Novo instrumento será capaz detectar bioassinaturas em outros mundos
Por Danielle Cassita |

Buscar vida fora da Terra não é uma tarefa simples — principalmente quando pensamos na análise de amostras em busca de possíveis bioassinaturas. Assim, uma equipe de pesquisadores desenvolveu um dispositivo portátil e automático para analisar amostras de solo e, se for incorporado a um rover explorando presencialmente um planeta, o dispositivo poderia identificar bioassinaturas nas amostras.
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Uma das evidências mais críticas da vida fora da Terra é a ocorrência de moléculas orgânicas. Algumas missões anteriores utilizaram técnicas de cromatografia de gases e espectrometria para separar e detectar componentes, mas o problema é que estes processos têm limitações para analisar amostras — principalmente se houver água, sais e outros minerais misturados. Então, o pesquisador Peter Willis e seus colegas desenvolveram um instrumento que une a eletroforese de microchip (ME) e detecção por fluorescência induzida a laser (LIF).
O dispositivo criado pela equipe possui dois microchips: um seria utilizado para processar e etiquetar uma amostra líquida, enquanto o chip ME iria separar os componentes. Além disso, o instrumento possui também um sistema LIF de detecção. O dispositivo é portátil e alimentado por baterias, e poderia realizar as análises, identificação, etiquetagem e separação de componentes de forma completamente automática.
Eles otimizaram o dispositivo e o testaram em um deserto chileno para simular uma missão em Marte. Durante os testes, o instrumento foi utilizado junto de um extrator de água subcrítica no sistema de um rover operado remotamente. O rover perfurou o solo para coletar amostras, que foram misturadas com água e aquecidas para permitirem a extração de componentes. No fim, o dispositivo conseguiu detectar níveis de aminoácidos em partes por bilhão nas amostras de três dos quatro pontos de perfuração.
Serão necessários mais estudos para aperfeiçoar o instrumento para voos no espaço e missões em outros planetas, mas os pesquisadores ressaltam que o estudo foi um passo inicial para o desenvolvimento de instrumentos ME-LIF para missões em busca de vida fora do nosso planeta.
O artigo da pesquisa foi publicado na revista Analytical Chemistry.
Fonte: SpaceDaily