O que é um magnetar? Entenda o fenômeno mais extremo do universo
Por João Melo |

Imagine um corpo celeste tão poderoso capaz de desorganizar a estrutura atômica da matéria a centenas de quilômetros de distância. Esse é o magnetar, uma estrela formada por nêutrons que possui um campo magnético absurdamente forte.
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A título de comparação, o campo magnético dessas estrelas é cerca de um trilhão de vezes mais potente que o da Terra. Hipóteses extremas apontam que a força de uma magnetar pode destruir todos os cartões de crédito do nosso planeta, caso ele passe por nós a uma distância de cerca de 190 mil quilômetros.
Composição de um magnetar
Os magnetares são estrelas de nêutrons raras, e que surgem após o colapso de estrelas supermassivas, evento conhecido como supernova. O maior destaque fica por conta do seu campo magnético incrivelmente denso, que pode gerar erupções colossais de energia.
Informações da NASA dão conta de que esses corpos celestes altamente energizados medem cerca de 19 quilômetros de diâmetro e, até o momento, foram identificados cerca de 30 deles no universo. Outra evidência dos cientistas é de que essas estrelas perdem força com o passar do tempo.
Pesquisadores espaciais ainda buscam mais informações relacionadas à taxa de nascimento e a novos cenários de formação destes corpos celestes, o que seria crucial para desenvolver teorias relacionadas a eventos transitórios do universo, como explosões de raios gama, supernovas super luminosas e explosões rápidas de rádio.
Erupções magnéticas
As explosões dos magnetares são conhecidas como erupções magnéticas ou flares, e acontecem quando seu campo magnético sofre instabilidades ou "rupturas". Esse campo é tão forte que pode deformar a crosta da própria estrela de nêutrons, que possui uma camada rígida e densa. Quando essa crosta se quebra, o magnetar pode liberar uma quantidade exorbitante de energia.
Esses flares liberam raios-X e raios gama que atravessam o espaço e podem ser detectados por telescópios mesmo a milhares de anos-luz de distância. Em 2020, a erupção de um magnetar a 13 milhões de anos-luz da Terra espalhou pelo universo, em 0,16 segundo, a energia equivalente a um bilhão de sóis.
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Fonte: NASA