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Nebulosa Olho de Gato ganha modelo 3D que pode ajudar a compreendê-la

Por| Editado por Patricia Gnipper | 26 de Setembro de 2022 às 17h04

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Ryan Clairmont/NASA/ESA/HEIC/The Hubble Heritage Team
Ryan Clairmont/NASA/ESA/HEIC/The Hubble Heritage Team

A Nebulosa Olho de Gato, uma das nebulosas planetárias mais estranhas conhecidas, foi apresentada em um modelo 3D que poderá ajudar as futuras pesquisas sobre o objeto. O resultado revela alguns mecanismos que podem ter papel na formação de características até então inexplicáveis.

Nebulosas planetárias — que não têm nenhuma relação com planetas — se formam quando uma estrela menos massiva, como o Sol, encerra seu ciclo de fusão nuclear. O primeiro passo é inchar até se tornar uma gigante vermelha e gera um vento estelar lento que empurra o material estelar para o espaço.

Em seguida, a estrela ejeta seu material externo para o espaço e seu núcleo colapsa em um objeto compacto, chamado anã branca. Por fim, esse objeto sopra um vento estelar quente e rápido, que se choca com o material do vento lento e cria conchas.

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Mas o caso da Olho de Gato parece diferente, principalmente porque estudos anteriores já sugeriram que ela pode ser formada por um sistema binário de estrelas. Além disso, sua forma bipolar e simétricas não correspondem com o processo padrão que descreve a formação de uma nebulosa planetária.

Por isso, os pesquisadores criaram um modelo 3D baseado em dados do telescópio Hubble e do Observatório Nacional San Pedro Martir, no México. Com isso, eles encontraram movimentos do gás dentro da nebulosa e anéis em espiral de gás de alta densidade. Esses anéis estão parcialmente enrolados em torno da casca externa da nebulosa.

A simetria sugere que os anéis são formados por jatos de alta velocidade ejetados dos polos da estrela formadora da nebulosa, localizada no centro da Olho de Gato. Os jatos provavelmente têm uma forma espiral por causa do próprio movimento de precessão rotacional da estrela.

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Como as espirais são ejeções de gás da estrela, a interrupção entre elas deu o formato de anéis. Isso significa que cada anel foi emitido por ejeções de curto período de tempo. Essas características destacadas pelo modelo 3D reforçam a ideia de uma nebulosa formada por um sistema binário de estrelas.

Sistemas binários são a única explicação para jatos emitidos durante uma dança de precessão. Cientistas cogitam que a Olho de Gato tenha em seu núcleo ao menos uma estrela do tipo Wolf-Rayet ainda não transformada em uma anã branca — mas em processo para chegar a esse destino, perdendo massa enquanto conclui a fusão nuclear de suas reservas de combustível.

O modelo 3D ajudará a decifrar esses mistérios e poderá ser usado em futuras pesquisas. O artigo do novo estudo foi publicado no Monthly Notices da Royal Astronomical Society.

Fonte: Royal Astronomical Society