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Sagitário A*: buraco negro da Via Láctea tem "chaminé" de gás

Por| Editado por Luciana Zaramela | 09 de Maio de 2024 às 17h14

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EHT Collaboration
EHT Collaboration

Cientistas descobriram uma "chaminé" em Sagittarius A*, o buraco negro supermassivo da Via Láctea. A estrutura direciona seu gás quente para longe, e revela como o buraco negro consome e expele material para o espaço.

As imagens divulgadas pela NASA são o resultado da combinação de dados do telescópio de raios X Chandra (azul) e do radiotelescópio MeerKAT (vermelho). Elas mostram uma estrutura que funciona como um canalizador de gás quente de Sagittarius A* (Sgr A*).

No detalhe destacado na imagem, contendo apenas dados do Chandra, estão as cristas de raios X brilhantes perpendiculares ao plano da galáxia. Essa é a evidência de um túnel cilíndrico que canaliza o gás quente para longe do centro galáctico — a saída da “chaminé”.

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Essas estruturas já haviam sido detectadas pelos mesmos instrumentos usados para produzir a imagem, mas os novos dados do Chandra trouxeram evidências mais consistentes da saída da chaminé. Já o MeerKAT revela os campos magnéticos envolvendo o gás que escapa por ali.

A saída está localizada a cerca de 700 anos-luz do centro galáctico, que por sua vez fica a 26.000 anos-luz da Terra. O estudo destaca o papel dos campos magnéticos na estruturação do gás ao redor do buraco negro.

Os autores da pesquisa sugerem que a saída da chaminé se formou quando o gás quente ascendente encontrou um gás mais frio em seu caminho, gerando ondas de choque semelhantes às de explosões sônicas. Essas ondas de choque ficam mais evidentes no brilho em raios X nas paredes da saída.

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Provavelmente, o gás quente se formou por meio de material caindo no Sgr A*, já que esse tipo de evento causa erupções nos buracos negros que se alimentam de objetos ao seu redor. Ainda não se sabe com que frequência Sgr A* se alimenta, mas estima-se que ele devora uma estrela a cada 20 mil anos ou mais.

Por fim, as partículas e a energia na saída da chaminé podem fornecer pistas sobre a origem das Bolhas de Fermi, duas grandes estruturas que aparecem em detectores de raios gama, bem como das Bolhas eROSITA, detectadas pelo telescópio de raios X de mesmo nome. Ambos se estendem a milhares de anos-luz de distância do centro da galáxia e ainda têm explicações definitivas.

Fonte: NASA