Nuvem de gás pode estar orbitando um buraco negro na Via Láctea
Por Danielle Cassita • Editado por Patricia Gnipper | •
Uma equipe de pesquisadores liderada por Miyuki Kaneko, da Universidade de Keio, no Japão, descobriu uma nuvem molecular próxima do centro da Via Láctea. O mais itnrigante sobre esta nuvem é que ela parece estar orbitando um dos objetos mais misteriosos da astronomia. Ao investigar o que havia no centro da órbita dela, os cientistas viram… nada. Isso sugere que ela está se movendo ao redor de algo escuro que, talvez, seja um buraco negro.
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Os autores identificaram a nuvem através de dados do telescópio James Clerk Maxwell e pelo radiotelescópio Nobeyama. A nuvem fica a cerca de 27 mil anos-luz de nós e tem formato curvo (daí veio o apelido de "Girino") , o que sugere que ela foi “esticada” conforme orbita um objeto massivo e compacto. Como não há nada brilhante e massivo suficiente no centro da órbita dela, o melhor “candidato” para o objeto massivo e compacto é um buraco negro.
“O quão compacta espacialmente é a [nuvem do] Girino, e a ausência de partes brilhantes em outros comprimentos de onda, sugerem que o objeto seja um buraco negro de massa intermediária”, escreveram os autores.
Os buracos negros podem ser de massa estelar, com até 100 vezes a massa do Sol, e podem ser supermassivos, como aqueles no centro das galáxias. Não se sabe como estes objetos se formam, mas a resposta pode estar nos buracos negros de massa intermediária, uma espécie de “meio termo” entre os dois tipos.
Pouquíssimos deles são conhecidos até o momento, mas os modelos usados pelos autores sugerem que o objeto em questão, responsável por ter distorcido a estrutura da nuvem do Girino através das marés gravitacionais, teria cerca de 100 mil vezes a massa do Sol. Portanto, talvez ele seja um buraco negro de massa intermediária.
Os autores ainda precisam realizar novas observações para confirmar a “identidade” do objeto ali. Para isso, eles planejam usar o radiotelescópio Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), no Chile, para conduzir observações de acompanhamento da nuvem e verificar sinais de um buraco negro — ou de algum outro objeto — por lá.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado no The Astrophysical Journal.
Fonte: The Astrophysical Journal; Via: Phys.org