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Telescópio TESS identificou objeto misterioso que "escurece" sua estrela

Por| Editado por Patricia Gnipper | 04 de Janeiro de 2022 às 13h20

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NASA/JPL-Caltech
NASA/JPL-Caltech

Um objeto variável misterioso, catalogado como TIC 400799224, foi identificado em meio a dados obtidos pelo telescópio Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS). Apesar de ter sido lançado para procurar exoplanetas (planetas que orbitam outras estrelas) na órbita das estrelas mais próximas do Sol, os dados do TESS proporcionaram também a constituição de um catálogo com mais de 1 bilhão de diferentes objetos, que vão de pulsares a planetas se desintegrando.

A descoberta foi feita por uma equipe de astrônomos, que analisou o catálogo TESS Input Catalog (“Catálogo de Entrada do TESS”, em tradução literal) com ferramentas de machine learning e ficou intrigada pelo TIC 400799224. Eles o perceberam sem querer, devido à redução de brilho de 25% que apresentou em apenas algumas horas, seguida de novas variações que poderiam ser entendidas como um eclipse.

Depois, eles estudaram o objeto com diversos instrumentos e descobriram que o TIC 400799224 pode ser um sistema estelar binário, sendo que uma das estrelas pulsa em um período de 19,77 dias — deve haver algum corpo por perto emitindo nuvens de poeira periodicamente, que ocultam a estrela. Contudo, embora a periodicidade esteja bem definida, a poeira que esconde a estrela varia em forma, profundidade e duração.

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Ainda não está claro qual objeto pode ser o responsável pelas emissões de poeira. “A natureza do corpo orbital é um mistério, porque a quantidade de poeira liberada é grande”, explicam os autores. “Se fosse produzida pela desintegração de um objeto como o asteroide Ceres, no Sistema Solar, ela sobreviveria por apenas 8.000 anos antes de desaparecer”. Mesmo assim, a periodicidade do objeto e a emissão de poeira do objeto continuaram intactos.

Não se se sabe ao certo qual das duas estrelas o objeto está orbitando, mas dependendo daquela que for a hospedeira, a poeira emitida pelo TIC 400799224 poderá bloquear entre 37% e 75% da luz dela. Os autores do estudo sugerem que uma das estrelas seja de pré-sequência principal, ou seja, ela ainda está coletando massa do envelope de gás e poeira que a envolve.

Já a poeira pode ser o resultado da desintegração de um objeto em sublimação, que está passando do estado sólido para o gasoso diretamente. Outra possibilidade envolve colisões com algum objeto menor, que libera nuvens de poeira esporadicamente. Por fim, a poeira pode também ser “direcionada” por algum planeta preso no disco da estrela. Os autores concluíram que, de todos os possíveis cenários, o mais provável é o segundo.

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Segundo a equipe, algum objeto está colidindo ao redor da estrela e liberando uma grande quantidade de poeira a cada vez que isso acontece, o que talvez explique a periodicidade regular da nuvem de poeira e das variações. Agora, a equipe planeja continuar de olho no TIC 400799224 para tentar entender melhor o que acontece por lá. “As propriedades detalhadas diferem de forma significativa de outros objetos, e o TIC 400799224 pode ser de uma categoria própria”, concluíram.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista The Astronomical Journal.

Fonte: The Astronomical Journal; Via: Science AlertCenter for Astrophysics | Harvard & Smithsonian