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Pela primeira vez, cientistas observam supernova rica em cálcio com raios-X

Por| 06 de Agosto de 2020 às 11h28

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Aaron M. Geller, Northwestern University
Aaron M. Geller, Northwestern University

Uma equipe de pesquisadores da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, pode ter descoberto novas informações sobre a formação das supernovas ricas em cálcio, um fenômeno que, até então, era pouquíssimo estudado pela comunidade científica devido à sua raridade. Pela primeira vez, eles examinaram uma supernova rica em cálcio por meio de imagens de raios-X. O artigo com os resultados do estudo foi publicado no periódico Astrophysical Journal.

A descoberta do astrônomo amador Joel Shepherd foi o primeiro passo para o estudo. Ele notou algo curioso enquanto observava a galáxia especial Messier 100, e viu uma explosão brilhante alaranjada - que, no fim das contas, era a supernova SN 2019ehk. Shepherd fez questão de comunicar o fenômeno à comunidade astronômica, o que desencadeou uma colaboração entre pesquisadores e astrônomos de todo o mundo: “cada país parou para olhar este objeto com seus telescópios”, comenta ele.

Diversos observatórios examinaram o fenômeno e os comprimentos de onda emitidos pela supernova SN 2019ehk. Assim, Daichi Hiramitsu, estudante da Universidade da Califórnia, utilizou o observatório Swift da NASA para analisá-la a partir de raios-X e raios ultravioleta. Assim, eles descobriram que a explosão está utilizando o cálcio para se encerrar pouco a pouco. "Ela quer liberar a energia, e a emissão de cálcio é uma forma eficiente de fazer isso", explica Raffaella Margutti, uma das autoras do estudo.

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O brilho que Shepherd observou traz informações sobre a natureza da supernova. Para os pesquisadores da Universidade, a estrela liberou uma camada mais externa de gás quando chegou ao fim de sua vida. Ao explodir, a matéria que a formava colidiu com essa camada, e ocorreu a explosão brilhante de raios-X. “Sem essa explosão, você nunca saberia que havia algo lá. Nem o Hubble conseguiria ver”, completa Margutti.

Assim, as supernovas ricas em cálcio são estrelas compactas e protegidas por uma camada mais externa de gás no fim da vida. Ao explodirem, a matéria da estrela colide com essa camada e libera raios-X brilhantes. Essa explosão tem temperatura e pressão tão altas que o cálcio se forma por fusão nuclear em questão de segundos - enquanto as estrelas típicas, por sua vez, produzem pequenas quantidades do elemento durante suas vidas. “Ao observar o que essa estrela fez em seu último mês antes de chegar ao fim, pudemos chegar a um local jamais explorado, abrindo novos caminhos para estudos na ciência”, finaliza Wynn Jacobson-Galan, o líder do estudo.

Fonte: Northwestern Now Story