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Planetas podem se salvar de estrelas hostis escondendo água em rochas

Por| Editado por Patricia Gnipper | 22 de Março de 2023 às 08h59

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AIP/ J. Fohlmeister
AIP/ J. Fohlmeister

Planetas formados ao redor de estrelas anãs vermelhas, poderiam recuperar suas condições de abrigar a vida após perder a água de suas superfícies. Se seus rios e oceanos forem arrancados pela radiação estelar, eles ainda poderão contar com a água subterrânea para se tornarem novamente aquáticos.

Os mundos na zona habitável das anãs vermelhas são considerados grandes alvos em potencial na busca por vida extraterrestre. Mas há uma fase extremamente hostil na juventude dessas estrelas, com explosões de plasma bem mais intensas do que as de nosso Sol.

Durante essa fase adolescente das estrelas, os planetas podem sofrer com essa atividade violenta, incluindo a perda de toda a água em suas superfícies — principalmente se não houver uma atmosfera para protegê-los.

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Para estrelas maiores, como o Sol, essa fase é relativamente curta, mas as anãs vermelhas passam por isso durante muito mais tempo. Isso coloca em dúvida a candidatura desses mundos como potencialmente habitáveis.

Entretanto, um estudo mostrou que a água no interior dos planetas pode ser uma reserva capaz de reabastecer a superfície. Quando a estrela diminui suas atividades, a água conservada dentro das rochas poderia ser levada de volta à superfície por meio de vulcões.

Os autores do estudo criaram um modelo que pode prever a proporção de minerais ricos em água dentro de um planeta. Agindo como uma esponja, esses minerais absorvem a água e protegem da radiação e partículas carregadas da estrela. Uma vez que a atividade estelar diminui, a água retornaria à superfície para reabastecer os oceanos.

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Mas quanta de quanta água estamos falando? Bem, os autores dizem que o tamanho do planeta é o que determina a proporção de minerais que transportam água. A maior parte ficaria contida em uma camada rochosa conhecida como manto superior (logo abaixo da crosta).

No manto superior, a pressão e temperatura são ideais para a formação de wadsleyita e ringwoodita, minerais capazes de absorver água. Essa camada também está ao alcance de vulcões, que podem trazer a água de volta à superfície por meio de erupções.

Se este resultado estiver correto, o modelo pode ajudar os astrônomos a entender como os planetas ao redor de estrelas agitadas se tornam potencialmente habitáveis após o período de maior atividade estelar. Isso é importante para a busca por vida alienígena porque as anãs vermelhas são as mais comuns na Via Láctea e as que duram mais tempo.

As estimativas de vida para uma anã vermelha são muito generosas: os cientistas dizem que elas podem viver por mais tempo que a idade atual do universo, que é 13,7 bilhões de anos. Considerando a quantidade delas em nossa galáxia, é tentador considerá-las o alvo ideal para os telescópios “caçadores” de exoplanetas.

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No entanto, ainda é cedo para decidir isso porque os astrônomos ainda não chegaram a um consenso sobre as chances desses planetas se tornarem habitáveis. A nova pesquisa, publicada no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, é um bom passo na direção favorável às buscas por vida nesses sistemas.

Fonte: MNRAS, Universidade de Cambrige