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Pulsar raro gira 300 vezes mais rápido que a Terra

Por| Editado por Patricia Gnipper | 21 de Junho de 2023 às 11h05

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Mark Garlick//University of Warwick
Mark Garlick//University of Warwick

Um novo pulsar raro, formado por uma anã branca, acaba de ser encontrado. Conforme gira, ela emite fortes feixes de luz em uma anã vermelha, sua vizinha no sistema, fazendo com que ambas se tornem mais e menos brilhantes em períodos regulares.

As anãs brancas são os núcleos deixados por estrelas de massa parecida com a do Sol. Algumas delas fazem parte de sistemas binários, como o caso do novo pulsar. Ele foi chamado J191213.72–441045.1 (ou apenas J1912–4410), e é o segundo sistema do tipo conhecido — o primeiro é AR Scorpii, descoberto em 2016.

O pulsar fica a mais de 770 anos-luz da Terra, e uma colher de chá de sua matéria pesaria 15 toneladas. Ele emite sinais de raios X e ondas de rádio em nossa direção a cada cinco minutos, e como tem temperatura relativamente baixa, parece estar em uma etapa avançada de seu processo evolutivo.

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A atividade dele parece ser causada por campos magnéticos intensos, cuja origem ainda é desconhecida. Um modelo sugere que talvez as anãs brancas tenham dínamos em seus núcleos, como acontece no da Terra — e, se este for o caso, eles geram magnetosfera poderosas. Ao estudar este sistema, os astrônomos podem confirmar a existência do mecanismo e entender também novos aspectos da evolução estelar.

“Os campos magnéticos das anãs brancas podem ser um milhão de vezes mais fortes que o do Sol, e o modelo do dínamo ajuda a explicar o porquê”, explicou Ingrid Pelisoli, coautora do estudo. “A descoberta do J1912−4410 foi um passo crítico à frente neste campo”, acrescentou.

O sistema permitiu a confirmação de outras previsões do modelo do dínamo: por serem antigas, as anãs brancas em um sistema de pulsar devem ser frias. Além disso, suas vizinhas devem estar próximas o suficiente para a anã branca capturar sua matéria com a gravidade, fazendo com que gire rapidamente — tudo isso foi observado no J1912−4410.

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O objeto foi encontrado enquanto pesquisadores analisavam dados de diferentes levantamentos astronômicos, que revelaram sistemas parecidos com AR Sco. “Isso confirmou que existem mais pulsares de anãs brancas por aí, conforme previsto por modelos anteriores”, concluiu ela.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Astronomy.

Fonte: Nature Astronomy; Via: University of Warwick