Publicidade

NASA anuncia a descoberta sobre “vida em Marte” mais animadora do Perseverance

Por  • Editado por Melissa Cruz Cossetti | 

Compartilhe:
NASA/JPL-Caltech
NASA/JPL-Caltech

Nesta quarta-feira (10), cientistas da NASA divulgaram um dos resultados mais empolgantes da missão Perseverance em Marte: a detecção de uma potencial bioassinatura em uma amostra de rocha coletada no fundo da Cratera Jezero. O achado, publicado na revista Nature, pode representar a evidência mais significativa até hoje de que o planeta vermelho já abrigou formas de vida microbiana em seu passado distante.

A amostra foi obtida em julho de 2024 a partir de uma rocha chamada “Cheyava Falls”, localizada na formação conhecida como Bright Angel, às margens do antigo vale fluvial Neretva Vallis. Batizada de Sapphire Canyon, a rocha revelou uma composição rica em argila e silte, materiais que, na Terra, são excelentes preservadores de sinais de vida microbiana.

Os instrumentos avançados do rover Perseverance, entre eles o PIXL e o SHERLOC, identificaram manchas coloridas e padrões minerais apelidados de “leopard spots”. Esses detalhes chamaram a atenção porque indicavam processos químicos que poderiam ter origem biológica.

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

Os cientistas observaram a presença de dois minerais específicos: vivianita (fosfato de ferro hidratado) e greigita (sulfeto de ferro). Na Terra, ambos costumam se formar em ambientes ricos em matéria orgânica e, frequentemente, associados à atividade de microrganismos.

Segundo o autor do estudo, Joel Hurowitz, da Universidade Stony Brook, “essas reações parecem ter ocorrido logo após a deposição da lama no antigo lago de Jezero. Em ambientes terrestres semelhantes, micróbios costumam usar a matéria orgânica como fonte de energia, gerando esses minerais como subprodutos”.

Contudo, os cientistas reforçam que tais compostos também podem surgir por processos não biológicos (abióticos), como condições específicas de temperatura e acidez. Por isso, ainda não é possível afirmar categoricamente que se trata de uma prova definitiva de vida marciana.

Bioassinatura potencial

O termo bioassinatura potencial refere-se a indícios que podem ter origem biológica, mas que também podem ser explicados por processos naturais. No caso do Sapphire Canyon, a combinação de minerais, carbono orgânico, enxofre e fósforo se assemelha muito a reações metabólicas microbianas conhecidas na Terra.

A novidade surpreendeu os pesquisadores porque envolve rochas relativamente jovens, contrariando a hipótese de que sinais de vida só seriam encontrados em formações muito antigas de Marte. Isso aumenta as chances de que o planeta tenha sido habitável por mais tempo do que se pensava.

Leia também:

Continua após a publicidade

VÍDEO | O rover Perseverance encontrou moléculas orgânicas em Marte

Fonte: NASA

Seu resumo inteligente do mundo tech!Assine a newsletter do Canaltech e receba notícias e reviews sobre tecnologia em primeira mão.
*E-mail
*