Missão ExoMars é suspensa após invasão da Rússia na Ucrânia
Por Wyllian Torres | Editado por Patricia Gnipper | 18 de Março de 2022 às 10h38
A missão ExoMars está temporariamente suspensa após decisão unânime da Agência Espacial Europeia (ESA), que até então conduzia o trabalho em parceria com a agência espacial russa (Roscosmos). A ESA reconheceu o impacto na exploração científica, mas ressaltou a impossibilidade de seguir a cooperação após a Rússia invadir a Ucrânia no mês passado.
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A ExoMars, dedicada a procurar por sinais de vida antiga em Marte, estava programada para ser lançada no final deste ano, mas agora segue suspensa por tempo indeterminado. Em nota, a ESA disse que devido à tragédia que acontece na Ucrânia desde final de fevereiro, instaurada pela Rússia, a parceira se torna inviável.
A Roscosmos cumpria um papel fundamental, fornecendo uma plataforma de superfície e instrumentos científicos a bordo do rover Rosalind Franklin. “A ESA está totalmente alinhada com as sanções impostas à Rússia pelos seus Estados-Membros”, disse a ESA no comunicado.
Além da plataforma de superfície, a Roscosmos desenvolveu o foguete Proton, um sistema de lançamento descartável que seria usado para lançar a ExoMars ao Planeta Vermelho. O rover da missão também inclui equipamentos desenvolvidos pela Rússia, como unidades de aquecimento de radioisótopos.
O que acontecerá com a ExoMars?
Apesar do grande atrasado na missão, a ExoMars ainda será realizada, mas, agora, com outros parceiros — e a NASA é uma das opções para conduzir a missão em parceria com a ESA. Aliás, há cerca de 10 anos, ambas trabalhavam juntas na missão, mas agência estadunidense acabou saindo do programa.
No mesmo comunicado, o Conselho Governante da ESA autorizou Josef Aschbacher, diretor da agência, a realizar um “estudo industrial acelerado” para definir quais são as melhores alternativas disponíveis para conduzir as próximas etapas da ExoMars.
A ExoMars buscará sinais de vida no passado distante de Marte, ajudando a responder questões como a vida além da Terra. Até então, ela seria lançada em uma janela de 12 dias a começar pelo dia 20 de setembro desse ano, a partir do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão.
Uma vez em Marte, o rover Rosalind Franklin conseguirá perfurar a superfície a uma profundidade de 2 metros e coletar amostras subterrâneas protegidas da intensa radiação e oxidação do Planeta Vermelho — e então, analisá-las com seus instrumentos científicos a bordo.
Fonte: ESA, Via ScienceAlert