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Mistério: ainda não se sabe muito sobre a origem do campo magnético da Terra

Por| 14 de Abril de 2020 às 19h30

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NASA
NASA

Algumas rochas contêm minerais capazes de “gravar” o campo magnético do planeta da época em que são formadas. Esse fenômeno é conhecido como "magnetização remanente primária" e ajuda os pesquisadores a descobrirem mais sobre a magnetosfera da Terra. Mas nem sempre esse método é tão confiável, e um novo estudo provou isso.

No início do ano, foi publicado um estudo que apontava para minerais microscópicos escavados em uma antiga formação rochosa de Jack Hills, na Austrália Ocidental. Essa região é uma série de colinas que ficou conhecida como a fonte do material mais antigo de origem terrestre encontrado até hoje: os zircões que se formaram há cerca de 4,39 bilhões de anos.

Naquele estudo, concluiu-se que os zircões gravaram um campo magnético de 4,2 bilhões de anos atrás. Isso seria quase um bilhão de anos antes do que se pensava sobre a origem do campo magnético terrestre. Seria muito significativo confirmar essa história, mas uma equipe liderada pelo MIT encontrou evidências que apontam para o contrário.

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Em um artigo publicado na revista Science Advances, a equipe examinou os mesmos zircões, escavados na mesma formação, e concluiu que as rochas não são confiáveis ​​como gravadores de campos magnéticos antigos. Em outras palavras, ainda não se sabe se o campo magnético da Terra existia antes de 3,5 bilhões de anos atrás.

Mesmo que houvesse um campo na data apontada pelo estudo anterior, “será muito difícil encontrar evidências nos zircões de Jack Hills”, disse Caue Borlina, estudante de graduação do MIT e principal autor do novo artigo. Para ele, este é um “resultado importante no sentido de que sabemos o que não procurar mais”.

Determinar exatamente quando o campo magnético se formou é importante porque pode ajudar os cientistas a descobrirem o que exatamente gerou esse escudo que protege o planeta da radiação solar. Borlina diz que a origem do campo magnético da Terra também pode esclarecer sobre as condições iniciais do planeta, quando as primeiras formas de vida surgiram.

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Benjamin Weiss, coautor do estudo, explica que "os zircões de Jack Hills são alguns dos objetos magnéticos mais fracos estudados na história do paleomagnetismo". Além disso, “esses zircões incluem os mais antigos materiais terrestres conhecidos, o que significa que existem muitos eventos geológicos que poderiam ter redefinido seus registros magnéticos".

Apesar desses novos resultados, Weiss afirma que as análises magnéticas anteriores desses zircões ainda são altamente valiosas. “Como resultado de todo o trabalho de ambos os grupos, agora entendemos muito melhor como estudar o magnetismo de materiais geológicos antigos”. Agora, os pesquisadores podem começar a aplicar esse novo conhecimento adquirido a outros minerais, inclusive de outros corpos planetários.

Fonte: MIT News