Novo mapa de lixo espacial aponta cerca de 200 objetos como potenciais ameaças
Por Wyllian Torres | Editado por Patricia Gnipper | 27 de Abril de 2021 às 08h00
O lixo espacial é um problema urgente, sendo que, desde a década de 1950, a quantidade de detritos orbitando o planeta vem crescendo exponencialmente. Uma consequência direta disso é o aumento da ameaça que esses objetos podem apresentar para outros satélites em operação — ou até mesmo para nós, aqui no chão, bem como para a Estação Espacial Internacional (ISS) e espaçonaves tripuladas. Agora, um mapa chamado de AstriaGraph, desenvolvido por uma equipe de engenheiros da Universidade do Texas, revela cerca de 200 objetos em órbita com grande potencial de se desmancharem, podendo representar uma ameaça ainda maior.
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Estima-se que, hoje, existam cerca de 26 mil objetos orbitando a Terra que variam de tamanho — há alguns tão pequenos quanto e até menores do que um celular, e outros tão grandes quanto a ISS. Dessa quantidade toda, aproximadamente 3.500 são satélites em operação ou outros aparelhos ainda em funcionamento com algum propósito. Todo o restante se trata apenas de lixo. Mapas como o AstriaGraph são uma tentativa de monitorar objetos potencialmente perigosos para prevenir danos causados por eventuais impactos em órbita.
Segundo o engenheiro espacial Moriba Jah, da Universidade do Texas, na órbita do nosso planeta existem partes de foguetes que “estão lá há décadas e são bombas-relógio que em algum ponto vão se desfazer”, ou algum outro detrito vai atingi-los, gerando outros dezenas de milhares de pedaços. Aqui na Terra, muitas operações eletrônicas corriqueiras dependem diretamente do funcionamento de satélites, como transações financeiras, sistemas de navegação, avisos meteorológicos e por aí vai.
O mapa AstriaGraph estima que 200 desses objetos sejam restos de foguetes, ou de lançadores, com grande potencial de se desmancharem. Segundo Jah, estes restos de foguetes pertencem a pelo menos três países, mas até agora nenhum deles demonstrou uma atitude eficaz para removê-los da órbita terrestre. Enquanto isso, o número de lixos espaciais não para de crescer.
Fonte: BBC