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Nuvem de gás pode estar orbitando um buraco negro na Via Láctea

Por| Editado por Patricia Gnipper | 17 de Fevereiro de 2023 às 10h45

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kall1st0/Envato
kall1st0/Envato

Uma equipe de pesquisadores liderada por Miyuki Kaneko, da Universidade de Keio, no Japão, descobriu uma nuvem molecular próxima do centro da Via Láctea. O mais itnrigante sobre esta nuvem é que ela parece estar orbitando um dos objetos mais misteriosos da astronomia. Ao investigar o que havia no centro da órbita dela, os cientistas viram… nada. Isso sugere que ela está se movendo ao redor de algo escuro que, talvez, seja um buraco negro.

Os autores identificaram a nuvem através de dados do telescópio James Clerk Maxwell e pelo radiotelescópio Nobeyama. A nuvem fica a cerca de 27 mil anos-luz de nós e tem formato curvo (daí veio o apelido de "Girino") , o que sugere que ela foi “esticada” conforme orbita um objeto massivo e compacto. Como não há nada brilhante e massivo suficiente no centro da órbita dela, o melhor “candidato” para o objeto massivo e compacto é um buraco negro.

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“O quão compacta espacialmente é a [nuvem do] Girino, e a ausência de partes brilhantes em outros comprimentos de onda, sugerem que o objeto seja um buraco negro de massa intermediária”, escreveram os autores.

Os buracos negros podem ser de massa estelar, com até 100 vezes a massa do Sol, e podem ser supermassivos, como aqueles no centro das galáxias. Não se sabe como estes objetos se formam, mas a resposta pode estar nos buracos negros de massa intermediária, uma espécie de “meio termo” entre os dois tipos.

Pouquíssimos deles são conhecidos até o momento, mas os modelos usados pelos autores sugerem que o objeto em questão, responsável por ter distorcido a estrutura da nuvem do Girino através das marés gravitacionais, teria cerca de 100 mil vezes a massa do Sol. Portanto, talvez ele seja um buraco negro de massa intermediária.

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Os autores ainda precisam realizar novas observações para confirmar a “identidade” do objeto ali. Para isso, eles planejam usar o radiotelescópio Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), no Chile, para conduzir observações de acompanhamento da nuvem e verificar sinais de um buraco negro — ou de algum outro objeto — por lá.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado no The Astrophysical Journal.

Fonte: The Astrophysical Journal; Via: Phys.org