Planetas "órfãos" podem ter oceanos líquidos que permitam existência de vida
Por Danielle Cassita | Editado por Patricia Gnipper | 01 de Outubro de 2021 às 19h40
Em meio aos milhares de candidatos a exoplanetas já descobertos, há aqueles que são “órfãos”, ou seja, que viajam livremente pelo espaço sem estarem gravitacionalmente presos a nenhuma estrela. Embora não tenham nenhum astro os aquecendo, uma equipe de cientistas considera que, mesmo vagando pelo frio do espaço interestelar, eles podem oferecer condições que permitam a existência de vida.
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Manasvi Lingam, astrobiólogo e um dos autores de um novo estudo, tem grande interesse nas possibilidades para a vida que esses planetas “órfãos” podem ter, e observou que, para cada sistema estelar descoberto, há entre 30 e 40 planetas viajando pelo espaço interestelar. “Normalmente, pensamos em planetas presos a estrelas, como Marte, que possam abrigar vida; na realidade, esses tipos de planetas amigáveis para a vida podem estar flutuando livremente pelo espaço com biosferas ricas”, explica ele.
Assim, os autores estudaram as possibilidades de sobrevivência da vida em um planeta órfão através de oceanos líquidos sob uma espessa camada de gelo, que, talvez, permitam a existência de vida. Embora o espaço interestelar seja frio demais para esses oceanos se manterem em estado líquido, os autores acreditam que a camada de gelo poderia servir como proteção para a biosfera, e que o núcleo do planeta poderia aquecê-lo.
Agora, os próximos passos do estudo envolvem experimentos para os autores descobrirem as condições através das quais a vida poderia sobreviver, como temperaturas ou pressão baixas demais — uma forma de fazer isso é estudar microrganismos que vivem sem a necessidade de luz solar. Além disso, eles pretendem também analisar planetas do tipo conforme passam pelo Sistema Solar para, assim, pesquisar as condições do planeta e descobrir se poderiam facilitar a ocorrência de vida.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista International Journal of Astrobiology.