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Sub-Netuno detectado na órbita de estrela anã pode ter migrado recentemente

Por| Editado por Patricia Gnipper | 10 de Maio de 2021 às 18h40

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NASA/JPL-Caltech
NASA/JPL-Caltech

Há pouco mais de dois anos, o telescópio espacial TESS, da NASA, observou um possível sinal de trânsito planetário na curva de luz da estrela TOI-269, uma anã do tipo M que fica a cerca de 138 anos-luz da Terra. Agora, uma equipe de astrônomos descobriu do que se tratava: eles identificaram um exoplaneta do tipo sub-Netuno na órbita da estrela, que é quase três vezes maior que a Terra.

Lançado em 2018, o TESS vem realizando um estudo de cerca de 200 mil das estrelas mais brilhantes que estão próximas do Sol em busca de sinais de planetas em trânsito, e hoje segue em sua missão estendida. Por enquanto, 2.700 candidatos a exoplanetas já foram encontrados — e, deles, 125 foram confirmados até o momento. Assim, o telescópio observou a TOI-269 entre setembro de 2018 e julho de 2019, que foi quando identificou a mudança no sinal da curva de luz dela.

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Trata-se de uma estrela anã do tipo M que fica a cerca de 186 anos-luz de distância de nós, com raio equivalente a 0,4 vezes o do Sol, massa de aproximadamente 0,39 massas solares e temperatura efetiva de 3.500 K. Agora, com telescópios em solo, um grupo de astrônomos liderado por Marion Cointepas confirmou que o sinal tem natureza planetária: “apresentamos a confirmação de um novo sub-Netuno próximo da transição entre as super-Terras e os sub-Netunos, em trânsito em torno da estrela anã M2 TOI-269", descreveram os autores.

Chamá-lo de “sub-Netuno” indica que ele tem tanta massa quanto Netuno (ou até mais), mas seu raio é menor. Assim, o planeta recém-encontrado tem raio de aproximadamente 2,77 vezes o da Terra, é 8,8 vezes mais massivo que nosso planeta e orbita sua estrela a cada 3,7 dias. Aliás, o que mais chamou a atenção da equipe foi a excentricidade orbital do planeta, que é de 0,425 — bem mais alta do que costuma ser observado. Essa é uma das maiores excentricidades já encontradas em meio aos exoplanetas já conhecidos com períodos abaixo de 10 dias, e sugere que este mundo pode ter chegado à posição atual recentemente.

Segundo os autores, é possível que o TOI-269 b tenha alcançado esta alta excentricidade devido a interações planetárias, que resultaram nesta migração para a parte mais interna do sistema. Além disso, eles estimam que o planeta tem densidade de 2,28 g/cm³, que é bem mais baixa do que aquela típica dos planetas rochosos. Portanto, este mundo é envolvido por um envelope volátil. A densidade, junto das outras propriedades que possui, o tornam um alvo interessante para estudos de caracterização atmosférica para comparação com outros sub-Netunos.

O artigo com a descoberta foi publicado em formato pré-print, sem revisão de pares, no repositório online arXiv.

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Fonte: Phys.org