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Novo mapa revela a distribuição de toda a matéria do universo

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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Pablo Carlos Budassi
Pablo Carlos Budassi

Uma equipe internacional de cientistas publicou o mapa mais preciso de toda a matéria do universo obtido até o momento, incluindo a matéria escura invisível, que compõe 75% de tudo o que existe no cosmos. Os resultados, no entanto, demonstraram diferenças entre observação e previsão.

A equipe usou dados de dois grandes levantamentos de lentes gravitacionais: o Dark Energy Survey, que coletou dados em comprimentos de onda ultravioleta próximo, visível e infravermelho próximo; e o Telescópio do Polo Sul, que observa a radiação cósmica de fundo.

Ao comparar esses dois conjuntos de dados, os cientistas obtiveram um enorme mapa da matéria distribuída no universo. "Funciona como uma verificação cruzada, tornando-se uma medida muito mais robusta do que se você usasse apenas um ou outro", disse o astrofísico Chihway Chang, da Universidade de Chicago.

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Lentes gravitacionais, uma das principais fontes de dados do Dark Energy Survey usados nessa pesquisa, são formadas por galáxias massivas posicionados no caminho entre a Terra e galáxias ainda mais distantes. Quando esse alinhamento ocorre, a luz do objeto de fundo é ampliada e distorcida pela gravidade da galáxia mais próxima.

Já a radiação cósmica de fundo é a “luz” fóssil do Big Bang, em forma de micro-ondas. Devido à expansão do universo, os primeiros fótons espalhados pelo universo tiveram seus comprimentos de onda “esticados” até assumirem as características da radiação em micro-ondas. Ela é uma das principais evidências do Big Bang.

O mapa obtido pela nova pesquisa também revela a distribuição da matéria escura, a substância misteriosa que “completa” a força gravitacional observada por todo o universo. Sem adicionar a matéria escura nos modelos astronômicos, a massa restante da matéria “comum”, isto é, visível, não pode explicar as observações.

Agora, os físicos de todo o mundo poderão usar este mapa e compará-lo com modelos e simulações da evolução do universo para saber se a distribuição de matéria observada corresponde às previsões teóricas. Algumas dessas comparações já foram feitas e, de modo geral, o mapa corresponde aos modelos atuais — mas não completamente.

Segundo os artigos dos autores, a distribuição de matéria do mapa é menos irregular do que os modelos preveem. Embora não seja exatamente uma surpresa — os cientistas sabem que faltam algumas coisas para completar a teoria —, mais trabalho deverá ser feito para ajustar as previsões com essas observações.

A pesquisa foi publicada na Physical Review D e rendeu três artigos disponíveis no servidor arXiv.org.

Fonte: arXiv.org (1, 2, 3); via: EurekAlert