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Quatro pequenas missões de astrofísica são selecionadas pela NASA

Por| 08 de Janeiro de 2021 às 18h55

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SETI
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Nesta quinta-feira (7), a NASA divulgou a seleção de quatro missões de astrofísica para passarem por desenvolvimento conceitual por meio do programa Pioneers. Essas missões de pequena escala irão utilizar pequenos satélites e balões científicos para explorarem a evolução das galáxias, exoplanetas e até fusões de estrelas de nêutrons.

A proposta do programa é fornecer oportunidades para pesquisadores que estão no começo e metade de suas carreiras para que, assim, eles proponham experimentos inovadores e liderem investigações espaciais ou suborbitais pela primeira vez — e sejam criativos para criar missões de custos baixos. Segundo Paul Hertz, diretor da divisão de astrofísica da NASA, a agência espacial recebeu mais de 20 ideias de interessados em universidades, laboratórios de pesquisa e centros da NASA. O orçamento para uma missão por meio do programa é de U$ 20 milhões, um preço baixo possibilitado pelo desenvolvimento da indústria de pequenos satélites de observação da Terra e acesso à internet.

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Na verdade, o Pioneers é uma iniciativa experimental para a agência espacial estadunidense, que nunca havia solicitando antes propostas para experimentos de astrofísica do tipo com tantas restrições e custos tão baixos — tanto que existe a possibilidade de alguns dos conceitos exigirem orçamentos maiores, de modo que talvez não sejam aprovados para o Pioneers. “Não sabemos se há grande astrofísica que possa ser feita em um satélite de U$ 20 milhões, mas desafiamos a comunidade e eles responderam com várias propostas inovadoras”, disse Hertz. “Agora, estamos animados para ver se conseguem entregar”.

De acordo com Thomas H. Zurbuchen, administrador associado da NASA, os principais investigadores dos estudos conceituais apresentaram linhas de pensamento inovadoras para experimentos de astrofísica de alto impacto e baixo orçamento. “Cada um dos experimentos propostos faria algo que nenhum outro telescópio ou missão da NASA conseguiria, e pode preencher lacunas importantes no nosso entendimento do universo”, finaliza.

Confira os conceitos dos estudos propostos:

  • Aspera: trata-se de um SmallSat que vai estudar a evolução das galáxias. Com observações na luz ultravioleta, a ideia é que o satélite examine o gás quente no meio intergaláctico (o espaço entre as galáxias) e o fluxo de entrada e saída de gases delas; embora o meio intergaláctico tenha grande importância, este componente ainda é pouco mensurado, então essa é uma oportunidade para o Aspera preencher a lacuna em questão. O principal investigador é Carlos Vargas, da Universidade do Arizona.
  • Pandora: este também é um SmallSat, cuja proposta é estudar 20 estrelas e seus 39 exoplanetas na luz visível e infravermelha para desembaraçar os sinais emitidos pelas estrelas e atmosferas planetárias — isso porque a compreensão de como a mudança da luz estelar interfere nas medidas dos exoplanetas é um problema considerável na busca por planetas habitáveis existentes além do Sistema Solar. Elisa Quintana, do Goddard Space Flight Center, é a principal investigadora da proposta.
  • StarBust: é mais um SmallSat que vai detectar raios gama de alta energia a partir de eventos como fusões das estrelas de nêutrons para coletar informações valiosas sobre eles. Trata-se de fenômenos que também podem ser identificados pelos observatórios da Terra por meio das ondas gravitacionais, e são onde metais pesados como ouro e a prata são formados. Até hoje, apenas um evento desse foi observado simultaneamente nas ondas gravitacionais e raios gama, e estima-se que o StarBust encontre 10 deles por ano. O principal investigador é Daniel Kocevski, do Marshall Space Flight Center.
  • PUEO: essa missão de balão científico foi criada para ser lançada na Antártida para detectar sinais de neutrinos de ultra energia, e seria o estudo mais sensível já conduzido sobre eles. Essas partículas guardam pistas importantes sobre processos astrofísicos de alta energia, como a formação dos buracos negros e a fusão de estrelas de nêutrons. Os neutrinos viajam livremente pelo universo e, assim, levam informações sobre eventos que ocorreram a bilhões de anos-luz de distância de nós. A principal investigadora do estudo é Abigail Vieregg, da Universidade de Chicago.
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Após serem elaborados mais detalhadamente, os quatro estudos vão passar por uma análise de estudo conceitual antes de serem aprovados para lançamentos futuros.

Fonte: NASA