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Planeta 9 | Por que ainda acham que pode haver algo escondido no Sistema Solar

Por  • Editado por Melissa Cruz Cossetti | 

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R. Hurt/Caltech
R. Hurt/Caltech

Nosso Sistema Solar é composto por oito planetas — além de outros cinco planetas anões. E ao longo da história, astrônomos frequentemente levantaram a possibilidade da existência de um outro mundo gigante escondido no Sistema Solar.

Em 1915, o astrônomo Percival Lowell desenvolveu a teoria do “Planeta X”, que seria uma explicação para a atração gravitacional responsável pelo desvio na órbita de Urano. No entanto, o mistério da órbita de Urano foi resolvido nos anos 1990, após um recálculo da massa de Netuno.

Em 2016, os astrônomos Konstantin Batygin e Mike Brown — do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) — apresentaram uma nova hipótese indicando a possível existência de um nono planeta no Sistema Solar.

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Hipótese baseada no Cinturão de Kuiper

A teoria dos cientistas do Caltech está relacionada ao Cinturão de Kuiper — região além da órbita de Netuno que abriga planetas anões, asteroides e outros corpos espaciais.

Muitos desses objetos transnetunianos orbitam o Sol, mas suas órbitas não têm trajetórias contínuas. É nesse ponto que Batygin e Brown sugerem a presença do nono planeta.

Segundo suas pesquisas, um astro com forte atração gravitacional estaria influenciando as órbitas dos objetos do Cinturão de Kuiper, sendo o “Planeta Nove” a explicação para esse fenômeno.

Os especialistas comparam esse efeito ao que ocorre com a Lua, que orbita o Sol em um ano, mas também gira em torno da Terra a cada 27 dias devido à influência gravitacional do nosso planeta. Isso faz com que a trajetória da Lua pareça espiralada para um observador externo.

De modo semelhante, os objetos transnetunianos apresentam sinais de que suas órbitas são afetadas não apenas pela gravidade do Sol, mas também por uma força gravitacional de outro astro — o hipotético Planeta Nove.

Falta de dados sobre o Cinturão

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Apesar da hipótese do Caltech, outros cientistas ressaltam que ainda não há dados orbitais suficientes sobre os corpos do Cinturão de Kuiper para explicar com precisão as órbitas erráticas desses objetos.

“A maior questão, no entanto, é que o Sistema Solar externo simplesmente não foi observado por tempo suficiente”, destaca Ian Whittaker, professor sênior de Física na Nottingham Trent University.

Whittaker explica que, embora a trajetória orbital de um objeto possa ser traçada em poucos anos, os efeitos gravitacionais exigem milhares de anos de observação para que suas alterações sejam identificadas.

Presença do sednoide 2023 KQ14

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A descoberta do objeto 2023 KQ14, pelo telescópio Subaru, no Havaí, também desafia a teoria de Batygin e Brown.

Classificado como um sednoide — grupo de objetos transnetunianos com órbitas altamente excêntricas e muito distantes do Sol —, o 2023 KQ14 se aproxima do Sol a uma distância equivalente a 71 vezes a da Terra.

Estudos indicam que sua órbita elíptica estável não é significativamente afetada por nenhum planeta grande, nem pelo hipotético Planeta Nove.

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“Para piorar a situação da teoria do ‘Planeta Nove’, este é o quarto sednoide descoberto. Os outros três também apresentam órbitas estáveis, o que sugere que qualquer ‘Planeta Nove’ teria que estar muito distante”, acrescenta Whittaker.

Com a previsão de que uma nave espacial consiga chegar longe o suficiente para analisar de perto o Cinturão de Kuiper apenas em 118 anos, astrônomos ainda terão que lidar com limitações para investigar o Planeta Nove. Enquanto isso, telescópios terrestres e espaciais continuam sendo usados para detectar novos sinais.

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Fonte: The Conversation; NASA