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Medidas contra contaminação de naves enviadas a Marte podem ser afrouxadas

Por| Editado por Patricia Gnipper | 07 de Outubro de 2021 às 17h20

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NASA/JPL-Caltech
NASA/JPL-Caltech

Para garantir que microorganismos da Terra não peguem "carona" em naves lançadas a outros mundos, muitas medidas de higienização são tomadas. Mas um novo relatório propõe que, talvez, parte dos protocolos adotados para evitar tal contaminação em Marte possa ser afrouxada.

O relatório foi produzido a partir de uma iniciativa de proteção planetária que contou com a participação de 15 cientistas. Em vez de focar na possibilidade de microrganismos terrestres viajarem ao Planeta Vermelho, eles focaram o trabalho na possibilidade de esses seres vivos se estabelecerem de alguma forma que acabasse interferindo nas buscas por formas de vida que, talvez, possam existir por lá.

Caso seres microscópicos peguem carona na viagem, eles poderiam ser exterminados de várias formas diferentes, como pelas variações de temperatura, escassez de água em estado líquido, radiação ultravioleta intensa, entre outras condições. Por isso, os autores propõem que as medidas sejam atualizadas com base nos novos conhecimentos que adquirimos sobre o planeta. “Mudanças nas políticas de proteção planetária devem ser consideradas no contexto de quanto a ciência já aprendeu sobre Marte nos últimos anos”, escreveu Amanda Hendrix, cientista sênior do Instituto de Ciência Planetária e co-diretora do comitê que fez o relatório.

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Ela explica que, devido a esse conhecimento mais amplo que os cientistas têm hoje, a NASA agora tem a oportunidade de tomar iniciativas mais conscientes e, em alguns casos, mais permissivas, para reduzir os requisitos de biocarga para algumas missões. Mas, mesmo assim, Hendrix ainda deixa o alerta: “a cautela ainda é necessária, porque ainda temos muito a aprender sobre Marte e sobre a sobrevivência da vida terrestre”. Apesar das condições duras do ambiente marciano, há algumas regiões em que a vida terrestre se sentiria tão confortável quanto estão na Terra.

Por exemplo, as condições abaixo da superfície, a cerca de 1 metro de profundidade, poderiam criar um bom lar para microrganismos resistirem à radiação, de modo que os guias de proteção planetária devem continuar para evitar que algum cenário indesejado se torne realidade. Para isso, naves se aventurando dentro de cavernas ou abaixo da superfície vão continuar precisando de limpeza extrema. Além disso, regiões sensíveis desse tipo podem precisar de “áreas de segurança” por perto, como uma forma de evitar que seres da Terra cheguem lá por acaso, como pela ação do vento, por exemplo.

Embora algumas naves talvez não precisem de protocolos de limpeza tão rígidos, as normas de proteção planetária não devem ser abandonadas tão cedo. No fim das contas, os cientistas ainda precisam focar no equilíbrio entre explorar outros mundos com maior facilidade e, ao mesmo tempo, arriscar causar um desastre. “As medidas de proteção planetária devem ser focadas na redução de riscos, enquanto preservam o máximo possível o prospecto de que objetivos científicos importantes sejam cumpridos”, disse Joseph Alexander, consultor de políticas espaciais e co-diretor do comitê.

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Fonte: Space.com