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Saiba como o LSST vai revolucionar a observação de pequenos objetos espaciais

Por| 30 de Agosto de 2019 às 21h00

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LSST
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Alguns grandes telescópios terrestres que no momento estão em construção ou ainda nas etapas finais de projeto vão revolucionar nosso entendimento do universo nas próximas décadas. E um deles é o Large Synoptic Survey Telescope (LSST), que está sendo construído no Chile e tem início de operação previsto para o final de 2022.

O LSST tem poder de alavancar (e muito!) a observação de pequenos objetos espaciais a partir da Terra, incluindo coisas como asteroides, cometas e objetos transnetunianos. Para esses pequenos corpos, "telescópios terrestres permitem que os astrônomos planetários descubram e caracterizem esses objetos, levando a uma melhor compreensão da formação, evolução e propriedades de nosso Sistema Solar", conforme explica Darin Ragozzine, professor de física e astronomia na Universidade Brigham Young, nos Estados Unidos.

É esperado que o LSST aumente em pelo menos dez vezes o número de pequenos objetos espaciais conhecidos, além de melhorar em até 100 vezes nossas medições da posição de todos os corpos do tipo que já conhecemos. "Isso permitirá um grande número de investigações científicas com maior profundidade e amplitude do que nunca", ressalta o professor.

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E como o LSST será capaz de fazer tudo isso? É que ele terá 8 metros e está sendo montado no topo da montanha do Cerro Pachón, no Chile, região bastante alta e com céu limpíssimo, combinação que favorece bastante a observação por meio de telescópios em Terra. Então, este "monstro" conseguirá detectar objetos fracos rapidamente, graças e um enorme campo de visão de 10 graus quadrados, o que é equivalente a um círculo com diâmetro 7 vezes maior do que a Lua cheia.

Isso significa que o LSST será capaz de encontrar objetos fracos com um poder maior do que qualquer outro observatório existente hoje. O professor ressalta que "o LSST fará a imagem de todo o céu noturno a cada poucos dias, basicamente gravando um filme de alta precisão de 6 terapix (6 milhões de megapixels) do céu noturno".

Mas o LSST fará ainda mais do que "apenas" descobrir e rastrear pequenos objetos no espaço: ele também tem potencial para detectar variações de brilho que são evidências da velocidade de rotação de um corpo e, usando filtros de diferentes cores, o telescópio medirá as cores desses objetos, o que é um indicativo de sua composição e intemperismo.

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E isso não é tudo, pois o professor conta o seguinte: "Detectaremos diretamente se alguns objetos do cinturão Kuiper têm companheiros, provavelmente descobrindo centenas de novos binários. Vamos detectar asteroides que entram em erupção em atividade semelhante a um cometa e ver a atividade mudar com o tempo. Descobriremos mais grupos de pequenos objetos, chamados "famílias", que são evidências de perturbações colisionais de corpos maiores. Vamos pegar novas colisões conforme elas acontecem pelas nuvens de poeira que se formam e se dissipam. Vamos descobrir novos objetos que podem ser explorados por robôs e até humanos. Às vezes, corpos pequenos se aproximam o suficiente um do outro para que sua atração gravitacional mútua possa ser detectada, permitindo medições de massa nunca antes vistas. Haverá enormes aumentos no número de objetos onde a forma completa e a orientação da rotação podem ser inferidas. A lista continua e continua".

O LSST produzirá cerca de 60 petabytes (600 milhões de gigabytes) de dados em 10 anos de uso. E isso exigirá métodos computacionais totalmente novos para maximizar a recompensa científica. "Para ajudar os astrônomos a lidar [com esse montão de dados], o complexo LSST incluirá um supercomputador no local", revela Ragozzine. Por fim, seu nome pode acabar mudando: o telescópio poderá ser renomeado como Vera Rubin Survey Telescope, em homenagem à astrônoma Vera Rubin.

Fonte: The Planetary Society