NASA observa plasma escaldante girando ao redor de 12 buracos negros
Por Daniele Cavalcante • Editado por Luciana Zaramela |
Parece que as coronas de buracos negros, sejam eles pequenos ou supermassivos, possuem o mesmo formato e compartilham da mesma natureza. A descoberta foi feita por uma equipe de cientistas que usaram um telescópio de raios X para mapear a geometria de 12 buracos negros.
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Os buracos negros possuem uma corona, assim como o Sol, mas com temperaturas muito mais elevadas, chegando a bilhões de graus. Embora os astrofísicos tenham identificado coronas em buracos negros de massa estelar e supermassivos, seu funcionamento ainda é um pouco compreendido.
Pesquisadores especulam sobre a composição e geometria da corona dos buracos negros há algum tempo, considerando se é uma esfera acima e abaixo do buraco negro, uma atmosfera do disco de acreção ou plasma na base dos jatos.
Utilizando o IXPE, um observatório de raios X polarizados, os astrônomos podem mapear a forma e estrutura de fontes de energia poderosas, como buracos negros e suas coronas. Esse instrumento permite um estudo detalhado da forma dos discos de acréscimo em torno desses objetos.
Uma nova pesquisa com o IXPE, publicada no The Astrophysical Journal, sugere que as propriedades de polarização podem ser semelhantes em todos os buracos negros, independentemente da massa.
No caso dos buracos negros analisados, observou-se que a corona se estende na mesma direção que o disco de acreção, fornecendo evidências sobre sua forma e relação com o disco. O resultado descarta a hipótese do formato de cone apresentado no infográfico acima, e favorece a ideia de uma corona que se espalha na mesma direção que o disco de acreção .
Para o estudo, os autores analisaram dados do IXPE sobre 12 buracos negros, incluindo Cygnus X-1, Cygnus X-3, LMC X-1e LMC X-3, todos de massa estelar. Também foram observados buracos negros supermassivos, como aqueles nas galáxias Circinus, NGC 1068 e NGC 4151.
Apesar da enorme diferença de escala entre buracos negros de massa estelar e os supermassivos, os discos de acreção possuem geometria similar. Os autores do estudo sugerem que, graças a esse resultado, os de massa estelar podem oferecer novas perspectivas sobre supermassivos.
Essa descoberta é significativa, já que os buracos negros de massa estelar estão muito mais próximos da Terra do que seus primos supermassivos, que se encontram no centro das galáxias.
A equipe de pesquisa planeja realizar mais estudos de ambos os tipos de objetos, na expectativa de que o IXPE revele detalhes sobre os processos de formação dos discos de acreção.
Fonte: NASA