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O que aconteceu com o universo em 2022?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 03 de Janeiro de 2023 às 09h42

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twenty20photos/Envato
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O planeta Terra não é o único que passa por mudanças significativas durante um ano. Nesse período, o próprio universo passa por variações sutis que, quando acumuladas no passar dos anos, impõem alterações mais drásticas.

Em nosso mundo, algumas coisas notáveis acontecem durante 12 meses. A passagem de quatro estações climáticas sazonais significa uma série de ciclos, como o aumento ou a diminuição da população de algumas espécies, diferentes etapas de ciclos da água, entre muitas outras.

No universo, durante esse mesmo tempo, as mudanças são bem menos perceptíveis, mas isso não quer dizer que sejam pequenas — na verdade, não as percebemos devido às distâncias cósmicas e proporções astronômicas de tamanhos, massas e densidades.

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Por exemplo, pense no Sol. Ele fica a 149.600.000 km de distância da Terra — para os padrões astronômicos, ele está "coladinho" conosco, mas essa distância é imensurável para nós, humanos, porque nunca experimentamos algo assim aqui na Terra, que nos serve de parâmetro para conceitos diversos, incluindo de "perto" e "longe". Devido às proporções do universo, mudanças muito grandes para nossa percepção podem ser, na verdade, insignificantes ao relação ao todo. 

Seguiremos usando nosso Sol como exemplo. Devido a reações nucleares internas, ele perde cerca de 1017 quilos de massa por ano. Isso é muita coisa para nossa concepção humana, mas equivalente apenas a um "espirro" para nossa estrela no contexto cósmico. Mesmo assim, esses “espirros” trazem consequências a longo prazo: com a perda de massa da nossa estrela, seu poder gravitacional diminui. Assim, a Terra espirala para fora, aumentando nosso raio orbital em 1,5 cm todos os anos.

Outras mudanças sutis curiosas e com implicações importantes no futuro incluem as interações gravitacionais, que retardam a rotação do nosso planeta, o que torna os dias 14 microssegundos mais longos a cada ano. Neste mesmo período, a distância Lua-Terra aumenta em 3,8 cm. As consequências são interessantes e, às vezes, exigem pequenos ajustes em nossas tecnologias. Por exemplo, os dias ganhando alguns microssegundos podem exigir adições ocasionais de segundos em nossos relógios.

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Enquanto 12 meses se passam em nosso planeta, o Sol se torna mais quente, ficando 0,0000005% mais luminoso; cerca de 5 novas estrelas de baixa massa se formam na Via Láctea; 50 milhões de supernovas explodem universo afora, e a radiação cósmica de fundo em micro-ondas (a luz “fóssil” do Big Bang) se torna 200 picokelvin mais fria.

Em todo o universo observável, as estrelas formadas no período de um ano resultam em um total de 45 bilhões de massas solares. Devido à expansão do universo, o limite observacional aumentou 60 trilhões de km (ou 6,5 anos-luz) em 2022. Também aumenta o cerca perceptível em cerca de 35.000, todos os anos.

Isso sem mencionar eventos mais misteriosos, como as rajadas rápidas de rádio, as formações de novos buracos negros, as colisões entre objetos massivos como estrelas de nêutrons — todos importantes para os ciclos de transformações de energia e matéria do nosso universo.

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Assim como nosso planeta está constantemente sofrendo mudanças, ano após ano, o próprio universo está sempre em evolução, tornando-se sempre mais caótico e complexo devido à entropia. Cada ano terrestre é um grão de areia a mais escoando pela ampulheta do universo, que se dirige a um inevitável fim — ou recomeço.

Fonte: Stars With a Bang