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Rover Perseverance começa a "caçar" sinais de vida antiga na superfície de Marte

Por| Editado por Patricia Gnipper | 21 de Julho de 2021 às 13h30

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NASA/JPL-Caltech
NASA/JPL-Caltech
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Sobre a superfície avermelhada de Marte, está o laboratório móvel Perseverance, que pousou por lá em fevereiro de 2021. Desde então, o rover executou uma série de testes para garantir que suas ferramentas científicas estivessem funcionando corretamente — e estão. Agora, o robô inicia oficialmente seu trabalho de busca por sinais de vida no passado distante do Planeta Vermelho — especificamente na cratera Jezero, onde existiu um lago há bilhões de anos.

Em seu braço robótico de dois metros, o Perseverance carrega alguns equipamentos científicos capazes de fazer leituras sobre a composição química da superfície de Marte. Junto aos dados de outras ferramentas, como análises em raio-X e ultravioleta, a equipe responsável pela missão espera obter muito em breve detalhes sobre pequenos segmentos de rocha na superfície do planeta, os quais podem fornecer evidências da presença de microrganismos em um passado distante.

No vídeo abaixo, você vê o braço robótico do Perseverance se movendo para examinar algumas rochas. As imagens foram obtidas em 10 de julho deste ano, ou no 138º sol — como se chama o dia em Marte — de sua missão:

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Na extremidade do braço, está o Instrumento Planetário para Litoquímica de Raios-X (PIXL, na sigla inglês), responsável por procurar “impressões digitais” químicas que podem ter sido deixadas por micróbios antigos. Ainda na fase de testes, o PIXL já apresentou ótimos resultados. Com o tamanho de uma lancheira, a ferramenta disparou seus raios-X em um pequeno alvo enquanto calibrava suas configurações, e nisso conseguiu terminar a composição da poeira marciana. “Nós obtivemos nossa melhor análise de composição de poeira marciana antes mesmo de olhar para a rocha”, disse Abigail Allwood, principal investigadora do equipamento no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA.

Além disso, os dados adquiridos com o PIXL podem ser combinados com as informações obtidas com os instrumentos SHERLOC e WATSON para elaborar um perfil detalhado sobre a textura, contorno e a composição das rochas. Enquanto o SHERLOC identifica alguns minerais presentes nas amostras, através de seu laser ultravioleta, o WATSON tira imagens que revelam detalhes como o tamanho do grão de rocha e seu formato, características importantes para determinar sua natureza.

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Esses detalhes são fundamentais para rastrear a origem dessas rochas e, combinados aos dados do PIXL, podem revelar um bom panorama e até mesmo o histórico da cratera Jezero. “Do que é feito o chão da cratera? Quais eram as condições no fundo da cratera?”, questiona Luther Beegle, principal investigador do instrumento SHERLOC no JPL. “Isso nos diz muito sobre os primeiros dias de Marte e, potencialmente, como Marte se formou”, acrescenta Beegle.

O Perseverance não conta apenas com seus instrumentos sensíveis para "ler" Marte, mas também com uma grande equipe de cientistas aqui da Terra, envolvidos na análise dos resultados e no planejamento das investigações seguintes. Só na equipe científica são quase 500 pessoas, segundo Beegle, mas, em qualquer trabalho do rover, são pelo menos 100. “É ótimo ver esses cientistas chegarem a um acordo na análise das pistas, priorizando cada etapa e juntando as peças do quebra-cabeça científico de Jezero”, ressalta o investigador do JPL. E este trabalho será fundamental para selecionar as amostras que, com futuras missões de coleta, serão trazidas para a Terra.

Fonte: NASA