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Pesquisadores canadenses sugerem que Júpiter poderia ter quase 600 luas

Por| 08 de Setembro de 2020 às 22h30

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Carnegie Inst. for Science / Roberto Molar Candanosa
Carnegie Inst. for Science / Roberto Molar Candanosa

Atualmente, Júpiter conta com 79 luas oficiais, mas pode ser que este número aumente no futuro: recentemente, uma equipe de astrônomos canadenses realizou um estudo que sugere que o gigante gasoso poderia ter quase 600 luas, sendo que a maior parte delas estaria em órbitas irregulares e retrógradas. O estudo será apresentado no congresso Europlanet Science Congress 2020, que será realizado virtualmente.

Neste estudo, os pesquisadores Edward Ashton, Matthew Beadoin e Brett Gladman, da Universidade da Colúmbia Britânica, identificaram quase cinquenta possíveis novas luas jovianas que são ainda menores que outras que já haviam sido observadas recentemente. Então, ao extrapolar a área do céu que eles estudaram, a equipe percebeu que poderia muito bem haver quase 600 destes pequenos objetos orbitando o planeta gigante.

Para chegar a esta conclusão, a equipe analisou 60 imagens feitas com a técnica de longa-exposição em uma área próxima a Júpiter. Todas as fotos foram tiradas durante um período de três horas no final de 2010, utilizando a câmera presente no telescópio Canadá-França-Havaí, em Mauna Kea. Depois, os pesquisadores realizaram diversas combinações digitais das imagens, para que cada uma representasse cada possível combinação de velocidade e direção do movimento de uma possível lua.

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No fim, o método revelou mais de 50 objetos com diâmetro de 800 metros. Sete das luas mais brilhantes acabaram sendo satélites irregulares de Júpiter, enquanto as outras são provavelmente luas jovianas que orbitam o planeta em direção oposta à da rotação. Scott Sheppard, pesquisador do Carnegie Institution of Science, já havia estimado que deveriam haver quase 100 luas irregulares e não ficou surpreso com o resultado: “utilizamos uma abordagem e técnica similares para nossas descobertas das luas de Júpiter que foram anunciadas em 2018”. No estudo, eles mencionaram também objetos que não poderiam ser confirmados como luas porque não foram observados por tempo suficiente.

Entretanto, a equipe ainda não pode oficializar as descobertas. “É necessário um longo tempo para conseguirmos órbitas confiáveis dessas pequenas e numerosas luas”, disseram. Além disso, Ashton acredita que não é possível rastreá-las sem começar praticamente do zero, e é bem provável que essas luas sejam observadas novamente por outros instrumentos. “As novas observações estarão relacionadas, então o que observamos será incorporado”, comenta. Por fim, o estudo levanta uma questão: qual é o tamanho mínimo que um objeto pode ter para que ainda seja considerado uma lua? Para Ashton, a União Astronômica Internacional não deverá dar nome a luas com diâmetro abaixo de um quilômetro.

O artigo que descreve os resultados do estudo foi publicado no periódico The Planetary Science Journal.

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Fonte: Sky and Telescope