Startups da Alemanha desenvolvem minifoguetes para lançar pequenos satélites
Por Danielle Cassita | Editado por Patricia Gnipper | 04 de Agosto de 2021 às 13h33
A Alemanha quer se juntar ao setor espacial privado e, para isso, conta com diversos projetos em andamento — com destaque àqueles desenvolvidos por três startups, que poderão transformar o país em um player competitivo na corrida para oferecer pequenos veículos lançadores. Estes foguetes entram em um mercado crescente de pequenos satélites, que vão desde a observação da Terra até ao oferecimento de serviços de conexão à internet.
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Uma delas é a Rocket Factory Augsburg (RFA), que já realizou um teste de sucesso com seu foguete RFA One. No fim de julho, o motor do veículo foi acionado por oito segundos nas instalações da empresa em Kiruna, na Suécia. O sistema de “combustão por etapas” é semelhante àquele usado pelas SpaceX e Blue Origin, dos Estados Unidos, mas ainda falta chegar à Europa — segundo Joern Spurmann, diretor operacional da RFA, o sistema permite “30% mais cargas úteis inseridas na órbita”.
Outra empresa é a HyImpulse, do estado de Bade-Vurtemberga, que também teve bons resultados com um teste em que o motor de seu veículo foi acionado durante 20 segundos, com combustível à base de cera de vela que tem a vantagem de oferecer eficiência máxima. “Nossa tecnologia é avançada o suficiente para atender o mercado de mini-lançadores”, afirmou Christian Schimierer, co-fundador da empresa.
Por fim, o país conta ainda com o trabalho da Isar Aerospace que, embora ainda não tenha realizado testes com as demais, é aquela que tem mais investimentos. A startup já acumulou mais de US$ 180 milhões em financiamento, e espera lançar o foguete Spectrum no ano que vem. A Isar Aerospace estima que o mercado de mini veículos lançadores terá um crescimento de mais de 30 bilhões de euros até 2027, sendo que os satélites de pequeno e médio porte vão representar cerca de um terço dessa expansão.
No futuro, as três startups planejam montar uma frota com até 40 foguetes parcialmente reutilizáveis, o que deverá garantir dezenas de lançamentos por ano. “Queremos criar um ‘momento Henry Ford’ para as viagens espaciais”, disse Spurmann. Esses foguetes terão motores com peças produzidas por subcontratados da indústria automobilística, que querem diversificar os veículos com motores de combustão.
A Isar Aerospace prevê que o mercado de mini-lançadores crescerá para mais de 30 bilhões de euros até 2027 — mercado que já conta com países acompanhando o crescimento, como os Estados Unidos e a China, que tem alguns projetos em andamento na Europa. "Um foguete grande é como um ônibus de viagens longas, que deixa todos os passageiros na mesma parada", descreve Schmierer. "Um micro-lançador funciona como um táxi, deixando os satélites exatamente onde o cliente quer que fiquem".
Fonte: Phys.org