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Segredo de pulsar que oscila entre diferentes modos de brilho é decifrado

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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ESO/M. Kornmesser
ESO/M. Kornmesser

Após quase uma década, o comportamento estranho de um pulsar foi finalmente desvendado. Os astrônomos descobriram que o objeto alterna entre dois modos de brilho devido a um tipo de explosão de energia bastante veloz, que ocorre enquanto o pulsar interage com sua estrela companheira.

No final de junho de 2013, astrônomos ficaram impressionados com um sistema binário formado por um pulsar (uma estrela de nêutrons com jatos em rotação rápida) e uma estrela semelhante ao Sol. O motivo da surpresa foi uma mudança nunca vista antes nos sinais de radiação emitidos pelo pulsar.

Pulsares costumam girar rapidamente e espalham a energia de seus dois jatos em várias direções, semelhante a um farol marítimo na noite escura. Esses jatos são observáveis em sinais de rádio e possuem intervalos muito precisos entre os picos de luz.

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Entretanto, em 2013, o pulsar PSR J1023+0038 (ou simplesmente J1023) fez algo inédito: o “farol” desapareceu e começou a brilhar cinco vezes mais em raios gama. Coincidência ou não, as ondas de rádio são as de menor energia no espectro eletromagnético, enquanto as raios gama são as de maior energia.

Na época, Benjamin Stappers, astrofísico da Universidade de Manchester, na Inglaterra, disse que o fenômeno “é quase como se alguém tivesse apertado um interruptor, transformando o sistema de um estado de menor energia para um de maior energia”. Agora, um novo estudo usando uma dúzia de telescópios terrestres e espaciais parece ter desvendado o mistério.

Segundo os autores, quando o pulsar está emitindo sinais de rádio no modo baixo, a matéria doada pela estrela companheira forma um disco de acreção, e então é expelida em um jato. Aos poucos, a matéria do disco vai se acumulando cada vez mais perto do pulsar, enquanto é atingida por um vento, isto é, um fluxo de partículas formado devido à rotação rápida do pulsar.

Esse vento aquece a matéria do disco, aumentando o nível de energia de suas emissões. Assim, o sistema começa a brilhar intensamente em raios X, ultravioleta e luz visível. Por fim, bolhas desta matéria quente são expulsas pelo pulsar através do jato, como se fossem balas de canhão. Agora, com menos matéria quente no disco, o sistema volta para o modo baixo.

O artigo foi publicado hoje (30) na revista Astronomy & Astrophysics.

Fonte: ESO