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Nova técnica usa Hubble para confirmar existência de lua Hippocamp em Netuno

Por| 20 de Fevereiro de 2019 às 21h20

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NASA, ESA, and J. Olmsted
NASA, ESA, and J. Olmsted

As sondas Voyager 1 e 2 nos mostraram que os planetas gasosos tinham uma grande coleção de luas a seu redor. As luas maiores foram estudadas logo e, com a chegada de dados a seu respeito, foi possível criar imagens artísticas vislumbrando seus visuais — visuais esses que vêm sendo confirmados com novas missões espaciais e também com imagens de telescópios modernos. Algumas luas de dimensões muito pequenas continuaram um tanto quanto desconhecidas, mas uma nova técnica acabou de permitir uma visualização melhor da lua Hippocamp, de Netuno.

O planeta gasoso foi visitado pela Voyager 2 em 1989, quando descobrimos seis luas a seu redor. Em 2013 uma equipe do Instituto SETI anunciou a existência do objeto S / 2004 N1 ao redor de Netuno após analisar imagens do telescópio espacial Hubble registradas pela NASA em 2004. Na época, a equipe determinou que o objeto ficava a cerca de apenas 105 mil quilômetros de Netuno, completando uma órbita a cada 23 horas. Então, o objeto foi classificado como a menor lua das 14 conhecidas ao redor do planeta, estimando que seu diâmetro não seria maior do que 19 km.

Agora, uma nova equipe com pesquisadores do SETI, da NASA e de Berkeley divulgou um estudo atualizando a avaliação da pequena lua com observações do Hubble feitas em 2016, dando a ela o nome de Hippocamp — que remete a uma criatura com cabeça de cavalo e cauda de peixe na mitologia grega. O apelido, aprovado pela União Astronômica Internacional, está de acordo com as convenções de nomenclatrura do sistema de Netuno, cujos nomes estão associados à mitologia greco-romana e ao mar.

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A nova análise de Hippocamp foi publicada na revista Nature explicando que, para as novas observações, a equipe empregou uma técnica diferente em oito exposições sequenciais de 5 minutos, reorganizando os pixels para que eles pudessem "empilhar" imagens da pequena Lua umas sobre as outras, compensando seu movimento orbital no processo. Basicamente, os pesquisadores transformaram as oito exposições individuais em uma única de 40 minutos de duração. A técnica também permitiu a visualização da lua Naiad, que não era vista desde sua descoberta pela Voyager 2.

Com o novo estudo, descobriu-se que Hippocamp é um mundo ligeiramente maior do que o imaginado anteriormente, tendo provavelmente um diâmetro de cerca de 34 quilômetros — mais ou menos o mesmo tamanho de Ultima Thule, objeto do Cinturão de Kuiper que vem sendo estudado pela New Horizons. Ainda, pelo fato de Hippocamp estar muito próxima de Netuno, os pesquisadores acreditam que a lua é mais jovem, se formando muito depois da lua Proteus (a maior das luas internas de Netuno), que fica a 420 km do planeta e se formou há cerca de 4 bilhões de anos — época em que esta lua deveria estar muito mais próxima de Netuno do que está hoje em dia.

A equipe também suspeita que Hippocamp já tenha sido parte de Proteus, sua "vizinha" mais próxima entre as luas de Netuno. É possível que um impacto de cometa em Proteus há muito tempo tenha desmembrado partes da lua, resultando, então, na formação de Hippocamp. E Proteus realmente tem uma enorme cratera de impacto — a Pharos —, com os cálculos prevendo que essa explosão projetou para o espaço detritos com 50 vezes o volume de Hippocamp. Esses detritos, quando reunidos em órbita pela força gravitacional de Netuno, podem então ter resultado na formação da pequena lua.

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Fonte: Space.com, ARSTechnica