| Editado por Rafael Rigues | 03 de Maio de 2022 às 13h00

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ARC Centre of Excellence for Gravitational Wave Discovery
ARC Centre of Excellence for Gravitational Wave Discovery

O pulsar extragaláctico mais brilhante já detectado foi descoberto por uma equipe internacional de cientistas usando uma nova técnica de observação. Formada por membros da agência nacional de ciências (CSIRO), da Austrália, entre outras instituições, a equipe utilizou o radiotelescópio ASKAP aliado a uma versão astronômica de um “óculos de sol” com lentes polarizadas.

Os pulsares são estrelas de nêutrons que giram com altíssima velocidade, emitindo feixes polarizados de ondas de rádio. Conforme viajam pelo espaço, estes feixes “piscam”, criando uma assinatura única. Com o novo método, os “óculos” capturaram a luz polarizada e permitiram que a equipe encontrasse um pulsar 10 vezes mais brilhante do que qualquer outro já encontrado fora da galáxia.

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Geralmente, os pulsares são identificados por sinais destas assinaturas nos dados dos telescópios. O problema é que, se as emissões forem rápidas ou lentas demais, podem não ser registradas nos dados. Por outro lado, a luz polarizada pode ajudar na identificação destes fenômenos.

Para entender melhor, considere os óculos de sol com lentes polarizadas: as ondas de luz não polarizada vibram em todas as direções, mas quando atravessam uma lente do tipo, vibram em apenas uma. Assim, é possível encontrar pulsares mesmo que tenham oscilações luminosas em uma janela de tempo diferente do padrão.

Este pulsar já havia deixado alguns sinais em dados do telescópio ASKAP, e a equipe confirmou a existência dele com o radiotelescópio MeerKAT, instalado na África do Sul. “Devido às suas propriedades pouco usuais, este pulsar foi ignorado em estudos anteriores mesmo sendo bastante brilhante”, disse Tara Murphy, da Universidade de Sydney.

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Yuanming Wang, autor principal do estudo, ficou surpreso com a descoberta. “Eu não esperava descobrir um novo pulsar, e menos ainda o mais brilhante”, disse. “Com os novos telescópios aos quais temos acesso, como o ASKAP e seus óculos de sol, isso é realmente possível”.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista The Astrophysical Journal.

Fonte: The Astrophysical Journal; Via: CSIRO