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Telescópio James Webb acompanha fim do verão em Saturno

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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NASA, ESA, A. Simon, M.H. Wong, OPAL Team
NASA, ESA, A. Simon, M.H. Wong, OPAL Team

Enquanto o hemisfério norte de Saturno se aproxima do fim do verão, parece que grandes fluxos de ar mudaram de direção por lá, dando início a uma tendência de resfriamento. A descoberta foi feita por cientistas da Universidade de Leicester, que analisaram as condições meteorológicas do planeta com a ajuda de dados do telescópio James Webb.

Devido à sua inclinação, Saturno tem diferentes estações ao longo do ano assim como acontece na Terra — mas uma das maiores diferenças é que o gigante gasoso leva 30 anos para orbitar o Sol, e suas estações duram 7,5 anos. No momento, Saturno está se aproximando do equinócio de outono no hemisfério norte.

Com o instrumento MIRI, do telescópio James Webb, os pesquisadores estudaram a atmosfera de Saturno na luz infravermelha, coletando medidas das temperaturas e gases por lá. O dispositivo separa a luz nos comprimentos de onda que a formam, permitindo que os cientistas identifiquem os compostos ali.

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Esta foto une apenas alguns dos comprimentos de onda observados pelo MIRI, e as emissões térmicas mais brilhantes no polo norte se destacam em azul. Ali está o ciclone polar norte, formação que foi observada pela primeira vez pela sonda Cassini — aqui, ele aparece cercado por uma região de gases quentes.

Os gases formam o chamado vórtice estratosférico do polo norte, responsáveis pelos vórtices aquecidos pelo calor do Sol durante o verão. Como o equinócio de outono vai acontecer em 2025, a tendência é que o vórtice estratosférico do polo norte de Saturno comece a se esfriar, e desapareça conforme o outono chega.

Através de modelos do espectro, os cientistas determinaram a distribuição das temperaturas estratosféricas e gases no ciclo das estações de Saturno. Basicamente, o inverno é marcado por um padrão de circulação na estratosfera e excesso de hidrocarbonetos (compostos como o etano e acetileno), que afundaram do ar acima.

Os dados do MIRI obtidos em novembro do ano passado mostraram que esta circulação estratosférica mudou de direção. Agora, as temperaturas frias na estratosfera e a baixa abundância de hidrocarbonetos ocorre em outras regiões, sugerindo que o ar com baixa quantidade destes compostos se torna mais abundante no verão e segue para o sul.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Journal of Geophysical Research: Planets.

Fonte: Journal of Geophysical Research: Planets; Via: University of Leicester