Novos detalhes das estrelas mais antigas da Via Láctea são revelados
Por Danielle Cassita • Editado por Patricia Gnipper |
Através de um levantamento recente, uma equipe internacional de cientistas conseguiu o maior e mais detalhado conjunto de dados das mais antigas estrelas da Via Láctea. Elas ficam no centro galáctico e, para a surpresa da equipe, giram lentamente ao redor da região, apesar de terem sido formadas por processos caóticos.
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Algumas das estrelas nascidas no primeiro bilhão de anos após o Big Bang ainda estão presentes. Normalmente, os astrônomos procuram essas antigas estrelas no halo denso que cerca a Via Láctea. A escolha não é por acaso: os modelos de formação galáctica sugerem que as estrelas mais antigas devem estar nas regiões de maior densidade da galáxia.
O halo é como uma nuvem esférica formada por estrelas cercando nossa galáxia, mas encontrar as mais antigas delas ali não é fácil, porque a poeira interestelar presente bloqueia a visão. Além disso, as estrelas antigas são extremamente raras, se comparadas às mais jovens.
Mesmo assim, os pesquisadores decidiram procurar as estrelas internas e antigas da nossa galáxia. Eles trabalharam com filtros especiais, usados para selecionar estrelas candidatas para o estudo. Elas foram confirmadas com observações espectroscópicas, que proporcionaram vários detalhes sobre as estrelas.
Após combinar estas observações a dados da missão Gaia, da agência Espacial Europeia, os pesquisadores descobriram algumas características interessantes nelas. A primeira delas é que, quanto mais antigas são as estrelas, mais caótico é o movimento que apresentam. Mesmo assim, mesmo as mais antigas se movem ao redor do centro da galáxia.
Além disso, grande parte das estrelas passou quase toda sua existência na parte interna da nossa galáxia. Elas foram encontradas agrupadas em uma espécie de esfera, que se estende a metade da distância entre o centro galáctico e o Sol. "É empolgante pensar que estamos vendo estrelas que se formaram nas primeiras fases da Via Láctea e que, até então, estavam fora de alcance", comemorou Dr. Anke Arentsen, membro da equipe.
As descobertas foram apresentadas durante a Conferência Nacional de Astronomia de 2023.
Fonte: RAS