SpaceX vai lançar missão da NASA que estudará mistérios do Sol em 3D
Por Danielle Cassita |

Em 27 de fevereiro, a SpaceX vai lançar um foguete Falcon 9, que leva em seu interior a missão PUNCH, da NASA. Esta missão tem o objetivo ousado de ajudar a agência espacial norte-americana a desvendar alguns grandes mistérios do Sol, como o mecanismo que acelera suas partículas e o porquê de sua atmosfera mais externa ser bem mais quente que a superfície.
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A PUNCH (sigla de “Polarimeter to Unify the Corona and Heliosphere”) vai viajar ao espaço acompanhada do observatório SPHEREx, também da NASA. No caso, a PUNCH é composta por quatro satélites pequenos que, juntos, vão proporcionar observações tridimensionais do interior da heliosfera.
De forma resumida, podemos dizer que a heliosfera é uma espécie de bolha feita pelo vento solar, a qual cerca todo o nosso sistema. Ela se encontra com o meio interestelar, criando uma “barreira” entre a área dominada pelo vento de partículas do nosso astro e o restante do universo. “A PUNCH via conectar a ponta mais próxima do Sol à mais distante [em relação à bolha]”, explicou Joe Westlake, diretor da divisão de heliofísica na agência espacial.
Para isso, os quatro satélites vão ficar estacionados em diferentes locais na órbita baixa da Terra. “Nós tínhamos que ter dois tipos de instrumentos: um que observa perto do Sol, onde é mais brilhante, e outro que olha mais longe, onde é mais escuro”, disse DeForest. O problema está nestes dois últimos: “tem um planeta no caminho. A Terra”, observou.
O melhor jeito de resolver o impasse foi criar um instrumento tão grande quanto nosso planeta. “Tudo que tivemos que fazer foi separá-lo em três partes e instalá-las em três espaçonaves diferentes. É por isso que temos três imageadores grandes angulares”, disse. Se o conceito soa familiar, é porque ele é similar àquele do telescópio Event Horizon, que capturou a primeira imagem de um buraco negro.
Já o quarto membro da constelação PUNCH tem campo de visão menor e funciona de uma forma diferente dos demais. Basicamente, este dispositivo tem uma câmera instalada para capturar eclipses solares totais artificiais, que permitem a observação da coroa solar. “Isso é muito melhor que um eclipse [natural], porque você não vai ver só pelos minutos que a Lua bloqueia o Sol e te permite ver a coroa. Como a PUNCH cria um eclipse artificial, vamos ver o tempo todo e em alta definição”, explicou.
Se tudo correr bem, a PUNCH pode revelar processos no Sol que podem mudar a forma como entendemos nosso astro. Para a equipe, a missão é capaz de mudar a forma como os cientistas detectam eventos solares capazes de causar tempestades geomagnéticas. “Esperamos que ela vai revolucionar como o clima espacial é previsto”, finalizou Deforest.
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Fonte: Space.com