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Pulsar é flagrado fugindo de sua própria nebulosa em altíssima velocidade

Por| Editado por Rafael Rigues | 01 de Julho de 2022 às 15h45

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NASA/CXC/SAO/L. Xi et ai./Palomar DSS2
NASA/CXC/SAO/L. Xi et ai./Palomar DSS2

Um pulsar foi encontrado “correndo” pela Via Láctea a uma velocidade impressionante de 2,24 milhões de km/h, um dos mais rápidos de sua categoria já observados. Isso equivale a 20 vezes a velocidade da Terra ao redor do Sol.

Os astrônomos encontraram este pulsar usando o Observatório de Raios-X Chandra, da NASA. Para calcular sua velocidade, eles observaram o movimento do objeto no interior de uma nebulosa durante o período de dez anos — entre 2006 e 2016.

Pulsares são estrelas de nêutrons, ou seja, remanescentes de estrelas massivas que explodiram em supernovas, deixando para trás uma nebulosa e o núcleo estelar. Eles giram rapidamente e estão geralmente localizados no centro de suas nebulosas.

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Este não é o caso da supernova G292.0+1.8, localizada a cerca de 20.000 anos-luz da Terra. Em vez de se manter no centro da nebulosa — a “nuvem” colorida de gases expelidos pela explosão estelar — este pulsar se deslocou em alta velocidade rumo a uma das bordas da bolha.

A velocidade calculada é cerca de 30% maior do que uma estimativa anterior baseada em um método indireto, ou seja, medindo a distância do pulsar a partir do centro da explosão. Entretanto, a velocidade real pode ser ainda maior, já que as medições refinadas não incluem o movimento em todas as direções — apenas o movimento linear bidimensional, sem considerar o possível deslocamento em profundidade.

O deslocamento do pulsar foi causado pelo “coice” resultante de uma explosão assimétrica da supernova. Há duas possibilidades cogitadas pelos pesquisadores: uma quantidade descomunal de neutrinos foi gerada e ejetada por um dos lados da estrela, ou detritos da explosão foram mais concentrados em um dos lados da supernova.

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Devido à assimetria nos detritos da explosão (a explicação mais provável dentre as duas hipóteses), o pulsar ganhou impulso de um dos lados, sendo empurrado na direção contrária. Isso confirma uma observação anterior de que o pulsar está se movendo na direção oposta à parte mais intensa do gás emissor de raios-X.

Com estes resultados, a equipe de pesquisa estima que a supernova G292.0+1.8 poderia ter sido testemunhada na Terra há cerca de 2.000 anos, em vez do cálculo anterior que sugeria 3.000 anos atrás. Entretanto, não há registros daquela época de uma supernova observada na região onde a G292.0+1.8 seria visível — o Hemisfério Sul.

O estudo foi aceito para publicação no The Astrophysical Journal.

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Fonte: SciTechDaily