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Startup espacial de cofundador da Apple quer criar um catálogo do lixo orbital

Por| Editado por Patricia Gnipper | 18 de Novembro de 2021 às 16h08

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Dotted Yeti/Shutterstock.com
Dotted Yeti/Shutterstock.com

Em setembro, Steve Wozniak e Alex Fielding, cofundador da Apple e fundador da Ripcord, respectivamente, anunciaram a fundação da Privateer. Trata-se de uma startup que quer lidar com o crescente problema do lixo espacial através da incorporação de dados variados, como informações coletivas e observações realizadas por satélites próprios. Esses dados serão reunidos para que, depois, a Privateer crie uma grande base de dados formada por informações de diferentes fontes.

Moriba Jah, conselheiro científico chefe na nova startup, comentou que a empresa planeja lançar algumas centenas de satélites para isso. “Não vamos lançar todas as centenas de uma vez; vamos construir a rede lentamente”, explicou. Embora haja uma série de instituições privadas e governamentais monitorando os detritos orbitais, a Privateer quer contribuir para essas iniciativas aprimorando-as para, depois, criar uma espécie de “Google Maps espacial”.

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Para isso, a Privateer planeja construir uma grande base de dados dos detritos orbitais a partir de informações incorporadas de fontes variadas, e depois irá analisá-la. “Basicamente, queremos ser uma empresa focada na inteligência de decisão ao agregar quantidades massivas de informações heterogêneas disparadas, porque há algo a ganharmos com os numeros”, disse Jah, especialista em detritos orbitais. Uma parte dessas informações será adquirida pela empresa, enquanto outras virão de bases públicas e o restante será coletado com satélites próprios.

O primeiro deles pode ser lançado em fevereiro de 2022. Depois, esses dados serão usados para criar não apenas um “censo do lixo espacial”, mas também caracterizar o que forma este lixo com informações variadas, como tamanho, forma, taxa de rotação e outros parâmetros. “Todos os catálogos de objetos por aí tratam os objetos como se fossem esferas”, observou Jah. “Nós vamos levar isso além, para o que se parece e é mais realisticamente”.

Parte dessas informações será adquirida pela empresa, enquanto outras receberão financiamento do público e o restante será coletado com satélites próprios — segundo Jah, o primeiro deles poderá ser lançado já em fevereiro de 2022. Depois, essas informações serão usadas para criar não apenas um “censo do lixo espacial”, mas também caracterizá-los de acordo com o tamanho, forma, taxa de rotação e outras características.

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Isso permitirá que as operadoras de satélites e demais membros da comunidade espacial avaliem melhor a ameaça representada pelos detritos orbitais, ajudando também a melhorar as previsões do período em que esses objetos podem ficar em órbita. Parte das análises e dos dados obtidos pela Privateer serão disponibilizados e haverá informações que serão distribuídas a outros clientes. Futuramente, a Privateer espera tornar a órbita da Terra mais segura para operações e melhor compreendida.

Essas melhorias de segurança podem ajudar também a evitar incidentes internacionais como o que aconteceu no início dessa semana, em que a Rússia fez um teste de destruição de um satélite soviético e, em paralelo, os oficiais dos Estados Unidos consideraram imediatamente que uma nuvem de detritos que se aproximou da ISS veio do procedimento dos russos. Jah não acusou o Departamento de Defesa de mentir ou deturpar a situação, mas destacou sua preocupação com acusações sem evidências ao público, que podem levar a ambiguidades indesejadas — algo que a Privateer poderá ajudar a reduzir.

Fonte: Space.com